9.30.2006

coisas que fascinam (8)

via sms: “hoje queria abrir uma excepção, estar ctg e ser carnívora”

A letra L



A Letra L, de nome original “the L world” é uma série sobre mulheres. Nunca tinha visto (qual é o divorciado que fica sábados à noite em casa a ver televisão?), mas a sério que vale a pena. Fiquei fan, o que não quer dizer que no próximo sábado fique em casa. Se alguma boa alma em Aveiro tem o hábito de gravar isto, diga-me por favor... a sério. Bem-vindos ao primeiro casamento de celebridades lésbicas com patrocínios.

9.29.2006

desassistidas

Passaram por aqui as desassistidas. Vale a pena irem lá dar uma assistência. Gostam de atum em lata (e na lata). Acham que quando o assunto é relacionamento, o que vale mesmo é ir à luta! defender o território mas não urinar nele.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (15)



Nome: Audrey Tautou
Origem: França
info: Actriz que todos, mas mesmo todos, gostariam de poder não conseguir compreender.
imdb

pensamentos catatónicos (11)

A responsabilidade de não a ter abraçado a noite inteira é toda minha. Foda-se, quem me dera ser irresponsável.

9.28.2006

guetos

Talvez seja a altura de percebermos que os problemas das mulheres no nosso país não são, de facto, problemas SÓ das mulheres, mas de todos. Se alguém tem mais dificuldades em arranjar ou manter emprego por ser mulher, se alguém tem dificuldades em fazer-se ouvir por ser mulher, se alguém qualquer coisa má por ser mulher, esse é um problema de todos. Criar guetos tipo o fórum mulher da TSF, tipo Movimento Democrático das Mulheres ou outra coisa qualquer é um erro. É aumentar ainda mais a distância que possa existir. É só um desabafo, e é também só a minha opinião. Uma coisa garanto: nunca participaria num fórum em que só homens pudessem falar.

conversa 19

Ela – Vais comer atum directamente da lata?
Eu – Sim, apetece-me...
Ela – Vê-se logo que és homem.
Eu – Não sei, acho que já vi mulheres a comer atum da lata. Não me recordo de nenhum momento em particular mas acho que já vi.
Ela – Não acredito.
Eu – Queres uma lata? Este atum é espectacular...
Ela – Euuuu?! Achas?!
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

coisas que fascinam (7)

1)***** esteve ao meu lado três horas enquanto eu punha música num bar.
2)******** deu-me uma mão cheia de berlindes e um abraço cheio de tempo.
3)***** estava cansada e adormeceu no meu ombro. Eu deixei-me estar.

9.27.2006

pensamentos catatónicos (10)

O amor tem a mania de se instalar em nós e ficar aí a morar. A paixão tem a mania de sair à noite e meter-se com toda a gente. Deve ser por isso que de vez em quando se zangam...

a fada oriana



Sophia de Mello Breyner

“A Fada Oriana” foi o primeiro livro que li na minha vida, pelo menos estou convencido disso. Foi uma prenda duns amigos de Coimbra dos meus pais, numa visita de fim de semana. Acho que posso dizer que foi um bom começo.

9.26.2006

Acontece

Acontece que vieste e sussurraste-me ao ouvido.
Acontece que te despiste, atiraste as tuas roupas para trás do sofá e sorriste.
Acontece que serenei, vi a luz que entrava pelos buracos da persiana amarrar-te as mãos, e percorri com a língua os teus rios, florestas e montanhas.
Acontece que te vi a esbracejar como um peixe fora de água, e entrei em todo o lado erecto como uma tábua.
Acontece que o suor lubrificava sem mágoa.
Acontece que explodimos num mar de espuma, esperma, baba e ranho.
Acontece que, sozinho, te vi nua enquanto tomava banho...

in "Numa Avenida de Merda", Ivar Corceiro. Edições Mortas 2005

[de repente lembrei-me do momento em que escrevi isto e apeteceu-me pôr aqui]

coisas que fascinam (6)

1)Fomos à praia, ela ensinou-me a fazer um anjo na areia. Eu ensinei-a a fazer sereias.
2)Estava no café. Ela perguntou-me se era eu que escrevia a crónicas da cidade que sopra no jornal regional. Que sim, respondi. Continue, insistiu ela. Era bonita. Depois foi-se embora.

