12.29.2006

juventude inquieta


Hoje comprei, por 4,99€, um dos filmes da minha vida (detesto esta expressão, mas pronto, agora não me lembro de nenhuma melhor) que encontrei num daqueles cestos que os hipermercados colocam estrategicamente para que as pessoas pareçam galinhas a competir por milho. Pois, lá fiz um bocado de galinha e trouxe o Rumble Fish (Juventude Inquieta), do Coppola, por um preço baixo.
Por falar em inquieto, há inquietudes que um divorciado não consegue contornar.

1)Sou capaz de tentar mudar o sentido da rotação do planeta Terra só para ir tomar um café com a *****. Bem, é um exagero, mas já telefonei a um colega de trabalho para trocar de horário de trabalho comigo só para ter tempo de o fazer. Está tudo bem contigo? Perguntou ele. Está, disse eu. Depois achei que tinha que justificar: vou sair com uma amiga.
2)O meu objecto cardíaco anda-se a queixar. Hoje disse-me que tenho que me acalmar. Disse-me que ando muito agressivo com as pessoas para quem não tenho paciência. É verdade, respondi-lhe. Chateio-me facilmente com conversas de café que considero inoportunas, com o tipo que me tanta passar à frente na bomba da gasolina, com a minha ex-companheira que quer falar delicadamente do passado, com o vizinho que me pergunta se sou eu que deixo a porta do prédio aberta à noite. Enfim, depois tenho consciência que não sou muito manso quando me enervo. As respostas variam entre o “E se fosses levar nesse cu de marmota bichona?!”, “ainda tem a mangueira da gasolina enfiada no rabo, é melhor ir colocá-la no sítio que eu estou à sua frente”, “eu não vou falar do passado, só me interessa o futuro” e “não, não sou eu, mas ontem deixei duas prostitutas lésbicas dormirem aqui na entrada. Se calhar foram elas”. Pronto, objecto cardíaco, se calhar inscrevo-me no yoga, ou uma merda qualquer parecida.
3)A conduzir nem se fala. Ainda bem que normalmente conduzo sozinho e de vidros fechados. As caralhadas que mando durante o dia pela boca não se chegam a ouvir lá fora, mas à noite ainda estão latentes no meu cérebro. E são tantas...

Basicamente, acho que perdi a capacidade de fingir que gosto das pessoas, perdi as regras de etiqueta e a calma, embora até me sinta calmo a maior parte do dia. A minha ex-companheira nem sequer é uma pessoa inoportuna, e é éne simpática para mim. Eu é que às vezes não retribuo, o que é uma merda. Ontem estive num bar da praia com a *****, mais ou menos três horas, e senti-me calmíssimo. É só às vezes, pá, que entro para o gang da juventude inquieta.

8 comentários:

Anónimo disse...

epá... eu vinha aqui para escrever umas cenas... mas vou-me já embora. Safa!!!

Ivar C disse...

oh, fausta, não te preocupes. Descobri uns impostores, aliás, uns tipos que resolvem estas coisas: http://www.portais.org/_redeluz/redeluz_index.htm

Cláudia disse...

Opá, mas porque é que tens tanta necessidade de alguém que goste de ti?

Sozinho às vezes também se está bem.

Ivar C disse...

sozinho, sozinho não se está assim tão bem, acho eu. o que acontece é que acompanhado, às vezes, também não. Pronto, voudeixarde ouvir oAntónio variações... ;)

Sónia disse...

(Ai, não resisto a deixar aqui o meu veneno...)´

Isto não será uma doença da moda? É que não é por nada, mas eu reconhece tantos desses sintomas, tantos, tantos!!!Sabes o que eu acho? Deviamos criar um movimento contra a "lixeira" cá do sitio, isto de certezinha que tem a ver com aquelas maravilhosas descargas de maus cheiros que somos obrigados a absorver com todos os sentidos e até pelos poros da pele...Isto justifica? Num sei nummmmm, mas pelo menos não fiquei calada, que era de certeza o que tu preferirias que fizesse, lol- foi mesmo para te irritar;)

Anda, manda-me lá para aquele lado...

Ivar C disse...

crystal, só para te irritar não mando, não mando, não mando! ;)

Sónia disse...

Chiça! és mesmo do contra!!!:(

Deixei-te um desejo no meu mar...

Beijo

Ivar C disse...

crystal, sou a favor de certas coisas, o que é não me lembro quais. :)