pensamentos catatónicos (327)
Lembro-me duma despedida em particular. A da Sónia. Depois de um abraço prolongado, caminhei em passo apressado na direcção oposta a ela, de forma a que ela perdesse o mais rapidamente possível o ângulo de visão. Sabia que ela me observava, mas nunca me virei para trás. Era como se a despedida só acabasse efectivamente ali, naquele momento em que me deixasse de ver.
A ânsia para terminar a despedida foi maior do que a vontade de a ver uma última vez.
Como é que um homem pode conseguir desapaixonar-se durante uma caminhada de trinta ou quarenta metros? Não pode. Normalmente apaixonamo-nos num segundo, desapaixonamo-nos num ano.
Nunca acreditei em rápidas e limpas despedidas de um Amor. Depois de virar a esquina e de deixar de ser visto, os meus passos tornaram-se fracos e inconsequentes. Foi como se o meu corpo contrariasse em ditadura a minha vontade. Parei no conforto da cegueira. Imaginei-a ainda à porta, com as mãos a ampararem-se uma à outra, ainda a olhar para o vazio que eu tinha deixado para trás.
Recuei alguns metros até à esquina, só para a espreitar secretamente, mas afinal ela já não estava lá. A porta estava fechada e a casa envolvida num manto de silêncio.
Normalmente apaixonamo-nos num segundo, desapaixonamo-nos num ano. Durante esse ano, convém estarmos apenas connosco.
A ânsia para terminar a despedida foi maior do que a vontade de a ver uma última vez.
Como é que um homem pode conseguir desapaixonar-se durante uma caminhada de trinta ou quarenta metros? Não pode. Normalmente apaixonamo-nos num segundo, desapaixonamo-nos num ano.
Nunca acreditei em rápidas e limpas despedidas de um Amor. Depois de virar a esquina e de deixar de ser visto, os meus passos tornaram-se fracos e inconsequentes. Foi como se o meu corpo contrariasse em ditadura a minha vontade. Parei no conforto da cegueira. Imaginei-a ainda à porta, com as mãos a ampararem-se uma à outra, ainda a olhar para o vazio que eu tinha deixado para trás.
Recuei alguns metros até à esquina, só para a espreitar secretamente, mas afinal ela já não estava lá. A porta estava fechada e a casa envolvida num manto de silêncio.
Normalmente apaixonamo-nos num segundo, desapaixonamo-nos num ano. Durante esse ano, convém estarmos apenas connosco.
6 comentários:
obrigada por expressares tão bem aquilo em que também acredito - passar tempo connosco é a resposta a todas as perguntas. (infelizmente, ainda) só passaram dois meses. tudo a seu tempo :)
Lullaby, a experiência é o que nos diz. o tempo cura tudo. :)
É-me tão difícil ficar apenas comigo mesma :\ uma luta constante
Desabafista Profissional e Cusca de Blogues, sei o que é isso... por acaso já senti o mesmo durante um período da minha vida. :)
às vezes nunca nos desapaixonamos...
A Limonada da Vida, eu sei... :)
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