Vanessa Fernandes



Uns tipos que jogam futebol, e que nos representaram no últimos mundial da Alemanha, e que ganham mais dinheiro num mês do que um português médio a trabalhar anos a fio, pediram isenção de impostos nos prémios que receberam da Federação Portuguesa de Futebol. Nem sequer venceram a prova.
Vanessa Fernandes tem 18 anos, ganhou há dias a etapa chinesa da Taça do Mundo de Triatlo e igualou o recorde internacional de 12 vitórias consecutivas na taça do mundo deste desporto. Colocou definitivamente o nome de Portugal na História da modalidade. A Sic fez uma reportagem onde apenas a ouvi dizer que Portugal pode sempre contar com ela no que sabe fazer melhor, mas a verdade é ela não faz capas de jornais nem abre noticiários televisivos. Será por ser mulher?

Vanessa Fernandes

9.25.2006

Mulheres preferem homens menos másculos para pais

Mais um artigo sobre as preferências das mulheres, desta vez no mundopt. Agora preferem homens menos másculos para pais dos seus filhos, mas mais másculos para aquilo que se chama relações de curto prazo. Transcrevo o artigo a seguir:

Além de escolherem homens menos másculos para pais dos seus filhos, as mulheres conseguem-se aperceber se estes serão bons pais, apenas com um olhar, revela uma investigação americana.

Contrariamente ao que pareceria lógico à primeira vista, as mulheres escolhem homens menos másculos para futuros pais.
Curiosamente, conseguem percebê-lo apenas olhando para o rosto do homem.
As mulheres apercebem-se se um homem gosta ou não de crianças através dos seus traços fisionómicos, e usam essa informação quando escolhem marido.

Os 'machos' com aspecto mais másculo fazem parte, no entanto, das preferências femininas quando se trata de relações afectivas breves.

Assim, homens com traços faciais redondos, barba pequena e olhos relativamente grandes são considerados pelas mulheres como potenciais bons pais, de acordo com um artigo publicado na revista britânica Proceedings.

Segundo o estudo, levado a cabo por investigadores das Universidades de Chicago e Califórnia, os actores Tom Hanks ou Leonardo Di Caprio entram na categoria de potenciais bons progenitores. Por outro lado, o actor norte-america Mickey Rourke é apontado como um exemplo de sedutor a curto prazo.

Os cientistas analisaram o nível de testosterona de 39 voluntários masculinos, que tiveram de escolher entre a fotografia de um adulto ou um bebé.
Posteriormente, as imagens do rosto dos voluntários foram apresentadas a 29 estudantes, que coincidiram em apontar como mais interessados pelas crianças aqueles que apresentaram um nível de testosterona mais baixo.
Por sua vez, os homens identificados como os mais másculos registaram, de facto, um índice de testosterona elevado.

Dario Maestripieri que coordenou a pesquisa, considera que esta vem confirmar a teoria da evolução, segundo a qual as mulheres dão prioridade a homens que, à partida, são a favor da ideia de se tornarem pais.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (14)



Nome: Christina Ricci
origem: EUA
info: A menina da família Adams... eu tinha 20 anos quando o filme saiu, a Cristina tinha 11. Achei-lhe piada na altura, muito por culpa do lado cénico do filme. Depois, só me lembro de a ter visto a partir do The Opposite of Sex, altura em que passei a desejar poder não compreendê-la.
imdb

Coisas que fascinam (5)

1] Por sms, ela disse-me que o coração não aguenta o peso das pedras nem dos búzios, apenas o das nuvens. Por sms, respondi-lhe que é por isso que as tempestades começam nas nuvens.
2] A Diana, do make the difference, também já respondeu ao desafio. Deixem-me lá mandar esta boca que pode parecer... assim... inoportuna. Ela tem uma qualidade excepcional para mulher: detesta ir às compras.

9.24.2006

pensamentos catatónicos (9)

Às vezes a distância aproxima as pessoas e a proximidade afasta-as.

9.23.2006

conversa 18

(depois de eu pedir um fino)
Ela – Tem calma, bebe mais devagar...
Eu – Eu estou a beber devagar...
Ela – Não estás nada. Bebes muito depressa. Bebe mais devagar.
Eu – Agora vais começar a controlar a velocidade com que eu bebo cerveja?
Ela – Vou, se achar que devo vou mesmo.
Eu – Não vais não.

