5.30.2008

mosca



Uma mosca na réstia do leite que atapeta o fundo do copo. Deve ter estado ali a noite toda, a debater-se com a morte naquele líquido lençol branco, enquanto eu me debatia com a vida entre os lençóis duma velha cama prisional. Primeiro com dificuldade, que nem os lábios jovialmente frescos duma ruiva com menos dez anos do que eu me despertavam o corpo, e a fálica excitação do meu pénis resumia-se a uma pequena frustração noctívaga. Depois ela cansou-se de tentar e adormeceu.

Uma mosca na réstia do leite que atapeta o fundo do copo. Aproveito o sono daquele anjo sem asas para percorrer a solidão do corredor do estabelecimento prisional abandonado onde, por causa dum erro profissional, passei quase toda a minha vida. Trabalhava para uma seguradora como assassino profissional. Era um trabalho fácil e bem pago: só tinha que dar um tiro de vez em quando em alguém que se preparava para gastar uma pipa de massa ao patrão, fosse numa operação num hospital privado, numa reforma milionária ou noutra merda qualquer.

Uma mosca na réstia do leite que atapeta o fundo do copo. Algumas gotas lácteas mancham os lábios do anjo, agora que volto à cela que já foi minha, e é pela Via Láctea que o anjo me vai levar. Adormeceu de barriga para baixo e o rabo dela é uma maçã à espera do pecado. Penetro-lhe o sono sem ter a certeza se lhe penetro os sonhos, em movimentos tão lentos como os seus bocejos. Ela morde o próprio dedo indicador da mão esquerda.

Uma mosca na réstia do leite que atapeta o fundo do copo. Lembro-me de ter a arma apontada à mulher com quem agora me fundo. Eu tinha vinte anos e ela dez. Ia receber um transplante de coração demasiado caro para a Seguradora. Foi a única vez que falhei. A última também. No momento em que ia premir o gatilho ela olhou na minha direcção e eu tremi. Ela lambia um gelado e mordia o próprio dedo indicador. A bala passou-lhe a dez centímetros da testa e alojou-se no papagaio duma loja de animais.

Uma mosca na réstia do leite que atapeta o fundo do copo. Ainda não me vim mas ela muda de posição. Abre as pernas e pede que eu lha faça um minete. Aliás, ordena-me. Eu faço. Costumo fazer tudo o que ela me pede desde que a conheci nesta prisão onde agora sou um sem abrigo. Talvez deva humedecer os lábios com o que resta do leite, para também ela sentir alguma frescura na língua, mas gosto de ver a mosca a bater-se pela vida naquele branco antro de morte.

Uma mosca na réstia do leite que atapeta o fundo do copo. Também eu sou uma mosca a proteger o que ainda significa vida em mim. No fundo ainda sou um prisioneiro, só que agora sem guardas nem trancas na porta. Apenas com um anjo com uns lábios e um rabo excitantes. O ano passado detectaram-me um tumor no cérebro. Agora ando fugido dos assassinos da seguradora, que me colocou na lista dos segurados a abater. Foi assim que ela apareceu aqui, para me matar. Acabámos por fazer amor.

[resposta a um desafio lançado no ministério da soltura]

mulheres que eu gostava de poder não compreender (66)



nome: Sowelu
origem: Japão
info: O olhar de algumas mulheres chega para eu pensar que valeu a pena ter nascido. A Sowelo é um dos casos. É cantora e nasceu no Japão em 1982. Por acaso não gosto nada da música dela a não ser, claro, que já tenha bebido dez cervejas... mas isso agora nem importa nada. O nome verdadeiro dela é Aki Harada. Já tem cinco álbuns editados.

conversa 761

Ela - Eu preferia não gostar de ninguém mas, como às vezes me sinto um bocado só, podes ser tu. Além disso como não vês televisão não há o perigo de me chateares muito à noite para mudar de canal. Se quiseres posso ser a tua mulher...
Eu - Que linda declaração de amor.
Ela - Diz-me só uma coisa: cheiras mal dos pés?
Eu - Queres uma cerveja, um uísque, um chá ou o quê?
Ela - Ainda por cima trazes-me coisas da cozinha, se eu quiser... quero uma cerveja.
Eu - Estão no frigorífico. Vai buscar.

conversa 760

(ela a entrar em minha casa)

Ela - Olá. A tua filha está cá?
Eu - Olá. Está a dormir...
Ela - Ok... é por isso que andas com esse relógio tão grande no pulso?
Eu - Isto não é um relógio. Estava a medir a tensão quando tocaste à campainha.

o mentiroso compulsivo

Sócrates chamou mentiroso a Louçã quando este criticou o socialista João Proença, secretário-geral da UGT, de participar em sessões de esclarecimento sobre o Código de Trabalho para militantes do PS. Basta ler a página 8 do jornal Púbico de 10 de Maio, num artigo assinado por Margarida Gomes, para ficar a saber que Louçã disse a verdade. Para quem tiver dúvidas basta clicar na imagem.

Acho apenas que Louçã apenas não respondeu como devia/podia. É fácil perceber que é perante Sócrates que estamos um mentiroso compulsivo. Onde estão os 150 000 empregos que prometeu? Onde está o referendo ao tratado de Lisboa que prometeu? Onde estão as scuts sem portagens que prometeu? Pois é... ficávamos por aí.

