8.06.2009

às 21:30, está combinado?

Neste blogue desafiaram-me a escrever uma carta que termine um relacionamento. Um desafio interessante, que agradeço. Agora passo-o à Pâmela Rodrigues, à Gigi e a quem mais quiser...

Aquilo que aprendi na vida é nada. Ou quase nada, para ser mais exacto.
Por exemplo, aprendi que o peixe sabe a peixe e que a carne sabe a carne mas que no restaurante da senhora Maria o peixe pode saber a carne e a carne pode saber a peixe. Usam o mesmo óleo para fritar ambos, disseste-me tu uma vez entre os teus sorrisos doces.
Outro exemplo: aprendi que se se puser um colher no gargalo duma garrafa de espumante por terminar, o gás não sai. Disseste-me tu uma vez durante uma festa e, apesar de ainda necessitar de alguma base científica para o comprovar, parece-me ser verdade.
Outro exemplo duma coisa simples que aprendi contigo e que nunca mais esqueço: quando dois namorados passam um dia inteiro juntos e não dão as mãos nem se beijam, então já não são namorados a sério. Apesar de também carecer de comprovação científica, acredito que seja mais uma verdade das tuas. Disseste-mo na altura em que os nossos lábios e as nossas mãos se uniam com a brandura de um petroleiro amarrado ao porto. Lembras-te?

É por isso que acho que não vais estranhar ler este email em que te digo que acho que não faz sentido continuarmos a telefonar todos os dias um ao outro, sairmos todos os dias um com o outro, fazermos amor todos os dias um com o outro. O que faz sentido é bifurcarmos aqui as linhas da nossa vida e não deixarmos que elas se separem cada vez mais. Podemos cruzá-las outra vez, por exemplo, daqui a uns três meses, no restaurante da senhora Maria. Podemos comer carne que sabe a peixe e peixe que sabe a carne, podemos beber espumante e, sabe-se lá, talvez possamos dar de novo as mãos e os lábios. No dia 5 de Novembro às 21:30, está combinado?

31 comentários:

GiGi disse...

Ahhhh por que eu?? ':-((

Tá... LOL... Vou tentar. Não sei se sou boa nisso. No máximo, até o fim de semana!

Acho que vai ser legal, eheheh... Taí, gostei! ^^

Beijinhos :-**

boxeixas disse...

Olá!

Há já algum tempo que leio este teu "espaço" e confesso que fiquei algo viciada!
A verdade é que os teus textos são fabulosos!
Não gosto do machismo puro, mas também não sou um femeninista nata. Não, também não "nos" compreendo, mas olha que também ainda não encontrei o "vosso" manual! ;)

Contudo, aprecio a tua escrita e reflito sobre algumas coisas...

Parabéns.

Joana

Peão disse...

Uau... não sei mais que dizer! Gostei do pormenor de recordar as ideias/dicas/saberes que partilharam... e gostei ainda mais do pormenor de 'um dia podermos voltar a nos encontrar' e 'quem sabe aí as coisas estejam diferentes' ao dizeres o que dizes nas últimas 5 linhas...

Parabéns! Acho que estiveste à altura do desafio :)

nada desta vida disse...

isso não é bem uma carta a terminar. é tipo fim, mas continua. heheheh, mas é bonita. tivessem todos os meus ex terminado assim: em beleza.

a Trofa tem cozinheira disse...

sabes....não te conheço....mas nao sei se es estranho ou romantico..... nao sei.... axei mto interessante este texto! mto mesmo..Parabens!

ecila disse...

Remember, Remember, The fifth of November...
(to remind the world that fairness, justice, and freedom are more than words, they are perspectives - V for Vendetta)
;-)

Este Blogue precisa de um nome disse...

Tens um selinho no meu blogue, obrigada por tudo o que escreves e pelos bons momentos que já me proporcionaste aqui na blogosfera!!Beijo!!!

Anónimo disse...

Se a moda pega... lol

Sendyourlove disse...

... e assim se fica sem argumentos...
...fenomenal!

Teresa Pombo Pereira disse...

Gostei do exercício e da ficção. Gostei da frase sobre os namorados que não dão as mãos nem se beijam... mas... eram os mesmos que faziam amor em modo automático?

mfc disse...

... sou quem sabes!
Maria Albertina

Pepermind disse...

Muito Bom!

Dori

Miss Kin disse...

Eu não ia gostar de receber essa carta, as mulheres querem explicações a sério quando alguém acaba uma relação connosco, coisas do tipo, ressonas quando dormes e eu não consigo dormir, ou apertas a pasta de dentes pelo meio e eu não gosto disso.
Agora dizeres que tens tudo de bom e que queres tirar férias até daqui a uns meses, ia deixar-me furibunda!

rosa disse...

Gostei. Acho que o mal de muita gente é não saber dizer “pára” a tempo, e acabam por destruir o que foi belo entre os dois.
Um adeus assim é sinal de respeito mas eu preferiria que me fosse dito em vez de escrito

Patrícia Pinto disse...

Bonito e singelo mas não acho que seja bem uma carta para terminar uma namoro.. é mais um "até já" do que um "adeus"...
:)

Icon disse...

não haja dúvida que tens o dom da palavra...

