pensamentos catatónicos (305)
Hoje fiz uma máquina, o que quer dizer que lavei alguns quilos de roupa que depois tive que pendurar na corda. Em média, faço uma máquina por semana. Muito raramente faço duas. Tenho molas de plástico e de madeira, sendo que nas de plástico prefiro as roxas. Não pela cor, mas sim porque são mais curtas do que as clássicas e têm mais força. É sempre por essas que começo e, quando acabam, sigo depois para as outras de plástico que, na realidade, são todas diferentes umas das outras.
Dantes usava apenas molas de madeira. Actualmente, por conselho da Raquel, só as uso mesmo em caso de extrema necessidade. As molas de plástico não deixam marcas na roupa como as de madeira.
A minha corda é, na verdade, um estendal que tenho pendurado no tecto da varanda. Quando está bom tempo, para além de escolher a sequência das molas enquanto penduro muito devagar toda a roupa, aproveito também para beber uma cerveja ou simplesmente ficar a olhar para a rua quase deserta.
Também costumo optar por deixar as t-shirts estampadas viradas para a rua. Não sei bem porque é que faço isso, mas faço. Hoje até pendurei uma que tem o Gasganete (o célebre mau da fita na série dos Estrumpfes) ao contrário do habitual, apenas para o desenho ficar direito.
Hoje fiz uma máquina, já o disse. Algum tempo depois fui tomar café a uma pequena pastelaria de esquina que existe a cerca de cem metros da minha casa. Foi lá que uma mulher me perguntou porque é que eu penduro a roupa.
- Para ela secar! - respondi.
No princípio nem sequer percebi a pergunta, portanto dei apenas a resposta que me pareceu mais óbvia e continuei a tomar café enquanto folheava as páginas do Diário de Aveiro. Pelo canto do olho, enquanto pousava a chávena pela última vez, vi o vulto que me fizera a pergunta afastar-se em direcção à porta de saída.
- Não tem mulher, é o que é... - disse.
Saí dali com aquela última frase a ecoar dentro do meu cérebro, sem conseguir tirar conclusão nenhuma sobre a mesma. Quando cheguei a casa troquei as camisolas para um varão de dentro e deixei a roupa pendurada de forma mais discreta.
12 comentários:
Perguntasses se ela estava interessada em estender-te a roupa.
Estende sim, e a janela, não há nada melhor q secar a roupa ao solinho e ao ar puro.
Realmente, quadradona!
lol....
Deixa lá... Uma ressabiada q queria q o marido também lhe pendurasse a roupa ;-)
Uma conclusão um pouco estranha. Um casal pode dividir as tarefas e ser o homem que pendura a roupa...até porque o homem poderá ter mais força e braços mais compridos e ser assim o mais certo para o fazer :)
Sempre estendi a roupa no mesmo sitio, à vista de toda a gente que passasse por ali. Nunca tinha ouvido qualquer tipo de comentário ao tipo de roupa que usavámos ou a qualquer peça em especial, até ao dia em que me separei e o meu ex marido foi viver para outro lado.
Um belo dia, estava também eu a tomar café no tasco lá da aldeia e alguem me veio segredar que eu não devia meter as minhas cuecas fio dental a secar às vistas das pessoas, que já se comentava por lá que eu usava disso!... Resumindo, mulher casada usar fio dental ninguem liga, mulher divorciada continuar a usar o que sempre usou e meter a secar no mesmo estandal de sempre, é provocar os machos da aldeia...
Mas não era uma crítica ao seu modo de pendurar a roupa, :D.
É que há algumas mulheres, para não dizer quase todas, que são mais machistas que os homens. Muito mais!
O grave é que somos nós que depois incutimos esses conceitos ao nossos filhos, futuros Homens.
Eu tenho a mania de conjugar a cor das molas com a cor da roupa que seguram, coisas...
Fique bem.
Margarida
Maria Varredora Pau de Vassoura , concordo, embora encontre coisas melhores para fazer do que pendurar a roupa. :)
mulher, às tantas. :)
redonda, concordo... :)
margarida, concordo... e a história do fio dental é mesmo interessante. já assisti a coisas parecidas. :)
A história do fio dental não é minha, lol.
É outro "anónimo" eu assino os meus comentários.
Margarida
margarida, peço desculpa. :)
Costuma-se dizer que o veneno só faz mal se o engolir-mos por isso o melhor é ignorar as provocações manter a nossa convicção. :)
olga, boa. :)
"- Não tem mulher, é o que é... - disse."
Está bem, está. Armada em parva, é o que é. Como escreveu, e bem, a Maria Varredora "Perguntasses se ela estava interessada em estender-te a roupa".
Encontrei o seu Blog por acaso e pelo que li até agora, esta foi a que mais me fez rir. Adorei.
São este tipo de coisas simples que toda a gente critica na hora mas na realidade quando se transcreve, se observa o ridículo da situação.
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