5.29.2008

conversa 759

Ela - Às vezes nem percebes o bruto que és.
Eu - Porque é que dizes isso?
Ela - Porque quando queres impor a tua opinião, às vezes, não és capaz de ouvir ninguém e levantas a voz duma maneira...
Eu - Isso não é verdade.
Ela - Estás a ver? Acabas de fazê-lo.

respostas a perguntas inexistentes (38)

Ele deitou-se primeiro e deixou acesa a luz do candeeiro de mesa. Ela veio depois, já em camisa de noite, e antes de dizer que ainda ia lavar os dentes deixou um catálogo de roupa interior feminina em cima da cama. Isso queria dizer que não iam fazer amor. Ele deu uma vista de olhos no catálogo, enquanto ela lavava os dentes, e adormeceu a sonhar com o corpo da mulher que estava na página trinta e sete. Quando ela voltou e viu o livro aberto nessa página, reparou na coincidência de trinta e sete ser a idade dela. Sentiu que a vida lhe passava ao lado e não tinha forças para mudar.

conversa 758

Ela- Continuas a pôr toalhas para limpar os pés junto ao lavatório. Isto não são toalhas para as mãos...
Eu - Estou-me nas tintas para isso, para ser sincero. Essas são mais pequenas e mais fáceis de lavar e passar a ferro.
Ela - Homens...

conversa 757

Ela - Antes de me divorciar estive quase um ano sem dar uma queca. Já não havia nada entre mim e o meu marido mas eu era incapaz de estar com outro homem.
Eu - Isso é normal...
Ela - Pois é, acredito. O que não é normal é, agora que finalmente arranjei um homem que adoro e que é bom para mim, tê-lo traído com o meu ex-marido.
Eu - Isso já é capaz de não ser assim tão normal...
Ela - O meu ex começou a dizer que ainda gostava muito de mim e eu deixei-me ir, mas a única coisa que ele queria era...
Eu - Ele anda com uma gaja, não anda?
Ela - Uma ou duas. Gosto muito do meu namorado mas continuo a ter saudades sexuais do meu ex... Se ele descobre. Sei lá o que fazer...
Eu - Epá, também não precisas de andar com um sentimento de culpa tão grande por causa disso... o mundo não se resume a uma queca ou duas...
Ela - Mas ando.
Eu - Então não faças mais.
Ela - Vou tentar...

5.28.2008

este blogue apoia Patinha Antão

Este blogue apoia Patinha Antão na corrida à liderança do PSD. Diz o jornal Público de hoje que a primeira lista de assinaturas que o Patinha apresentou para formalizar a sua candidatura à liderança do PSD incluía o nome de um militante já falecido. Ora, eu concordo inteiramente com esta medida, até porque Portugal seria um país muito melhor se todos os activos do PSD estivessem... mortos.
Além disso há sempre a questão do nome. Eu sou a favor de alguma proximidade emocional com os políticos e, nessa base, gosto de os tratar por tio. Tio Santana, tia Manuela ou tio Pedro não tem piada nenhuma mas... quem é que não gostaria de poder tratar um líder político por tio Patinha? Eu cá votava logo nele. Pelo menos esta mania que tenho de me sentir uma espécie de pato Donald ficava politicamente contextualizada. Passo a vida a contar moedinhas que não são minhas. Aliás, proponho também, caso o tio Patinha venha a ser primeiro ministro, que se mude o nome do BCP para Caixa-Forte.

conversa 756

Eu - Ia um bocado depressa, porque estava atrasado para ir buscar a minha filha, e de repente um gajo sai-me projectado para a frente do carro. Estavam dois tipos ao murro no passeio e ia atropelando um deles. Despistei-me e, por sorte, não o matei.
Ela - A culpa não era tua. Estavas na boa.
Eu - Eu não gosto é muito de andar por aí a matar pessoas.
Ela - Pois, mas a culpa não era tua.

sexo do porco com a porca

O Google continua a surpreender-me todos os dias. Gostava muito de conhecer pessoalmente alguns dos leitores que vêm aqui parar através destas buscas...

tenho vinte 28 anos como ei de vestir.me

Eu aconselho a vestires-te com as mãos. Facilita muito a tarefa. A sério.

video de sexo mulher de quatro na banheira
ora... mulher de quatro na banheira... hum... hum... eu cá acho bem, mas como gosto muito de sexo com mulheres de quatro no campo, nem imaginam o que custa andar com uma banheira no carro para eventuais dias de sorte.

sexo do porco com a porca
Não há certezas quanto à vida sexual dos nazis, por isso não sei que diga...

sexo com cadaveres
deve ser fixe, até. Só que há um problema pequenino: os cadáveres nunca mais se vêm. São uns ingratos, um tipo ali a esforçar-se e eles nada. É uma falta de respeito...

queres ir para a cama comigo? há tanto tempo que não tenho alguém.
aconselho este(a) leitor(a) a não usar esta táctica para ter sexo. Primeiro porque ninguém gosta de ter sexo com outra pessoa por misericórdia; segundo porque é assustador ter sexo com alguém que já não tem ninguém há muito tempo, principalmente se tiver as unhas compridas.

casa de prostituiçao em bruxelas
Há lá uma muito conhecida, de facto. Chama-se Parlamento Europeu.

portugal velhas para foder
opá... as velhas em Portugal já estão fodidas que chegue. Os velhos também, aliás. Basta ver as reformas da Segurança Social...

mulheres em pinturas nos moliceiros (4)



QUE RICAS BOLAS ELA MANDA!

conversa 755

Eu -E andas fixe com a tua namorada nova?
Ele - Ando. Não gosto assim muito dela.
Eu - Não gostas muito dela?
Ele - Não... mas como não tenho mais nada de momento vou-me aguentando com ela. Pelo menos assim vou tendo sexo.
Eu - Hum... ok. Ia criticar-te mas não consigo.
Ele - E tu como andas?
Eu - Mais ou menos como tu.
Ele - Andas como uma gaja só pelo sexo?
Eu - Não. Não ando com ninguém... mas como não tenho mais nada de momento também me vou aguentando...

conversa 754

Ela - Na altura tive que me decidir entre um e outro... acabei por me decidir pelo que é agora meu marido. Gostava tanto dos dois.
Eu - E conseguiste decidir por um...
Ela - Sabia que ia ferir um dos dois. Escolhi aquele que me dava mais gozo ferir e abandonei-o.

