9.21.2007

frigoríficos

Na Lousã, mais concretamente em Catarredor, um gajo matou outro por ter simulado relações sexuais com um frigorífico. O arguido diz que interpretou esses gestos obscenos feitos pela vítima como uma ofensa à sua companheira, e que aquilo lhe ficou na cabeça o dia todo. Ficou-lhe na cabeça quando à tarde foi trabalhar na agricultura, e continuou-lhe na cabeça ao início da noite. Por isso mesmo foi a casa da vítima e levou uma catana, que nem era para usar, era mais para se proteger duma eventual agressão, mas acabou por matá-lo com dezasseis catanadas na cabeça depois duma amena conversa.
Desta notícia hilariante no JN de hoje, gostava de destacar as seguintes frases, em defesa do arguido.

A simulação de relações sexuais com um frigorífico foi ontem apresentada, no tribunal da Lousã, como o motivo que desencadeou uma reacção que viria a culminar com um homicídio.
Então, e há motivo mais importante do que este? Claro que não. Eu também o matava. Aliás, uma vez eu ia a passear no Rossio com a minha ex-mulher, na boa, sem nos metermos com ninguém, e apareceram dois gajos a simular relações sexuais com frigoríficos. Eu ainda os avisei, como sou um gajo calmo, para pararem com aquilo, mas eles não ligaram e continuaram. Peguei numa metralhadora G3 (que trago sempre comigo só para me proteger) e matei-os. Depois ainda veio uma senhora dizer que eles só estavam a carregar os frigoríficos para casa dela, mas claro que eu não acreditei.

Mas andei sempre a pensar naquilo", confessou [o homicida] ao colectivo. Admitiu que também consumiu drogas durante toda a tarde.
Ainda bem que não consumiu muitas drogas, porque as drogas alteram, às vezes, a forma como vemos a realidade. Às tantas nem levava a sério a cena repugnante que é um gajo simular relações sexuais com um frigorífico. Se ainda fosse com um ferro de engomar, ou assim... agora com um frigorífico? Phónix.

Dirigiu-se a casa da vítima, alegadamente para conversar, mas levou uma catana que tinha em casa. "Não era para usar. Mas como não sabia qual seria a reacção do homem, pensei levar a catana para me proteger".
Pois... isto percebo perfeitamente. É como eu com a minha G3...

Segundo contou ao tribunal, ainda estiveram sentados à mesa (onde terá pousado a catana) a conversar e fumaram mais "dois charros". A conversa "começou a azedar", na versão do arguido, a partir do momento em que a vítima lhe terá dito que a sua companheira "ainda poderia vir a ser a namorada dele"
Estão a ver? O gajo até estava numa de peace and love... fumar uns charritos na boa e ir para casa. Agora, o outro põe-se a dizer que a sua companheira ainda poderia vir a ser namorada dele. Epá, tem que morrer à catanada. Claro que tem.

obs: claro que, mais uma vez, a culpa disto tudo é duma mulher. Se não fosse ela, o arguido nunca sentiria que simular relações com um frigorífico pudesse ser uma ofensa.

19 comentários:

Unknown disse...

Bagaço, ao contrário do que dizes, esta situação toda é causada pela mente deturpada de um homem!

Ivar C disse...

joana, achas? todos os indícios aponta para que a culpa seja dela. Repara na notícia: O autor do crime, um português de 27 anos, disse ao colectivo de juízes que interpretou esses "gestos obscenos" feitos pela vítima como uma ofensa à sua companheira. Se não fosse a companheira... :)

Cristina disse...

Se ele tivesse passado a tarde com a companheira em vez de ir fumar charros, muita coisa era evitada.

Mas a pergunta fulcral é: quem é que tem uma catana em casa??

Bom fim-de-semana

Ivar C disse...

cristina, eu não tenho catana mas, como vivo sozinho, tenho um frigorífico... :)

Elisa disse...

Peço desculpa, mas eu interpreto esses gestos obscenos como uma ofensa aofrigorífico. Porra que já não se pode ser frio e estar sossegadinho com o motor a ronronar baixinho, sem que venha um gajo qualquer a querer saltar-nos para cima??

Elora disse...