Ivar C disse...

gigi, não te sintas obrigada... :)

boxeixas, obrigado pela simpatia... não vimos com manual, de facto... mas se soubesses a quantidade de manuais mal feitos que andam por aí... :)

peão, obrigado. :)

subtilezas, até morrer nunca sei o que é "para sempre"... :)

a trofa tem cozinheira, não me acho estranho... nem romântico. portanto... mas obrigado:)

ecila, ena... :)

este blogue precisa de um nome, obrigado eu... eu é que agradeço a paciência. :)

joana, já pegou, não já? :)

send your love, a questão também não é argumentar... obrigado. :)

teresa pombo pereira, eram os mesmos, sim, ou melhor, são os mesmos... :)

mfc, :)

pepermind, obrigado. :)

miss kin, ressonar, por exemplo, não é um argumento a sério... ressona-se logo na primeira noite, percebes? :)

rosa, pois... tens razão mas o desafio era escrever... :)

patrícia pinto, é um até sempre... acho sempre que nunca se esquece definitivamente ninguém. :)

icon, obrigado... eu nem vejo a palavra como um dom mas... obrigado. :)

Bid disse...

UAU... este blogue é mesmo viciante!

Penso que é o único em que, depois de ver um texto extenso, não fujo e fico colado!

Muita paixão, ou não fossemos da Veneza portuguesa!

GiGi disse...

Mas eu não me senti obrigada... LOL... Eu achei até legal, acredito que seja algo novo, um desafio. Foi, mesmo, uma ótima ideia e vou pensar a respeito ^^

Obrigada por se lembrar de mim :-)

Beijinhos!

Natália disse...

Nossa, ficou muito lindo o que tú escreveu, parabéns mesmo, passei o desafio à pessoa certa. Foi gentil, educado, diria até romântico, mas não sei definir quanto à deixar uma esperança no ar, legal, mas... bem sedutor né.

Ana Alvarenga disse...

Se a carta me fosse dirigida, não deixava o autor partir... gosto da ideia de recomeço. Sobretudo em Novembro! (Excelente resposta ao desafio, que não era nada fácil!)

Ivar C disse...

bid, prefiro sempre dizer que Veneza é a Aveiro italiana. :)

gigi, beijinhos. :)

Se o "se" não tivesse ficado só no "se", obrigado pelo desafio. :)

a tela, gosto da ideia da renovação... :)

Anónimo disse...

De facto, um tratado!

Karlytus disse...

brutal!! gostei do teu sentido de humor.. passarei por aqui mais vezes..

abraço e um bom domingo, a saber a.. sexta feiraaaa!! ;)

Denise disse...

Olá BA.
A primeira impressão da carta é muito positiva: poética, ternurenta, cuidadosa, bem escrita.
No entanto, a discrepância do teor 1º parágrafo (onde se fala do terminar de um relacionamento) em relação à carta em si (em que se levanta a possibilidade de um recomeço no futuro) fez retinir algures na minha memória situação quase análoga: a de um email ( e não um frente a frente que é bem mais desejável) onde também se sintetizava o bom que houvera e uma proposta de pausa - reinvenção algures no Outono e um café como pretexto.
Este post fez-me abrir os olhos: pois durante um ano, onde cada dia me pareceu uma década, aguardei pelo café que, depois do Outono e do Inverno e da Primavera parece, finalmente, que se vai concretizar. Não sei se o café apenas se eventualmente um recomeço.
Mas a incerteza faz mossa.
E, por isso, creio que esta carta poderia ser um presente envenenado, a cair nas mãos de uma moça ingénua e inexperiente nestas lides como eu.

Eu sei que é apenas um post.
E isto é apenas um comentário.
;-)

Ivar C disse...

anónimo, :)

karlytus, obrigado. por causa das férias, isto anda agora mais paradito... :)

denise, sim... mas o reencontro nem é a certeza de um recomeço...
e sim, a certeza de que nada acaba definitivamente. :)

Sininho disse...

vá, confessa que és um romantico por excelencia, lolol
adorei, adorei :)

Ivar C disse...

sininho, olha que não... :)

Guilherme de Carmo disse...

gostei... Mas acho que ficaria mais ´caústico talvez se naquela parte "É por isso que acho que não vais estranhar ler este email em que te digo que..." colocaria ...."acho que já não tens mais nada pra me dizer" mas isto sou eu, não sei porquê veio-me logo esta conclusão à cabeça

Ivar C disse...

guilherme de carmo, tens razão, ficava mais cáustico... mas ficar cáustico não era um objectivo. :)

Anónimo disse...

olá bagacinho,

qto a este texto, q dizer?
tenho a sensação q já viveste alguma parte do texto...eu também já vivi partes do texto: a comida q sabe ao q não deve; o telefone tds os dias; o beijo tds os dias, o amor q se faz tds os dias e até mais q uma vez, as mãos dadas tds os dias, o brilho grandioso no nosso olhar, a intensisadade de forças q não cabe dentro do nosso coração; a grandiosidade da genorosidade vivida e mto mais.
mas o teu texto parece q é a paixão física, não ?
É q se pode estar um dia inteiro sem beijar o outro e sem dar as mãos, e existir um sentimento mais forte do q aquele q descrves- ao q chamo AMOR.
O Amor, não necessita de sexo, não necessita de provas fisicas para se lembrar constantemente do calor e da leveza da pele do outro-já está gravado no mais íntimo, e Ele sabes e sente-o, não precisa de provas fisicas ( q são falíveis).
Bagaço, qd viveres o AMOR(não sei se já o viveste ou não ), vais descobrir q até amas após a morte( quer seja figurada ou fisica ), vais entender os q se amam em silêncio, porque as suas almas estão ligadas por fios invisíveis ,o Amor não quer a todo o tempo provas de que existe, pois Ele sabe que existe e isso basta-lhe.
Maria