5.27.2008

mulheres em pinturas nos moliceiros (3)



ESTE PEXE ATÉ DA VIDA E SAÚDE

respostas a perguntas inexistentes (37)

Procura o relógio de pulso no meio da roupa amarfanhada ao lado da cama. Não se levantou ainda, apenas esticou o braço, mantendo a maior parte do corpo possível por baixo dos cobertores, por causa do estranho frio primaveril. Quer saber que horas são, não sabe porquê mas quer saber que horas são. Hoje não tem mesmo nada para fazer, a não ser ir sabendo que horas são.

Porque é que o relógio de pulso está entre a roupa amarfanhada ao lado da cama? Não se lembra muito bem. Talvez por causa de mais uma noite de sexo sem saber com quem, e que nem a luz matinal que enche agora o quarto é capaz de revelar.

magia

Ontem conheci uma mulher mágica
Pelo menos desapareceu

conversa 753

Ela - Preciso de ser reciclada para outra pessoa. Para uma mulher qualquer sem envolvimento passado com homens.
Eu - Isso está assim tão mal?
Ela - Está.
Eu - Deixa lá, eu sinto-me um saco de lixo orgânico.
Ela (risos) - Isso está assim tão mal?
Eu - Não é assim tão mau. Já vi uma mulher a remexer no lixo. Pode ser que um dia destes me leve.

o princípio do fim ou o fim do princípio...

As verdades são um fim e, ao mesmo tempo, um princípio. O amor é um gajo estranho. Mesmo, mesmo... o índice ivariano desce para um (1) com a nítida consciência que é a única forma de poder subir de novo.

du hast

A casa comum quer saber quais são as seis (6) coisas que mais odeio. Fácil, difícil seria saber as que mais amo.

1] Extrema direita, ou todos os passarinhos acéfalos cujos pais já os deixam sair à noite.

2] Millenium Bcp, ou todos os idiotas acéfalos que nos querem convencer a fazer um crédito habitação com base numa música foleira que diz: apenas tenho que virar a minha vida de pernas pró ar e procurar uma casa para eu moraaaaar, um pequeno T2 onde podemos viver os dois com vista para o mar...

3] Testemunhas de Jeová, ou todos os acéfalos que acham que podem tocar à minha campainha às nove da noite para perguntar porque é que eu acho que há guerras no mundo.

4] Juventude Centrista, ou todos os totós acéfalos da linha de Cascais que quando vomitam tremoços e vodka acham que estão a ter uma opinião política.

5] TVI, ou todos os cromos acéfalos que acham que uns tipos a fazer o maior pastel de tentúgal do mundo é notícia de abertura do Jornal das Nove. A propósito, uma pastel de Tentúgal só pode ser o maior pastel de Tentúgal, não é?

6] Euromilhões, ou todas as cruzes acéfalas que se acham no direito de não acertar nos números em que eu aposto.

5.26.2008

socooooooooooooorro!

1] Fui para o Hospital de Aveiro por volta das seis da manhã e voltei às dez e pouco. Depois atrasei-me a ir buscar a minha filha ao almoço porque adormeci.

2] Ia atropelando dois gajos que estavam ao murro no meio duma rua, na freguesia de Esgueira, e que saíram disparados do passeio na direcção do meu carro sem mais nem menos. Estava a imaginar a minha filha à espera na escola e, por isso, mais nervoso do que um cão com raiva. Contornei-os enquanto olhavam para mim assustados, chamei-lhes uma coisa feia, e continuei.

3] Fui tomar um café rápido ao balcão e a empregada, antipática até dizer chega, decidiu que eu tinha que pagar o café duas vezes. Já paguei, disse-lhe. Não pagou não, respondeu. Depois duma ligeira discussão fui a uma caixa multibanco, levantei uma nota de 50 euros e paguei-lhe pela segunda vez o café com ela. Pedi um recibo. Ela não tinha troco e acabei por pagar o café apenas uma vez.

4] Ia cortar o cabelo à barbearia Aveirense mas acabei por cortá-lo a mim mesmo. Estava com medo que me cortassem o pescoço ou assim. Está mal cortado mas acho que vou sobreviver.

5] Agora vou responder aos comentários que aqui tenho e dormir. Tenho uma reunião ao fim da tarde e passo música logo à noite no Clandestino. É o que preciso...

conversa 752

(ao telefone)

Ela - Lembras-te de me dizeres que, se eu precisasse, ficavas uma noite a tomar conta dos putos?
Eu - Lembro.
Ela - Isso mantém-se?
Eu - Claro.
Ela - Estou a dar em doida. Preciso mesmo sair uma noite. Pode ser esta semana?
Eu - Desde que eu não trabalhe, pode.
Ela - Só que é preciso estares atento. Eu mando-te um sms dois minutos antes de voltar para casa e tu sais, pode ser?
Eu - Mas porquê?
Ela - Vou sair com um gajo e não queria que ele visse outro homem em minha casa...
Eu - Ah!
Ela - E se os miúdos já estiverem a dormir, melhor...

conversa 751

Ela - Ainda não tens namorada?
Eu - Não... e tu?
Ela - Eu também não. Tenho um namorado.
Eu - Ah!
Ela - Mas não foste um qualquer na minha vida.
Eu - Pois...
Ela - Não é que tenhas sido assim muito especial, mas não foste um qualquer.

conversa 750

Eu - Eu também já tenho cabelos brancos...
Ela - Pintas o cabelo?
Eu - Não. Nem vou pintar.
Ela - É natural que tenhas cabelos brancos.
Eu - Porquê?
Ela - Com tantas mulheres a lixar-te a cabeça...

