2.10.2016

respostas a perguntas inexistentes (365)

Ninguém é feito para o outro, mesmo que o Amor faça parecer que sim.
Dizia-me um amigo meu, este fim de semana, que todos os Amantes têm diferenças estruturais entre si que os separarão um dia mais tarde. Concordo com ele, embora acredite que esse "mais tarde" se possa eventualmente adiar para além da morte.
Quando nos apaixonamos recusamos essa análise, claro. Nenhum recém-apaixonado é capaz de dizer a si mesmo que se apaixonou por alguém incompatível consigo. Aliás, seria uma análise serôdia e inconsequente. De qualquer forma, o tempo tratará desse assunto.
E então? Vale a pena apaixonarmo-nos quando temos a consciência de que o Amor tem por definição um fim? Claro que sim. Aliás, uma vida com várias histórias de Amor pode até ser melhor do que uma vida com apenas uma. Eu até diria que o é quase sempre. O problema são os fins, sempre tristes e longos, mas a verdade é que é deles que depende um início, sempre feliz e curto.
É que uma história de Amor é sempre importante, tenha sete semanas ou sete anos. Aliás, é entre o fim de uma e o princípio de outra que percebemos o quão difícil é apaixonarmo-nos. A não ser quando por acaso acontece, claro.

4 comentários:

Dúvidas e Certezas disse...

Acho sempre muito triste quando um amor acaba, não havendo nada de grave pelo meio, claro. Também há quem diga que se é amor não acaba mesmo que as pessoas se separem, no entanto as relações por vezes desgastam-se de tal forma que não é possível continuar.

Ivar C disse...

Dúvidas e Certezas, eu também... eu também... :)

Anónimo disse...

Quando era muito nova, no campo amoroso, tinha um sonho de me apaixonar por uma única pessoa e ficar com essa pessoa até que a morte nos separasse. Apaixonei-me e a morte separou-nos, só que não foi como tinha imaginado, quando fossemos velhinhos, foi muito, muito antes disso. Durante muito tempo não consegui apaixonar-me mesmo a sério por ninguém, não investia, não me interessava, e se tentava começar alguma coisa, também tratava logo de lhe pôr um fim. Mas um dia, um dia voltei a sentir, primeiro a medo a contrariar o que sentia, mas depois foi inevitável, e uma das coisas que senti foi uma alegria enorme por não ter deixado evoluir todas as coisas que tinham sido menos do que aquilo, até encontrar "aquilo", fiquei grata por não ter ficado com outro alguém pelo caminho ou não estaria disponível para viver "aquilo". Se isto não me tivesse acontecido, talvez continuasse a sentir que era triste quando um amor acaba, hoje, muito pelo contrário, não consigo deixar de sentir uma enorme esperança, uma vontade de dizer às pessoas que ainda bem, é porque algo de muito melhor está para lhes acontecer, é porque aquilo que estavam a viver não era mesmo "aquilo", e mesmo que não apareça ninguém, o que me deixa mesmo triste é ver gente conformada, acomodada em "amores" aos quais não dão fim, só por isso mesmo, só para que não tenham fim.

Ivar C disse...

anónima, obrigado. :)