Nem quero imaginar o que a companheira lhe vai fazer quando perceber que ele a comparou a um frigorífico...

Elora disse...

Err...eu tenho uma catana em casa... japonesa...não corta nada, mas está cá.

Anónimo disse...

Até fiquei arrepiado. Com um frigorífico!? Concordo que com um ferro de engomar estaria melhor, é uma temperatura mais acolhedora. Mas eu sou mais adepto da centrifugadora. Até por uma questão de género...

Ivar C disse...

elisa, eu estou contigo em defesa dos electrodomésticos... :)

elora, ele está preso, portanto está salvo da companheira. :)

lino, eu, por mim, fico contente com os massajadores faciais... :)

Hespéra disse...

Moral da história:
não tenhas mulhers e frigorificos ao mesmo tempo! podem dar-te cabo da vida!

Ivar C disse...

luz do amanhecer, lol, lol, lol, lol! tá fixe... :)

Eb1Eng.ºDuarte Pacheco disse...

Às vezes também tenho conversas amenas cujo resultado me faz desejar ardentemente ter uma catana dentro da mala.:P

Ivar C disse...

lol, lol, lu@, podes andar com uma na mala, só para protecção, claro. :)

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

Qual era a marca do frigorífico? Há pr'aí uns que são muito sensuais, cheios de formas arrendondadas, irresistíveis! Aposto que não era um daqueles normais rectangulares...

... pelo que até se pode compreender a atracção, sobretudo se estivesse com a porta aberta. Com a porta aberta, um gajo pensa logo que é para haver coisa.

Ela deixou a porta do frigorífico aberta? Não vem nada no jornal sobre esse importantíssimo pormenor?

Aposto que a polícia descurou essa pista. Se aqueles sujeitos de farda vissem mais o CSI nada disso acontecia e o arguido (saliento que ser arguido não quer dizer nada) talvez pudesse ser liberto.

Quanto à catana, o que é que tem? Se ele o fizesse engolir um telemóvel dava no mesmo, e todos andamos com um!

Já não pode um gajo ser cavalheiro e exigir respeito perante a dama!

Fatyly disse...

Que coisa mais estúpida e realmente a mente humana é uma caixinha de surpresas por vezes tão dantesca.

Ivar C disse...

mrf, estou contigo. há uma crise de valores na nossa sociedade... já nem se pode matar um gajo que ofende a nossa dama. :)

fatyly, é uma tragicomédia. ;)

Anónimo disse...

Há umas quantas coisas que quero realçar nesta históra.

1)Ninguém de qualquer Associação de Defesa dos Electrodomésticos se pronunciou quanto a eventuais traumas psicológicos com que o frigorifico possa ter ficado, depois da simulação de relações sexuais de que foi vítima. Acho isto um atentado à dignidade electrónica do mesmo.

2)A simulação de relações sexuais com um frigorífico não é, de todo, chocante. Freud explicou-a num artigo intitulado 'Pulsões sexuais de cariz electrodoméstico' como um desejo recalcado do ser humano perante a monstruosidade da técnica. Ou seja, um gajo tá excitado e revoltado contra os malefícios da tecnologia e, ah e tal e coisa e pronto, para descarregar a tensão sexual, atraca-se a um frigorifico e sodomiza-o febrilmente. Ou seja, é normal e só me espanta é como é que o movimento de sodomização de frigorificos se tenha iniciado numa aldeia do interior e não, por exemplo, numa grande metrópole internacional. Portugal sodomize it rulez... lol.

3) Portugal está a ficar prolífico em termos de notícias cómicas. Murros à Scolari, cópias integrais de artigos da Wikipedia para blogs de candidatos à presidência do PSD, etc.
Melhor que isto, só mesmo o correio da Maria onde li há uns tempos algo do género: 'Quando estou com uma gaja fico com a cara cheia de borbulhas. Será que sou alérgico a mulheres?'
Que não digam depois que neste país tudo isto é triste, tudo isto é fado.

Cumprimentos do Jardineiro (Rebelo de Sousa) de serviço.... lol

Abraço

Ivar C disse...

lol, jardineiro, lol, lol, lol!

Anónimo disse...

Sabes só eu sei o que aconteceu nesse dia