5.25.2008

terapias para ser feliz mesmo quando ela passa por nós e nem nos cumprimenta (2)

1] Ver este vídeo duas vezes seguidas enquanto se trinca, ao mesmo tempo, seis rebuçados de São Brás.



2] Quando o sabor do mentol estiver no auge, beber um copo de água muito fria.

3] Se houver alguma mulher a passar na rua, pelo menos quase tão bonita como a Suzanna, ficar a vê-la pela janela até ela desaparecer do campo de visão.

4] Perceber, duma vez por todas, que aquele caramelo que aparece no vídeo está ali para dar um toque de realismo à coisa: onde há uma mulher bonita há sempre um caramelo destes atrás. Raios!

conversa 749

Eu - Agora vou chorar...
Ela - Por causa da cebola?
Eu - Sim, não consigo cortar cebola sem chorar. Por isso é que costumo cortar antes de tu chegares.
Ela - Dá cá que eu corto. A mim a cebola não me faz chorar.
Eu - Não?
Ela - Não. Tu é que me fazes chorar às vezes mas é de riso.

estava a perguntar a mim mesmo como é possível amar uma mulher sem nunca ter falado com ela

Estava a perguntar a mim mesmo como é possível amar uma mulher sem nunca ter falado com ela. É que a amo mesmo, e para isso bastou-me tê-la uma vez a menos de dois metros de mim, com as pontas negras do cabelo a debicar num copo de uísque on the rocks. Até lhe construí um poema, e construir é o verbo adequado, já que o fiz com o mesmo esforço dum servente a carregar baldes de cimento. Suei todo o suor do corpo, depois suei as cervejas que já tinha bebido e depois suei os dias que ainda hão-de vir.
Estava a perguntar a mim mesmo como é possível amar uma mulher sem nunca ter falado com ela. Respondo agora que tem a ver precisamente com isso. O difícil é amar uma mulher depois de ter falado com ela. Talvez também de a ter ouvido. As palavras estragam sempre o amor, digo-me, e continuo pedindo um silêncio impossível. Será que aquela língua é tão doce como o uísque bebe?

da-m bu mon

Amanhã, segunda-feira, é noite de couscous prosjekt no Clandestino Bar.


conversa 748

Ela - Está a chover. Tão bom... vamos andar os dois à chuva?
Eu - Não.
Ela - Porquê?
Eu - Não me quero molhar.
Ela - Não tens sensibilidade nenhuma.
Eu - Não quiseste sair enquanto os bares estavam abertos e agora queres ir andar à chuva a esta hora da noite?
Ela - Sim.
Eu - Podes ir. Eu não vou.
Ela - Vou e vou p'ra casa.
Eu - Estás chateada?
Ela - Não estou chateada mas tu és um chato.
Eu - Se me chamas chato é porque estás chateada... chateada e chato são palavras da mesma família.
Ela - Preciso de encontrar um homem que mude a minha vida. Tu és tão... morno.
Eu - Tudo bem mas a esta hora e a chover és capaz de não encontrar nada. Espera por amanhã.
Ela - Isso é um convite para dormir contigo?
Eu - Sei lá... é um convite para dormires cá, onde quiseres, e não apanhares uma molha.

5.24.2008

fra fre fri fro fru

Li esta notícia no Público, sobre a condenação da comissão de praxes da Escola Superior Agrária de Santarém, e lembrei-me duma miúda de quem deixei de gostar porque a vi uma vez a gritar exaltada: "Fra Fre Fri Fro Fru, Xiribiri Tá tá tá tá, Urra! Urra!".
Nunca na minha vida, depois desse momento singelo, consegui olhá-la da mesma maneira e, ainda hoje, acordo às vezes com pesadelos e suores frios a ouvi-la gritar: "Fra Fre Fri Fro Fru, Xiribiri Tá tá tá tá, Urra! Urra!". Agora a sério... que palermice, esta cena!

conversa 747

Eu - Queres dormir comigo? Não me apetece nada dormir sozinho hoje.
Ela - Não.
Eu - Pronto, deixo-te em casa.
Ela - Desistes tão facilmente.
Eu - Valia a pena insistir?
Ela - Não. Não vou prá cama com um gajo que me diz que gosta doutra miúda.
Eu - Ela não gosta de mim, o problema é esse, e tu também me disseste que gostas doutro gajo.
Ela - Por isso é que não devias ir querer ir prá cama comigo.
Eu - Mas quero.
Ela - Não.

conversa 746

Ela - Aquela gaja ali de preto está farta de te fazer olhinhos...
Eu - Porque é que raio tu vês sempre gajas a fazer-me olhinhos e só eu é que não topo nada?
Ela - Porque és tanso. Está com atenção...

(passado cinco minutos)

Eu - Estou farto de olhar para ela e não vejo nada.
Ela - Porque agora estás a olhar para ela.
Eu - Mas se eu não estiver a olhar para ela como é que raio vou perceber que ela me está a fazer olhinhos?
Ela - És mesmo tanso.

(passado mais cinco minutos)

Ela - Achas a gaja gira?
Eu - Acho. Por acaso acho.
Ela - Está a ir embora. Foste tanso.
Eu - Podes só parar de me chamar tanso? Estou a ficar farto...