(passados, mais ou menos, 10 minutos)
Ela – Ainda pensas na tua ex-mulher. Sinto isso.
Eu – Claro que penso. Estive com ela 15 anos, é normal que me vá lembrando dela.
Ela – Se ela quisesse tu voltavas para ela.
Eu – Não, por acaso neste momento não.
Ela – Estás a mentir, é claro.
Eu – Mas posso saber porque é que estás com esta conversa?
Ela encolhe os ombros.
Eu – Desculpa lá. Estou um bocado cansado de pessoas que acham que sabem mais de mim do que eu próprio. Preciso dum intervalo...
Ela – Não te queria chatear.
Eu – Pois, mas conseguiste.
Ela – Isso só quer dizer que voltavas...
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

(passados, mais ou menos, cinco minutos)
Ela - Vais pôr esta conversa no teu blog? Não vais, pois não?
Eu - Vou.

9.22.2006

the ideal crash

Passaram por aqui, são mulheres, e foram simpáticas. Dêem lá um salto ao the ideal crash. Vale a pena. Só os Alpha Boys é que podem continuar sozinhos à vontade, pelo menos no que depender de mim...

mulheres artistas que não compreendo (5)



Dorothea Lange

Não é minha contemporânea. Nasceu no mesmo ano que o cinema dos irmão Lumiére, 1895, e morreu em 1965, nos EUA. Foi fotógrafa quando ser fotógrafo ainda tinha muito que se lhe diga, principalmente na área do fotojornalismo. Não havia máquinas digitais, obviamente, e mesmo a fotografia química era totalmente manual. Era preciso medir a luz em pouco tempo, ter uma enorme experiência para conseguir, em fracções de segundo, decidir por uma abertura de diafragma e uma velocidade de obturação. A par disto, Dorothea Lange conseguiu fazer um trabalho exaustivo e dignificante da depressão dos anos 30 nos EUA.
A sua fotografia mais conhecida “mãe migrante” (em cima), de 1936, não deve ser vista como modelo do seu trabalho. A quem não conhece, aconselho, mas aconselho mesmo, a pelo menos fazer uma pesquisa no google e ver mais fotografias desta senhora que, definitivamente, eu gostaria de ter tido oportunidade de não compreender. Se tivesse sido possível.

pensamentos catatónicos (8)

Tenho a certeza que a amo. Tenho mesmo. Só não tenho a certeza que estou apaixonado por ela. Que merda, pá.

coisas que fascinam (4)

1)Hoje vi-a no bar do costume. Não a abracei nem lhe disse nada de especial. Só lhe pisquei o olho uma vez. Não sei porquê, acho que é melhor assim. Também não sei porquê, tenho um buraquinho na alma.
2)A JP já respondeu ao desafio. Durante a resposta foi só ver se os dois gajos estavam tapados, que o tempo tinha arrefecido e já lhe tinham pedido o edredão. A JP é bonita.

9.21.2006

as mulheres preferem apaixonar-se pelos gordos

Aqui está uma má notícia, pelo menos para quem se esforçou por emagrecer nos últimos meses e, de facto, conseguiu: as mulheres preferem apaixonar-se pelos gordos. Apetece-me dizer “foda-se”, mas como é asneira vou só pensar. Transcrevo a seguir a notícia, mas quem desconfiar da sua veracidade pode ir Lê-la aqui. Eu vou começar outra vez a comer francesinhas...

Porque é que as mulheres preferem apaixonar-se pelos gordos?

Porque tendem a ser mais fieis do que os magros. É pelo menos o que afirma o grupo alemão de pesquisa de mercado, Forsa, que concluiu que os homens com peso médio tendem a ser duas vezes mais infiéis do que os de peso avantajado.
Porquê? você poderá apressadamente ter concluído que é porque eles têm menos oportunidades do que os outros. Mas enganou-se!. Ele tendem a enganar menos as suas parceiras, porque estão mais inclinados para o sexo seguro! Mais, os homens mais pesados são menos propensos a visitar bordeis ou utilizar as chamadas telefónicas de conteúdo sexual

Neste estudo foram entrevistado 1000 alemães com idades compreendidas entre os 31 e os 69 anos, e questionados sobre os seus interesses sexuais.
Os resultados:
homens com peso normal; 23 por cento estavam disponíveis para ter um caso (ilícito).
homens com peso moderadamente superior: 19 por centos estavam disponíveis.
homens gordos: apenas 11 por cento estavam disponíveis para enganar as mulheres ou as namoradas.

Os investigadores insistem que este comportamento (dos gordos) não se deve a falta de oportunidades mas como já se referiu a uma inclinação por sexo seguro.

conversa 17

Ela - Eu gostava de gostar duma pessoa de quem não gosto muito. Infelizmente gosto d'outra de quem não gosto muito de gostar, percebes?
Eu abano afirmativamente a cabeça.
Ela – Sabes que são essas duas pessoas?
Eu abano negativamente a cabeça.
Ela – Não digas a ninguém. Gosto muito do ******, gosto mesmo, mas preferia gostar do ******.
Eu (em pensamento) – Foda-se! Nem faço parte da lista.

