coisas que fascinam (169)
É quando o Amor nos corre mal que percebemos que o mundo é estúpido. Mesmo estúpido, todo ele, desde o café matinal que perde o sabor até aos aviões que vemos no céu, dos quais deixamos de tentar adivinhar em segredo a origem e o destino. O mundo é estúpido simplesmente porque tudo continua a funcionar quando, tal como o nosso Amor, devia estar parado.
Encontrei-a num desses dias em que inexplicavelmente o mundo estava a funcionar e, inexplicavelmente também, os cafés estavam abertos. Abanei os ombros quando ela me perguntou se estava tudo bem e sentei-me na mesma mesa, mais por obrigação do que por vontade. Um televisor sujo mostrava uma telenovela qualquer.
Saímos dali e ela ordenou-me que a acompanhasse. Percorremos as ruas dum bairro suburbano a passo de caracol, até entrarmos num automóvel cuja porta direita não fechava bem.
- Tens que sair e fechar por fora. A mola partiu. - disse ela.
Foi a única coisa que disse durante as várias horas em que percorremos a praia de forma pendular, ao som das ondas que não conseguíamos ver. É verdade que hoje, quando a encontro, ela me costuma sorrir e dizer que lhe dei uma bruta seca nessa noite. Eu, pela parte que me toca, lembro-me dela como a mulher que parou o mundo.
Encontrei-a num desses dias em que inexplicavelmente o mundo estava a funcionar e, inexplicavelmente também, os cafés estavam abertos. Abanei os ombros quando ela me perguntou se estava tudo bem e sentei-me na mesma mesa, mais por obrigação do que por vontade. Um televisor sujo mostrava uma telenovela qualquer.
Saímos dali e ela ordenou-me que a acompanhasse. Percorremos as ruas dum bairro suburbano a passo de caracol, até entrarmos num automóvel cuja porta direita não fechava bem.
- Tens que sair e fechar por fora. A mola partiu. - disse ela.
Foi a única coisa que disse durante as várias horas em que percorremos a praia de forma pendular, ao som das ondas que não conseguíamos ver. É verdade que hoje, quando a encontro, ela me costuma sorrir e dizer que lhe dei uma bruta seca nessa noite. Eu, pela parte que me toca, lembro-me dela como a mulher que parou o mundo.
13 comentários:
Vês, já aprendeste a primeira lição: todas nós queremos ser lembradas como a mulher que parou o mundo :P
Muito Bonito!
Lola Pançola, :)
Guilherme Garcia, :)
Essa senhora é uma boa samaritana. Aturou-te em "noite-não".
(Isto há gente com sorte!)
Um dia ainda gostava de ser assim especial para alguém... a mulher que consegue parar o mundo.
:))
Beijinho Bagaço
Um dia ainda gostava de ser assim especial para alguém... a mulher que consegue parar o mundo.
:))
Beijinho Bagaço
Parar o mundo de vez em quando é bom.
A recordação dessa paragem é que pode ter diversas interpretações.
Beijinhos Marianos, Bagacinho! :)
ejsantos, às vezes há... nem sempre. :)
ac, :)
maria eu, pois... pode sempre. :)
Lembramo-nos sempre das histórias de maneira diferente...mas ao menos que a nossa seja a melhor =)
ok, isto foi bonito de se ler :) Aliás, como já seria de esperar!
nada, yep. :)
joana rosa, obrigado. :)
"O mundo é estúpido simplesmente porque tudo continua a funcionar quando, tal como o nosso Amor, devia estar parado."
É mesmo isto :) obrigada! Às vezes as coisas custam mais a suportar quando não sabemos verbalizá-las.
estudante, obrigado. :)
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