5.23.2008

conversa 745

(numa pastelaria, quando deixei cair umas gotas de café na camisola)

Eu - Caraças, sujei a t-shirt.
Ela - Ainda bem.
Eu - Ainda bem?
Ela - Sim, está na altura de te deixares de vestir como uma criança, sempre com essas camisolas mal amanhadas.
Eu - Eu gosto de andar assim.
Ela - Precisas é duma gaja que te ponha na ordem.
Eu - Olha que não.
Ela - Queres continuar a parecer um miúdo de doze anos durante quanto tempo?
Eu - O mais possível.
Ela - Estás a conseguir.
Eu - Obrigado.
Ela - Não era um elogio.

desigualdades

De governo estúpido em governo estúpido até à derrota final. Na desigualdade Portugal continua igual a si mesmo.

conversa 744

Ela - Se eu não fosse casada, se fosse mais nova do que tu, se vivesse em Aveiro, se não fumasse tanto e fosse um bocadinho mais magra, achas que podíamos ter os dois qualquer coisa?
Eu - Isso são muito "ses".
Ela - És muito complicado, tu.

conversa 743

Ela - Mas estás mesmo apaixonado por alguém?
Eu - Estou um bocadinho... mas ela não me liga nada embora até esteja comigo muitas vezes...
Ela - Quem é?
Eu - A *******.
Ela - A sério?
Eu - Pareces espantada.
Ela - Estou. Ela e tu não têm nada a ver um com o outro. Nada mesmo...
Eu - Até temos.
Ela - Se eu estou a dizer que não têm é porque não têm...
Eu - Se calhar temos mais a ver que tu e o teu marido.
Ela - Não me provoques.

conversa 742

Ela - Não achas que eu e tu podíamos e devíamos ser amantes?
Eu - Tu és casada.
Ela - E depois? É uma vantagem para ti, não é?
Eu - Porquê?
Ela - De mim só levas sexo e o meu marido é que tem que me aturar a neura.
Eu - Ouve lá, tu gostas, um bocadinho que seja, do teu marido?
Ela - É o homem que eu gosto mais no mundo. Não me imagino sem ele.
Eu - De certeza?
Ela - De certeza. Preciso é dum amante e tu já me estás a parecer demasiado palerma para seres um bom amante.

esta mulher excita-me...

A Amy House acha que anda a ser perseguida por fantasmas e que até já foi arranhada nos braços por um deles. Excita-me isto, admito. Estou a imaginar-me na cama com ela e, de repente, a envolver-me com um dos lençóis da cama e a gritar "buuuuuuuuuuu!". É a excitação total!

na cama com a Manuela Ferreira Leite

Quando li o título desta notícia no Público, pensei que a Manuela Ferreira Leite se estava a fazer ao Sócrates, a tentar levá-lo para a cama. É que com tanta asneira e mentira que o nosso primeiro ministro já fez, e mesmo assim ainda consegue dormir, penso que a única coisa que lhe poderá tirar algumas horas de sono é sexo. Aliás, a Manuela sabe isso muito bem. Já passou pelo mais ou menos pelo mesmo.

5.22.2008

respostas a perguntas inexistentes (36)

Gostar de pequenas coisas salva-nos a vida todos os dias. Conseguir tirar prazer dum café com aroma de baunilha, uma garrafa de vinho alentejano, um livro de banda desenhada que comprámos só porque estava em promoção ou uma música que já não ouvimos há anos.
Ele encostou a cabeça no sofá. Sente-se um herói a repousar duma longa batalha contra as grandes coisas: um amor que não vem, um emprego que não vai, um passado que não vem nem vai. Finalmente as pequenas coisas tornaram-se mais importantes do que as grandes.

coisas que fascinam (69)

Gosto das papoilas vermelhas que florescem em cantos recônditos da cidade. Junto a uma ponte onde não passam carros, no resto dum terreno agrícola que foi ocupado por uma bomba de gasolina, junto à linha de comboio ou num esgoto a céu aberto. Parecem abandonadas mas mantém uma estranha altivez. Às vezes acho que todos podíamos aprender qualquer coisa com elas.

conversa 741

Ela - Acreditas em extraterrestres?
Eu - Não.
Ela - Não, porquê?
Eu - São uns mentirosos, é o que eu acho. Uma vez um disse-me que ia passar um fim de semana comigo e depois nunca mais...
Ela - Ei! isso fui eu.

5.21.2008

masturbatódromo

O monumento à imbecilidade que a Sonae construiu na cidade de São João da Madeira vai ser destruido depois de, por causa duma denúncia do Bloco de Esquerda, a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) considerar que esses lugares representam uma atitude discriminatória.

No mesmo shopping, as casas de banho (ver foto) são uma espécie de masturbatódromo, termo usado n'A Ilusão da Visão e que eu acho apropriado.

Sinceramente, espero que este masturbatódromo acabe também, e nem é por mim ou por qualquer questão ética ou moral. É mesmo pelas empregadas da limpeza (são sempre mulheres mas não se vestem como esta), pois cada vez que lá vou não consigo acertar na porcaria do urinol e sujo o chão todo. Não sei porquê.

conversa 740

Eu - Porque é que tens duas cópias do mesmo livro do Lobo Antunes na prateleira?
Ela - Foi o meu ex-marido que mos deu.
Eu - E deu-te dois porquê?
Ela - Deu-me um nos anos e outro no Natal. Ele sabia que eu gostava de Lobo Antunes mas, como é um bronco e um imbecil, nem se lembrou que já me tinha dado esse...
Eu - Não precisas de lhe chamar nomes. Esqueceu-se mas pelo menos tentava dar-te coisas que sabia que gostavas.
Ela - Eu acho é que ele me deu esses livros para me avisar que me ia deixar.
Eu - Porquê?
Ela - Porque o título é "Eu hei-de amar uma pedra". A gaja com ele anda agora é uma pedra e ele é um pedregulho.
Eu - Tens que ter mais calma... já te disse.

conversa 739

Ela - Posso fazer uma pergunta íntima?
Eu - Podes.
Ela - Andaste a foder com a ******?
Eu - Podes fazer a pergunta mas isso não quer dizer que eu te responda.
Ela - Então é porque foste. Que merda!
Eu - Que merda porquê?
Ela - Detesto-a. Como é que tu pudeste?
Eu - Eu não disse que sim.
Ela - Mas foste ou não?
Eu - Tem calma, mas é...

conversa 738

Eu - O amor é um gajo estranho, não é?
Ela - É, e a monogamia é uma estupidez. Eu queria ficar com eles os dois.
Eu - Não podes ficar com os dois.
Ela - Mas porquê?
Eu - Porque o amor é um gajo estranho e egoísta. Para ficares com os dois terás que te esconder.
Ela - Não gosto de escondidas.
Eu - Pois é...

respostas a perguntas inexistentes (35)

A solidão não se resolve com as pessoas que nos rodeiam. Resolver-se-ia com uma pessoa que não nos rodeia.

