1.09.2007

conversa 67

Conheci o ****** na antiga escola secundária nº1 de Aveiro. Nunca mais o vi desde então até este Verão, em que nos cruzámos num centro comercial em Aveiro e fomos beber um copo. Eu bebi uma cerveja e ele uma água com sabor a limão. Continuas o mesmo, disse-lhe, e ele riu-se timidamente. Percebeu onde eu queria chegar. O ****** sempre foi um miúdo com problemas em relacionar-se, e por causa disso tinha uma alcunha cruel. Fiquei a saber que ele me vê como o seu melhor amigo do liceu (eu não tinha essa noção), talvez por eu ter sido o único a tratá-lo duma forma normal. Ele era o único que chegava sóbrio aofim dos jantares da escola (nas raras vezes que aparecia), e corava imediata e exageradamente quando uma rapariga qualquer se aproximava dele.
Palavra puxa palavra e acabámos a falar sobre a nossa vida. Eu tinha acabado de me separar. Disse-lhe que me estava a custar muito e que precisava de sair de Aveiro uns tempos, para ver se limpava a cabeça de maus pensamentos. Ele disse-me que era engenheiro e que vivia com a namorada. Percebi que ele ainda era um tipo pacato, não saía à noite nem tinha muitos amigos mas, menos mal, vivia com alguém que gostava muito dele. Trocámos números de telefone para marcar um jantar lá mais pró fim do ano.
Telefonou-me em Novembro. Tinha chegado a casa e encontrado uma carta de despedida da namorada. Ela tinha levado alguns móveis, objectos pessoais e tinha ido viver com outro homem mais ágil na cama. Sim, eu li a carta porque ele ma mostrou. Para ela escrever isto, disse-lhe eu, é porque está completamente desequilibrada. Mas desequilibrado estava ele: disse-me que a ia matar e chorava baba e ranho. Dada a minha recente separação percebi a revolta que ia ali dentro. Tentei acalmá-lo, propus-lhe apanhar a maior bebedeira da vida dele comigo ao lado, para o que desse e viesse, o que acabou por acontecer.
Um destes dias ligou-me de novo. Mais calmo mas com uma conversa mesmo estranha:

Ele – Ivar, posso te perguntar uma coisa pessoal?
Eu – Podes. Não sei se te respondo mas podes perguntar.
Ele – Quanto é que mede o teu órgão sexual?
Eu – Tás bem ******? Para que é que tu queres saber isso, pá? Olha que eu sou divorciado mas não sou gay. Se é isso que queres é melhor telefonares a outro…
Ele – Não é isso… estou a pensar… aumentar o meu pénis numa intervenção cirúrgica. Queria saber… o que é que tu achas que é um tamanho normal? Tens mais experiência que eu, de certeza…
Eu – Não tenho experiência nenhuma com pichotas, pá. Isso garanto-te (risos)
Ele – Acho que nunca mais vou estar com uma mulher na vida…
Eu – Olha, acho que se queres mesmo fazer isso… sei lá, é melhor falares com um médico. Mas acho que devias também falar com um psicólogo antes.
Ele – Achas que estou maluco?
Eu – Não são os malucos que vão aos psicólogos. Olha, se calhar devias era começar a sair mais vezes. Dá-me impressão que passas a merda da vida fechado em casa a ver televisão e a programar. Isso, garanto-te, põe-te maluco…
Ele - Sim, concordo que devia sair mais, mas primeiro quero ser operado.
Eu – Olha, não percebo nada disso. Estou até em crer que o tamanho não é tudo para as mulheres. Acho que tamanho a mais até te pode ser prejudicial. Tenta levantar uma barra cinco quilos e depois trinta e já percebes o que eu te estou a dizer. Também não me parece que a tua pichota deva ser o centro das atenções quando sais à noite. Descontrai-te pá.
Ele – Não. Tenho mesmo que fazer a operação.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

Hoje andei a ver na net e encontrei esta notícia antiga do correio da manhã.

8 comentários:

Elizane disse...

Fala sério! essa dele te ligar e perguntar o tamanho do seu.... até agora estou rindo e não consigo parar. Vc podia ter dito a ele que talvez o problema fosse amulher, poderia ser meio espaçosa...

tadinho dese seu amigo, deve estar tão traumatizado.... :)

Fausta Paixão disse...

ui......
isto é assunto sério!
vou fugir daqui já antes que me peçam para dar palpites!

zzzzzzzzzzztttttt...........

Ivar C disse...

elizane, não me vou esquecer desse "meio espaçosa". Pode vir a ser muito útil em algumas discussões... :)

Fausta, até parece que no "não compreendo" não se costuma falar a sério. Isto é tudo, tudo, tudo muito sério! ;)

Cristy disse...

A insegurança é lixada, leva as pessoas a fazer as coisas mais incríveis

asdrubal tudo bem disse...

é preciso estar muito desesperado para encarar uma operação que deve ser bastante dolorosa fónix.

Elizane disse...

È bagaço, parece que esse seu amigo é meio fraco psicologicamente. Muito inseguro, muito tímido, muito carente... Ele tem que pensar muito antes de fazer essa operação. Ele tem que conhecer mais mulheres para ter certeza do que fará.

bjs, querido.

Ivar C disse...

Cristy, tens razão, mas o que assusta são as mudanças que um indivíduo pode sofrer por questões meramente emocionais. ;)

Elizane, vou-lhe transmitir a tua opinião. :)

Ivar C disse...

asdrubal, deve ser dolorosa e... sei lá, não acredito que a coisa venha a funcionar tão bem, pá. Mas pronto, devo estar errado. Abraço.