Interrupção primaveril
Andorinhas ricocheteiam nas nuvens de alcatrão
Chovem mortas na estrada que liga duas cidades despovoadas
Um homem fotografa-as com um máquina sem película
Mas dispara o flash destapando a noite
E dispara, dispara, dispara…
Deitado na relva escrevo poemas de amor
Enquanto bebo chá sem açúcar
numa chávena vermelha
Já não me lembro em qual das cidades vivo
Ou vou para aquela de onde vêm os pássaros suicidas
Ou vou para aquela onde eles não chegam
E o homem dispara o flash destapando a noite
E dispara, dispara, dispara…
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