mulheres artistas que não compreendo (22) e pensamentos catatónicos (188)
mulheres artistas que não compreendo (22)
Maria Teresa Fernández, uma fotógrafa mexicana radicada nos Estados Unidos, anda há quase vinte anos a fotografar a vida na fronteira entre o México e os Estados Unidos onde, em cerca de um terço da sua extensão total, existe uma barreira física a impedir a passagem.
Do seu trabalho constam imagens de abraços entre familiares, amantes e amigos que vivem do lado oposto da fronteira. Segundo a fotógrafa, durante anos muitas pessoas viajaram centenas de quilómetros para poder abraçar um filho, um pai ou um marido.
Há uma coisa que eu tenho a certeza que é necessária para conseguir fazer um trabalho destes: ser forte. É que esta barreira física demonstra o quão contraproducentes os indivíduos da nossa espécie consegue ser: por um lado viajam quilómetros para sentir o calor e o palpitar da vida de um ente querido, por outro aceitam uma organização política que os divide construindo muros e afins.
pensamentos catatónicos (188)
Estava a reportagem sobre ela no site da BBC brasil e, ao ver o abraço da fotografia, lembrei-me de alguns abraços a mulheres que também já dei assim, através de um muro que me separador. É que entre duas pessoas que se amam surgem constantemente muros invisíveis que, embora não acabem com a vontade de abraçar, impedem que esses abraços aconteçam. É o que acontece, por exemplo, com uma simples discussão por um motivo absurdo qualquer. O muro cresce... até que um dos dois tenha a coragem de o demolir.
8 comentários:
... de o demolir ou ir embora, o que ainda é mais doloroso.
Aceitamos uma organização política destas na mesma medida em que aceitamos imposições sociais de como devemos nos relacionar. Quebrar estas barreiras implica coragem, da qual estamos desprovidos.
E é muito difícil explicar o porquê.
gigi, eu acho que é uma coisa que se aprende com a idade.... :)
Quase sempre os muros invisíveis são os mais difíceis de derrubar ou passar.... talvez porque outros muros o seguram, como o orgulho, comodismo e apatia... mas sou optimista e continuo a acreditar que o "amor" vence sempre (pelo menos equanto existe)!!!!
marta, não vence sempre. vence algumas vezes, acho eu. :)
Como te compreendo...
e não, o amor não vence tudo.
bichana, :)
Nas relações, há ideia pequenina de que a cedência ou a falta de orgulho são características dos fracos. Mas se mostrarmos as nossas fraquezas e expusermos os medos, demolimos qualquer barreira. Mas isto é racional, claro. Autodisciplino as minhas emoções para a paz:)Vive-se melhor.
cassandra, tens razão. eu, pelo menos, concordo contigo. tanto que acho que a maior das coragens é expor os nossos medos. :)
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