9.20.2006

mulheres que eu gostava de poder não compreender (13)



nome: Magida el Roumi
origem: Líbano
info: Música, bonita, resistente, sensual.
site

coisas que fascinam (3)

1) fiz-lhe tortelinni às duas da manhã.
2) a [t] respondeu. Tem energia white mas o vermelho percorre-lhe o corpo.

pensamentos catatónicos (7)

eu queria, a sério que queria, mas agora não me apetece.

9.19.2006

mulheres artistas que não compreendo (4)



Cristina Valadas

Nasceu no Porto, em 1965. Para ser sincero não a conhecia, mas vi a página dela na net e gostei muito. Não compreendo, mas gostava de compreender. Este é o site dela.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (12)



nome: Penélope Cruz
origem: Espanha
info: É preciso? Vi-a ontem no "Volver" e pronto...
imdb

conversa 16

(entre homens com uma mulher a assistir)

Ele – as portuguesas são muito fechadas.
Eu – não podes dizer isso. Há tantas portuguesas.
Ele – Pois, mas as estrangeiras são mais abertas.
Eu – Vá, não digas mal das portuguesas que eu gosto muito delas.

9.18.2006

coisas que fascinam (2)

Ela cheira bem e abraçou-me.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (11)



nome: Lura
origem: Cabo Verde
info: É a nova Cesária, pelo menos é o que dizem. Também é bonita, tem uma voz encantadora, é sensual e um amor. Só isso...
site

conversa 15

(ao telefone)

Ela – Então, tá tudo?
Eu – Tá tudo...
Ela – Tás bem?
Eu – Sim, tou bem...
Ela – Então tás fixe...
Eu – Iá...

9.17.2006

desafio

A Divas lançou-me um desafio. Está bem, disse eu, gosto de conversas de treta. Gosto mesmo. É só falar, aleatoriamente, de seis coisas sobre mim.

1)Sou o sócio 4060 do SC Beira-Mar. Sou sócio deste clube desde pequenino mas interrompi a ligação enquanto estive desempregado, por razões mais ou menos óbvias. Fico realmente triste quando o Beira-Mar perde um jogo.
2)A única bebida doce que bebo é Sumol de laranja com gás. Para além disso só cerveja, vinho e água.
3)Gosto de ir à praia no Inverno, sozinho, à noite. Para além disso, o que mais gosto é de escrever e fazer filmes, para além de também adorar não compreender mulheres.
4)Não compreendo as mulheres, mas se não existissem mulheres recusar-me-ia a viver neste mundo.
5)Divorciei-me há muito pouco tempo duma relação de 15 anos e tenho uma filha com sete. Olho para ela e não me consigo arrepender de nada.
6)Quando era pequenino comprava pacotes de manteiga e comia-os à colherada, às escondidas dos meus pais. Em adulto, e quando vivia no Porto, comia em média três francesinhas por dia (duas ao almoço e uma ao jantar) num sítio que se chamava Confeitaria dos Pipinhos (em Gaia). Cheguei a ter 105 quilos. Agora tenho 84.

desafio a
Fausta
[ t ]
Scelta
Diana
JP
conchita

9.16.2006

coisas que fascinam (1)

Ela deu-me uma pipoca à boca. Depois tirou-a, mesmo antes de a poder trincar, e comeu-a. Depois riu-se e abanou os pés várias vezes celebrando aquela pequena vitória.

conversa 14

Ela – Sabes?! Nunca sei quando é que estás a mentir ou a dizer a verdade.
Eu – Isso não é um problema, se tu quiseres...
Ela – Porquê?
Eu - Escolhes ser tu a decidir se o que eu digo é verdade ou mentira.
Ela fez cara de quem não entendeu.
Eu – É difícil perceber?
Ela – É difícil aceitar...

9.15.2006

mulheres que eu gostava de poder não compreender (10)



nome: Kim Basinger
origem: Georgia, EUA
info: Ai, ai... (longo suspiro)
imdb

Pensamentos catatónicos (6)

Decidi que amar não é apenas uma questão de oportunidade. É, principalmente, uma questão de oportunidade,

9.14.2006

Pensamentos catatónicos (5)

Ela disse que me deixava dizer-lhe que a amo um bilião de vezes. Já disse onze vezes. Não sei quantas vezes faltam.

