crónicas da cidade que sopra | procura-se não se sabe o quê
Amanhã, quinta-feira, no Diário de Aveiro:
Procura-se e não se encontra. Helena procura-se do outro lado do espelho, mas não se reconhece naquele corpo precocemente envelhecido. Em gestos repetidos vai esticando as rugas que respiram timidamente na sua pele da face, como se ainda não tivesse percebido que é o tempo quem nos beija na cama quando estamos sós, como se valesse a pena esperar por um milagre. Em cima da cama jazem algumas roupas de carnaval. Talvez seja altura de deixar de fingir. Lava a face com água fria e caminha, contrariando a vontade das suas pernas, para aquilo a que alguns teimam em chamar trabalho.
2 comentários:
estas palavras são das que dóem!!!
um bocadinho... ;)
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