crónicas da cidade que sopra | amor pelo interior
Estar só é ser sangue bombeado num determinado momento. Rasgam-se artérias de lábios colados, ombros endurecidos e ouvidos bloqueados por leitores de mp3. É ser-se transparente na intersecção de inúmeros olhares, e continuar a andar passo a passo, esforço a esforço, transformando lentamente oxigénio em dióxido de carbono. Estar só é sentirmo-nos progressivamente venosos, agressivamente apartados do que nos rodeia e nos tange de indiferença, à deriva pela cidade que vai soprando sem motivo aparente. Depois o sangue regressa, às vezes, ao coração e renova-se. Só às vezes, e é por isso que Helena chegou à conclusão que a felicidade não existe. Existem momentos felizes. Talvez chegue.
Quinta-feira o Diário de Aveiro publica mais uma crónica da cidade que sopra. Pronto, este post é só por isso. Fiquem bem...
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