[update]
ok, acabei de escrever isto e já recebi um email a explicar que, segundo as normas internacionais (que em Portugal são as que estão na moda), faltam 999999999989. Parece que na França e nos EUA um bilião não é o mesmo. Obrigado à C. que foi muito útil.

mulheres artistas que não compreendo (3)



Sylvie Fleury
nasceu em 1961 em Genebra, na Suiça, onde ainda vive.

Tem mais dez anos do que eu. Acho bem, somos compatíveis. Acha que o mundo é um cesto de compras. Pelo menos “Cesto de Compras” foi a obra que a tornou mundialmente famosa. Não é coincidência que Fleury tenha nascido numa altura em que se acreditava no capitalismo como um sistema económico e social ideal. Acha que o desejo satisfeito leva a que se deseje mais. É bonita, muito bonita. Na imagem “First Spaceships on Venus”, de 1996.

conversa 13

(ao telefone)
Ela – queres ir fazer um joguinho de snooker?
Eu – desculpa lá, hoje não me apetece mesmo jogar snooker. Não queres antes ir beber um copo?
Ela – Se calhar... onde?
Eu - No Clandestino...
Ela – Clandestino, Clandestino... Há vida para além do Clandestino, pá. Não queres ir a outro sítio?...
Eu – Ok, diz-me tu um...
Ela – Sei lá... um bar qualquer.
Eu – O Clandestino é um bar, só não é um bar qualquer. É o melhor bar da cidade.
Ela – Pois, eu até bebia um copo, mas no Clandestino não me apetece. Estou farta.
Eu – Podes vir a minha casa. Bebemos aqui um copo e vemos um filme.
Ela – Annnnnnnh! É melhor não. É muito cedo para isso...
Eu – Mas é quase meia-noite.
Ela riu-se.
Eu fui ao Clandestino sozinho.

[update] lição nº 2 da Fausta Paixão:
Lição nº 2 - mesmo usando de subtilezas a mulher é um ser do tipo "bate e foge", por isso é preciso ser mais original para atrair a presa.

9.13.2006

pensamentos catatónicos (4)

Senti-me a levitar. Mas não estava.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (9)



nome: Pipi das meias altas
origem: Suécia
info: mais uma tara de puto
site

anjo andrajoso

Comunicações

O vento tinha-me comido
parte da cara e das mãos.
Chamavam-me anjo andrajoso.
Eu esperava.

de Alejandra Pizarnick

conversa 12

Eu – viste o Pedro por aí?
Ela – Vi...
Eu – Aonde? Estou desesperado à procura dele...
Ela – Ah! Hoje?! Não, hoje ainda não vi.

9.12.2006

Lilly Rose

É uma boa notícia. Não sonhou com a password, mas a Lilly Rose regressou. Diz ela que com mais intensidade.

Ne me quitte pas...
Ne me quitte pas...
Ne me quitte pas...
Ne me quitte pas...

conversa 11

Eu - Queres sair daqui?
Ela - Onde?
Eu - A minha casa...
Ela - Não.

[update]

A propósito desta conversa, a Fausta Paixão faz o seguinte comentário que agora promovo a post:

"lição nº 1 - as mulheres gostam de subtilezas.

(diz-se que têm uma visão arredondada das coisas; os homens, esses, têm uma visão aguçada e dirigida a um único objectivo... dizem...)"

mulheres que eu gostava de poder não compreender (8)



nome: Nawal Al-Zoghbi.
origem: Líbano
info: é a Diva libanesa do momento, se é que é momento para estas coisas...
site

mulheres artistas que não compreendo (2)



Meret Oppenheim
(nasceu em 1913, em Berlim, morreu em 1985, na Suiça)

Fez milhares e milhares de trabalhos. O mais conhecido, no entanto, é um dos seus primeiros. Dá pelo nome de "pequeno-almoço em pele" (na imagem).
Uma vez disse que a liberdade não é algo que nos é dado, mas algo que temos de conquistar.