Escreveu esta frase num guardanapo de papel. Depois pagou o café à senhora gorda que está sempre a comer bolos e saiu. Decidiu obrigar-se a ser feliz a partir daquele momento. Talvez até pudesse gastar algum dinheiro extra no cabeleireiro e numa carteira nova. Há tanto tempo que não cometia um excesso.
Foi precisamente no cabeleireiro que a realidade lhe bateu novamente à porta, quando a estagiária que lhe lavou o cabelo aproveitou para desabafar e lhe disse, enquanto a água cuspida pelo chuveiro aquecia lentamente, que a maior parte das mulheres que ali iam não era para arranjar o cabelo mas sim para falar. Tudo bem que se sentiam sozinhas, explicou, mas ela não tinha tempo para as aturar.

Quando sair dali vai escrever outra frase no guardanapo: A felicidade não pode vir por obrigação, só por vontade própria.

5.20.2008

aqui em Portugal as mulheres não são psicológicas...

Aqui em Portugal as mulheres não são psicológicas. O meu amigo alemão, e que portanto não é propriamente um parolo, chamado Heino, está no Rio de Janeiro com um amigo austríaco e já não quer voltar. Aquilo é só engate, diz ele. É verdade que o Heino, em qualquer sítio que vá, é um sucesso com as gajas. Ele percebe do assunto e tem uma personalidade muito psicológica (os alemães são assim). Até foi ele que me disse para oxigenar o cabelo e passar-lhe cuspe em vez de gel. Bem, vejam só o vídeo que ele me mandou do Rio... tenham é atenção às setinhas verdes...

conversa 737

Ela - Passas às dez da manhã em minha casa?
Eu - Dez e meia ou onze, está bem? Às dez não devo conseguir.
Ela - Detesto essas indefinições nas horas. Pensas que eu não tenho nada que fazer? Não posso estar à tua espera às dez e meia para tu apareceres às onze.
Eu - Ok. Então para não falhar passo mesmo só às onze, está bem?
Ela - E o que é que eu vou fazer antes?
Eu - Tu é que sabes.
Ela - Não vou fazer nada, não é? É uma manhã perdida à tua espera...
Eu - Não sei. Eu apareço às onze porque antes não posso. Até lá faz o que quiseres e puderes.
Ela - Devias passar às dez. Homens...
Eu - Estás chateada?
Ela - Chateada contigo, não, mas preferia que passasses às dez.
Eu - Mas eu não posso... às dez não posso de certeza. Já te disse que dez e meia talvez. Às onze de certeza.
Ela - Então se puderes passa às dez e meia. Se eu estou a dizer que queria às dez, porque é que só vens às onze mesmo podendo às dez e meia?
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

respostas a perguntas inexistentes (34)

Ela entrou na loja como todos os dias e, como todos os dias, olhou para todas as coisas presentes menos para ele. Olhou para o preço do guarda-chuva azul num dia de Sol, olhou para uma cliente estrangeira que procurava um corta unhas com a inscrição "recordação de Portugal", olhou para o aviso na parede que dizia "sorria, está a ser filmado", olhou de soslaio para um manequim de homem nu mas que não tinha pénis, olhou para um relógio de parede sem pilhas. Depois saiu. Ele percebeu que tinha alguma importância para ela.

brioche

Concorri ao grande concurso de legendas Farinha Amparo. Estou super nervoso com a votação...

5.19.2008

conversa 736

Ela - Deixa-me cuscar o teu lixo reciclado...
Eu - Porquê?
Ela - O lixo diz muito dum homem que vive sozinho. A quantidade de caixas de cereais, latas de conserva, garrafas de vinho ou cerveja, preservativos e o que mais houver, dão para ver o teu estilo de vida.
Eu - Preservativos?! Desde quando é que se reciclam preservativos?
Ela - Recicla-se a embalagem que os traz...
Eu - Ah!
Ela - Por exemplo, tu tens aqui várias latas de atum, algumas garrafas de vinho e de cerveja, pacotes de leite, plásticos... muito bem, muito bem... e nenhuma caixa de preservativos. A tua vida sexual está mal...
Eu - Qual vida sexual?
Ela - Pois... é isso mesmo que te estava a dizer.

conversa 735

Ela - Achas que as mulheres são más, é?
Eu - Algumas... às vezes...
Ela - E qual foi a maior maldade que uma mulher já fez ao menino?
Eu - Casar com o menino, por exemplo...

o pessoal passa-se

Um sargento do Exército dos Estados Unidos foi retirado do Iraque por ter praticado tiro ao alvo com uma cópia do Corão. A conclusão que tiro disto é: podem acertar em pessoas inocentes à vontade mas em livros é que não. O pessoal passa-se...

sexo com velhas acima de setenta anos

Neste blogue há os que vêm cá quase todos os dias, os que vêm duas ou três vezes por semana, os que vêm quando estão a apanhar uma grande seca no emprego, os que vêm aos fins de semana e os que vêm quando fazem pesquisas no google. É destes últimos que, mais uma vez, vos falo. Merecem pela originalidade do que procuram.

eu durmo na sal minha mulher no quarto o que eu faço ?
Nada, não faças nada. Se dormissem os dois no mesmo sítio dava para fazer. Assim é difícil...