a espaços com os dias

Há um cigarro que me fuma há alguns minutos. Há um risco a rasgar o vidro embaciado da cozinha, feito pelo dedo duma mulher que agora entra no automóvel lá fora. Posso vê-la daqui. Há alguma loiça por lavar: dois pratos rasos e pretos, dois copos de vinho, dois garfos, duas facas, uma travessa e uma panela. Um dos copos está quase cheio e o vinho ainda dança dentro dele, tal a violência com que foi pousado. Também se assustou, o copo, e até agora manteve-se em silêncio. Lá fora ela já pôs o motor do carro a trabalhar, já acendeu os médios, já deixou os limpa pára-brisas dizer que não duas vezes, como um dedo indicador zangado, para secar a neblina adormecida no vidro. Dizer que não. Agora arranca.
Há uma rua que já calcorreei descalço quando era criança, que já me viu jogar ao pião e à bola, fazer uma casa com tijolos roubados nas obras do prédio novos e que, entretanto, já envelheceram. Há essa rua, e ela agora pede-me força. Diz-me que o problema não é assim tão grande, e que mesmo o que é grande às vezes não o chega a ser. É só impressão nossa, diz ela, olha para mim. E eu olho. Está molhada e triste.
Há um lugar vago no parque de estacionamento, outro lugar vago em mim. São espaços por ocupar. Só isso. Se calhar somos todos assim: um complexo de espaços que vamos ocupando com os dias e que, quando ficam desocupados, se transformam em pequenas feridas. A minha rua sabe que as pequenas feridas às vezes doem mais. São mais fininhas e cortantes.
Há uma repetição nas noites, e cada uma é o espelho da anterior, sempre com a incerteza de que a noite não se vê ao espelho. Que é escura, sopra-me ela ao ouvido. Ela, a noite, e continua que não se pode ver e que gosta que seja assim. Há uma noite que me diz para entornar a merda do copo de vinho onde a merda do vinho dança, para limpar a merda do traço na merda do vidro embaciado e cuspir-lhe até, se for preciso. Se for preciso, repete. É preciso, grito-lhe. Há uma noite que a minha rua não é de facto grande, e que há mais ruas onde mais crianças jogaram à bola e ao pião, e que há mais ruas com lugares vagos para estacionar. Há mais ruas.
Há uma cerveja que respira em cima do balcão dum bar. Há ao lado dela um banco para me sentar. Um espaço para ocupar, penso. Sento-me. Sento-me, sento-me, sento-me, sinto-me. Sinto-me. Outra cerveja, peço. Há um cheiro a perfume duma loja do chinês e um braço que se encosta ao meu. Há uma mão que agarra a minha, e una cabelos que me orbitam como libelinhas excitadas. Há uma voz que me mente e que eu quero que minta. Se calhar somos só isso: uma mentira com espaços, muitos, para ocupar. Para preencher.
Há tremoços e amendoins, diz a empregada. Que não, respondo-lhe. Muito obrigado. Mais uma, não, duas cervejas.

também publicado no bagaço amarelo

9.11.2006

Conversa 10

Ela – Ajudas-me ali?
Eu – Ajudo... o que é que precisas?
Ela (puxando-me o braço) – Anda cá, anda cá...
Eu acompanhei-a do exterior da casa para a sala.
Ela – Sabes?! É o meu namorado. Está ali na sanita há mais duma hora e não consegue sair... bebeu muito. Vamos levá-lo para um colchão...
E eu fui.

mulheres artistas que não compreendo (1)



Barbara Hepworth
(nasceu em 1903 e morreu em 1975, na Inglaterra)

No princípio, como escultora, Barbara Hepworth fez obras representativas em pedra de pessoas e de animais, exibidas com o seu primeiro marido, John Skeaping. Em 1931 conheceu o pintor Ben Nicholson, com quem se veio a casar mais tarde e, ambos, foram fazendo uma aproximação gradual à abstracção. Uma das suas primeiras grandes obras abstractas é “Três formas” (na imagem), de 1935.

pensamentos catatónicos (3)

São quase duas da manhã e ela telefonou-me. Ela telefonou-me, ela telefonou-me, ela telefonou-me!

9.10.2006

Hipatia

A Hipatia passou por aqui. Não compreende que eu não compreenda as mulheres e quer dar-me um curso. Não acredito que (porque não sei se compreendi muito bem o facto de poder escolher o número de lições nem sei se compreendi os saltos altos) possa ser um curso breve... :)

[update]
comentário da Hipatia que eu acho que deve ser promovido a post:

"Tenho para mim que, caso os homens compreendessem a paixão que uma mulher pode sentir por um par de sapatos e ainda o prazer e sacrifício que é andar montada em cima de oito centímetros de salto, ficavam logo a compreender as mulheres. Quantas lições achas que precisas?"

mulheres que eu gostava de poder não compreender (7)



nome: Susana Baca
origem: Perú
info: Quem já a ouviu cantar percebe bem...
site

pensamentos catatónicos (2)

É loira, é bonita e conduz uma carrinha pão de forma. Não... não vai aceitar quando eu a convidar para jantar.

9.09.2006

Conversa 09 – parte II (às cinco da manhã, mais coisa, menos coisa)

Eu – não bebo mais, está bem. Obrigado na mesma...
Ela – Não bebes mais?!
Eu – Não, amanhã trabalho e tenho que acordar mais ou menos cedo... tenho um almoço.
Ela – Mas amanhã é sábado!
Eu – Sim, às vezes trabalho aos sábados e domingos...
Ela – Xiiiii... ninguém devia ir trabalhar aos fins de semana...
Eu – Porquê? Às vezes não é assim tão mau.
Ela – Ia-te convidar para ir ao cinema. Aceitavas?
Eu – Pois... eu trabalho num cinema...
Ela – Qual?
Eu – Não é cá em Aveiro. É no **********, em *******. Mas aceito, se me quiseres convidar na segunda-feira.
Ela – Às segundas não vou. É mais barato e depois é só gente...
Eu – Mas ias-me convidar no fim de semana...
Ela – Pois ia, mas tu trabalhas...

conversa 09

(os dois já levemente alcoolizados numa festa particular)

Ela – Não sei... tenho uma tendência para homens mais velhos do que eu...
Eu – Mais velhos?! Por algum motivo especial?
Ela – Acho-os... acho que é por causa da experiência.
Eu – Não sei, a mim a única coisa que a experiência me ensinou foi que a experiência não vale nada.
Ela ri
Eu – Ris de quê?
Ela- Isso quer dizer que a experiência já te ensinou alguma coisa.
Eu – Se calhar...

pensamentos catatónicos (1)

Ela tem um “je ne sais pas quoi”. Só lhe falta o “je sais quoi”.

9.08.2006

Borbulha cor de rosa

A Borbulha cor de rosa passou por aqui. Não disse nada mas eu apanhei-a. Os Breeders estarem a preparar um novo cd de originais não é uma má notícia, mas também não é uma boa notícia. No fundo é só uma notícia.
A vantagem do pensamento é ser silencioso e, por isso, é que podemos gritar "foda-se" mesmo que estejamos no gabinete do Dr. Kaligari. Pois é.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (6)



nome: Maggie Gyllenhaal
origem: Nova Iorque, EUA.
info: Foi mais a partir do filme "a secretária". Foi, foi. Pois foi...
site oficial

beijos e carne

Os teus beijos deixaram-me marcas na carne
Vendi as últimas unhas postiças na loja
(do vermelho translúcido de que tu gostavas)
para comprar uma garrafa de brandy barato, muito barato.

Crava-se-me no peito um grito,
como um bico enfurecido de jovem gaivota

A banalidade da vida surge como um punhal
e deixa um rasto de sangue morno nas paredes negras do cais.

(excerto do poema Ilhéus II, in”A Qualidade do Sangue”, de Fátima Araújo, Edições Mortas 1995)

9.07.2006

mulheres que eu gostava de poder não compreender (5)



nome: Heidi
origem: Áustria
info: foi a minha primeira aventura emocional. Sim, tinha cinco anos...
site dela

9.06.2006

conversa 08

Ela – O meu pai não me deixa dormir fora de casa...
Eu – Mas... não é fora de casa. É dentro da minha casa!
Ela – Pois... (ri-se)
Eu – Mas... desculpa lá, posso perguntar-te a idade?
Ela – Não venhas com essa agora... já sabes muito bem.
Eu – Se calhar não.
Ela – Fiz trinta e dois em Março, mas fica a saber que não se deve perguntar a idade a meninas. É uma maneira de as afastares...
Eu – Já ouvi isso em qualquer lado, mas nem sequer percebo muito bem porquê...
Ela – Porque é assim...
Eu – Mas afasto-as porquê? É isso que não entendo.
Ela – Porque não se deve perguntar a idade.
Eu – Na verdade, se ela com mais de trinta anos têm um pai que não as deixa dormir fora, tanto me faz que se afastem como não. É igual.
Ela – Agora afastaste-me de vez.
Eu (só pensamento) – Foda-se!

uma mulher que passou por aqui...

make the difference

mulheres que eu gostava de poder não compreender (4)



nome Sandra Kim
origem: Montegnée - Bélgica
info: vi-a cantar o "j'aime la vie" no festival da eurovisão em 1986 (acho eu) e foi amor à primeira vista.
site oficial

[update]
descobri, no youtube.com, o vídeo original da Sandra Kim também original.

conversa 07

Ela – Estou farta de ouvir em Israel. Agora toda a gente anda a falar sobre esses gajos, mas o que é esses tipos têm de especial?
Eu – De especial acho que não têm nada, deve ser por causa da guerra no Líbano e do conflito do médio oriente em si... sei lá.
Ela – Líbano?! Mas onde é que fica Israel?
EU (só em pensamento) – Foda-se!