mensagem por que os homens amam as mulheres os deixam elas irem sem se despedir
Se bem percebi o que este leitor quer, aconselho-o a esperar sentado... que ela se despeça, claro.

meu marido tem 60 anos e eu o amo muito mas ele nao quer saber mais de mim
Se ele tem 60 anos é só esperar que comece a precisar que lhe façam comida sem sal e lhe levem a sopa à boca. Vais ver que ele quer logo saber...

mulheres bonitas caboverdianas
Andamos todos ao mesmo...

mulheres enteressante
Eu também gosto de mulheres enteressantes. Acho que a enteligência não é tudo....

mulheres que fodem como malucas
Para mim, mulheres que fodem como malucas são aquelas que espumam pela boca e cantam a Avé Maria enquanto gemem. Por exemplo, claro.

porque homens baixos não gostam de mulheres altas?
É fácil, porque têm que dar saltinhos para as beijar na boca e isso não dá jeito nenhum.

que devo fazer para ter forsa de sex
Tomar Viagra ou chá de Cabinda, por exemplo. Forsa aí!

sexo com velhas acima de setenta anos
Eu, pessoalmente, prefiro velhas de trinta ou quarenta anos...

vagina das chinesas é atravessada?
não sabe/não responde

conversa 734

Ela - Tu preocupas-te demais. Mais dia menos dia andas aí com uma mulher que te enche as medidas. Eu é que estou lixada, pá.
Eu - Estás lixada porquê?
Ela - Com dois filhos e um ex-marido que fode a cabeça aos poucos homens de quem me aproximo...
Eu - Ele faz isso?
Ela - Faz. Nem imaginas.
Eu - Tem piada. Simpatizei com ele...
Ela - Ele também simpatizou contigo. Os putos disseram-lhe que, quando vens aqui a casa, passas o tempo todo a jogar consola com eles e ele deve ter chegado à conclusão que és só meu amigo.
Eu - Sou teu amigo mas não acho apropriada a palavra "só". Até parece que é pouco.
Ela - A mim parece-me tudo pouco, actualmente. Desculpa lá. Se calhar estou com uma depressão.
Eu - Tem calma. Às vezes a mim também me parece tudo pouco. Sei qual é a sensação...
Ela - Mas tu tens uma vida social do caraças. A minha, praticamente, resume-se a ti, às professoras dos meus filhos e à senhora da mercearia.
Eu - Se quiseres eu tomo conta dos teus putos uma noite destas e tu sais. Vais ao cinema ou onde quiseres...
Ela - Sozinha? Ainda me dá para chorar...
Eu - Chorar pode ser bom.
Ela - No meu caso é mau. Aliás, é tudo mau. Chorar é mau, rir é mau. Sei lá...
Eu - Se pudesses pedir um desejo o que é pedias?
Ela - Voltar dez anos atrás e casar com o homem certo.
Eu - Tens que falar com o teu ex, pacificamente, e explicar-lhe que precisas de vida própria, que ele tem que te dar alguma privacidade e, uma vez por outra, tomar conta das crianças também. Já fizeste isso?
Ela - Não há hipótese. Os homens são uns parvos. Tu tens sorte porque, como és um, não os conheces nas perspectiva duma mulher.
Eu - Se quiseres eu falo com ele...
Ela - Depois falamos nisso...

pensamentos catatónicos (133)

Tenho quase a certeza que se me conhecesse hoje, à mesa dum café qualquer, e trocasse uma ou duas palavras mais sérias comigo, não ia gostar de mim. Provavelmente ia pensar qualquer coisa como "este gajo é parvo" e depois arranjava uma desculpa para me ir embora. Deixava-me sozinho com os meu pensamentos para os quais já não há paciência.

conversa 733

Ela - Desapertas-me o avental?
Eu - Sim...
(dois minutos depois)
Ela - Se demorares tanto tempo a tirar um sutiã como um avental de cozinha já percebi porque é que te divorciaste...
Eu - Estás a ser má.
Ela - Ainda não me viste a ser mesmo má. Este é o meu melhor lado.

pretérito perfeito

ontem, quando dobraste a esquina e desapareceste engolida pela noite, chamei-te pretérito perfeito.

you fucking bastard!

Protesto. Um britânico pôs a mulher à venda no Ebay e depois tirou-a. Eu estava na corrida para a comprar e já tinha licitado três vezes, a última das quais quarenta e um euros. Só não licitei mais porque mandei-lhe um email a perguntar quem é que pagava os portes e ele não respondeu. Agora, que me sinto desiludido, pois cheguei a acreditar que finalmente ia arranjar uma namorada, vou-lhe mandar outro email mas só a dizer: "you fucking bastard!"

5.18.2008

paixão num acidente de comboio

Esta noite, ou melhor, esta manhã, sonhei que tinha conhecido a mulher da minha vida num desastre de comboio na cordilheira dos Andes. Apesar de estar na América do Sul os comboios eram aqueles urbanos e amarelos da CP e todos os intervenientes falavam perfeitamente português. O acidente não foi grave e acabámos todos a fazer um piquenique à espera que helicópteros nos viessem buscar. Primeiro veio um que ia para a Venezuela, depois um para a Colômbia, depois outro para a Bolívia e nunca mais chegava nenhum que fosse para a Patagónia, que era o que eu queria. Acabei por ficar sozinho com uma birmanesa que, por qualquer motivo, também falava português e andava fugida do regime político de Rangum. Estávamos no meio duma paisagem fantástica, completamente sozinhos e, depois de comermos umas fatias da pão de Ló de Ovar, perguntei-lhe se queria procurar uma máquina de café comigo. Ela disse que provavelmente não íamos encontrar nenhuma máquina de café mas não fazia mal, tínhamos tempo. E lá fomos nós, de mão dada, em busca da cafeína perdida. Depois o telefone acordou-me.

conversa 732

Ela - Não te lembras da nossa conversa na última vez que estivemos juntos?
Eu - Não me lembro muito bem. Nessa noite bebemos quatro garrafas de vinho... até estivemos a ouvir o José Cid a noite quase toda.
Ela - Lembras-te que bebemos quatro garrafas de vinho e que estivemos a ouvir José Cid mas não te lembras da nossa conversa...
Eu - Não fiques chateada.
Ela - Chateada?! Eu?!
Eu - Vá lá, tem calma...
Ela - A tua sorte é que eu tenho mesmo muita calma.