9.05.2006

mulheres que eu gostava de poder não compreender (3)



nome: Barbara Bain
origem: EUA (Chicago)
info: era a médica do Espaço 1999 (Dra Helena Russel). Nunca gostei daquele Commander John Koenig.
página do IMDB

conversa 06

Ela (olhando para o meu peito) – Tens uma nódoa na camisola...
Eu (bebendo uma cerveja) – Ah!... Não há crise
Ela – Vê-se logo que tens que te safar sozinho...
Eu – Como assim?
Ela – Lavar a roupa, cozinhar...
Eu – Eu lavo a roupa e cozinho sem problema nenhum há muito tempo. Passo a ferro e isso tudo. Não me custa nada.
Ela (com ar desconfiado) – Se o dizes...
Eu – Não percebo... estás a falar a sério?
Ela (rindo) – Naaaaa...
Eu – Sinceramente, preferia não ter esta conversa..
Ela – Não te zangues. Uma mulher faz muita falta a um homem. Faz ou não faz?
Eu – Depende da mulher e depende do homem, acho eu. Mas nunca faz falta por causa das tarefas domésticas, a não ser que a mulher seja a empregada lá de casa e morra ou então seja burra.
Ela – Epá! Tem calma.
Eu – Estou calmo. Só que também estou farto.
Ela – ok... (e foi-se embora)

9.04.2006

mulheres que eu gostava de poder não compreender (2)



nome: Yailene Sierra
origem: Cuba
info: não tem site, mas vi-a no filme Habana Blues
fotografia total

conversa 05

Hoje de manhã no comboio (percurso Aveiro-Porto).

Ela1 – Foi altamente, a festa do Avante, pá. Acredita que nunca tinha lá ido...
Ela2 – Só que agora voltar a casa... é uma seca. Outra vez o stress...
Ela1 – Ah! Stress não tenho. Estou desempregada.
Ela2 – Pois, é como eu.
Eu (só pensamento) – Foda-se!

mulheres que eu gostava de poder não compreender (1)



nome: irina
origem: kauhajoki (finlândia)
link: http://www.irinansivut.com/

conversa 03

Ela – Então como é que andas?
Eu – Mais ou menos. Estou vivo.
Ela – Andas triste?
Eu – Nem por isso...
Ela – Andas, andas...
Eu – Não, até nem ando.
Ela – Andas, andas. Tens que assumir que andas triste.
Eu – Mas... se eu não ando...
Ela – Pronto, já vi que não consegues. Assim nunca mais ficas bom.
Eu (só pensamento) – Foda-se!

conversa 04

Ela – Andas com a auto-estima em baixo, não andas?
Eu – Talvez... sei lá.
Ela – Não tens motivos nenhuns para isso...
Eu – Bem, motivos até tenho.
Ela – Se eu estivesse bêbada dizia-te uma coisa.
Eu – Só bêbada é que dizias?
Ela – (diz que sim com a cabeça)
Eu – E não queres beber?
Ela – (diz que não com a cabeça)
Eu – Então?
Ela – (encolhe os ombros)
Eu (só pensamento) – Foda-se!

conversa 02

Ela – Tu e eu só temos uma coisa a fazer: tirarmo-nos um ao outro de casa.
Eu – Se calhar tens razão.
Ela – Podemos ir ver um filme no sofá...
Eu – Amanhã posso telefonar-te?
Ela – Sim... se eu não estiver de ressaca.

conversa 01

Ela – Porque é me convidaste para jantar?
Eu – E tu, porque é que aceitaste ir ao jantar?
Ela – Vamos começar do princípio... porque é me convidaste para jantar se só me conhecias há dois ou três dias?
Eu – Apeteceu-me, pronto.
Ela – Não se convida alguém para jantar quando só se conhece essa pessoa há dois dias...
Eu – Não te sei explicar... as pessoas não são a preto e branco. Às vezes são cinzentas e não têm que saber explicar tudo o que fazem. É por isso que escrevemos, pintamos, fotografamos e essas merdas. Não nos sabemos sempre explicar. Acho eu...
Ela – Pois... mas tens que me dizer porque é me convidaste para jantar.
Eu (só pensamento) – Foda-se!