5.17.2008

os pais dos gajos da ASAE não os deviam deixar sair...

O único pequeno problema da ASAE é que é composta por palermas que não eram para ser polícias. Passaram a sê-lo dum dia para o outro por decreto de lei e, na prática, a melhor formação que tiveram foi a ver os filmes do Arnold Schwarzenegger na televisão. Agora temos uma polícia formada por índios dos subúrbios que aos fins de semana substituem a bandeira americana, que normalmente costumam trazer nas costas do casaco de ganga, pelas letras A-S-A-E. O resto continua igual: os óculos escuros foleiros, a tatuagem dos Guns And Roses e, pior do que tudo, a falta de cérebro. Depois fazem coisas como esta.

conversa 731

Ela - Eu nunca fui muito exigente. A única coisa coisa que eu quero dum homem é que ele seja maduro, saiba bem o que queira, tenha a vida estável e algum sentido de humor. Quero um homem que saiba estar na cama e fora dela, que me ature quando estou com a neura e insista em falar comigo quando lhe viro as costas, em vez de me virar as costas também.
Eu - É só isso?
Ela - Já agora é bom que tenha um metro e oitenta ou mais de altura e seja bonito.
Eu - Só isso?
Ela - Sim... bem, se souber cozinhar também ajuda.
Eu - Só isso?
Ela - Sim, sou uma gaja simples.

conversa 730

Ela - Gosto muito de ti, gosto muito de ti, gosto muito de ti.
Eu - Assim tanto?
Ela - Não. Tenho que dizer isto quando estou com os copos porque depois, sóbria, não me vai apetecer.

conversa 729

Ela - Não devias deixar que as mulheres te tratassem mal...
Eu - Não me tratam mal.
Ela - Tratam, tratam... não devias continuar a cumprimentar uma gaja que tanto é tua amiga íntima como passa por ti na rua e nem te cumprimenta.
Eu - Como tu, por exemplo?
Ela - Sim, como eu...

5.16.2008

I'm too sexy for my shirt


A Marisa Miller é a mulher mais sexy do mundo, isto segundo os leitores da revista Maxim. Quando li isto perguntei a mim mesmo: "quem é a Marisa Miller?" Pois... eu nem sabia quem era a mulher mais sexy do mundo. De qualquer maneira ela deve ter perdido alguma coisa. Fiz uma busca pelo nome dela e encontrei-a em muitas fotografias nesta posição, de joelhos no chão. Cá para mim tem lentes de contacto e está sempre a deixá-las cair...

conversa 728

Ela - Eu chateio-te quando te pões a beber vermute às três da tarde?
Eu - Não.
Ela - Então porque é que me chateias quando eu me ponho a beber vinho à noite?
Eu - Só te chateei uma vez e foi porque achei que já não devias beber mais. Olhei para ti e já estavas com os olhos fora das órbitas.
Ela - Para a próxima deixa-me em paz. Eu sei desenrascar-me sozinha. Mania que os homens têm de se armarem em paizinhos. Foda-se!
Eu - Está bem, já percebi. Mas também não te vou mais buscar à casa de banho dos homens, quando já estiveres com as calças p'ra baixo a tentar mijar num urinol masculino...
Ela - Agora cala-te.

conversa 727

Ele - Preciso mesmo de ter sexo. Estou a atingir aquele ponto em que não respondo pelos meus actos.
Eu - Tenho uma amiga que me disse que precisa desesperadamente de sexo.
Ele - Mas isso não quero. Para desesperado chegou eu.
Eu - Ela é muito bonita.
Ele - Então porque é que não vais tu?
Eu - Queres uma cerveja preta ou loira?
Ele - Loira. Mas diz-me, porque é que não vais tu?
Eu - Porque ela é muito bonita. Ainda me apaixono...

5.15.2008

conversa 726

Ela - Preciso desesperadamente de sexo.
Eu - Desesperadamente?
Ela - Sim.

dez sinais que não me parecem bons...

1] Não sei se é bom sinal já ter ouvido doze vezes a versão espanhola da música principal da Série infantil Heidi, cujo vinil comprei por um euro numa feira, e que se chama "Dime Abuelito". Abuelito dime tú / qué sonidos son los que oigo yo / Abuelito dime tú / por qué yo en la nube voy...

2] Não sei é bom sinal ter quinze chamadas não atendidas no meu telemóvel e nem apetecer ver de quem são.

3] Não sei se é bom sinal ter em cima do sofá duas revistas abertas. A Comuna (da udp) com um sobre o maio de 68 e, mesmo ao lado, uma revista antiga de sala de espera de consultório de dentista com fotografias da Luciana Abreu (já com as mamas novas).

4] Não sei se é bom sinal passar muito pouco das três da tarde e eu já ter tomado quatro cafés e, mesmo assim, estar ensonado.

5] Não sei se é bom sinal eu ainda não ter feito o IRS deste ano.

6] Não sei se é bom sinal eu ser administrador de condomínio do meu prédio e metade das lâmpadas do edifício estarem fundidas.

7] Não sei se é bom sinal hoje não ter feito almoço por preguiça. Ter comido apenas batatas fritas de pacote, duas latas de atum, uma cerveja e uma banana que já estava mole.

8] Não sei se é bom sinal ter cantado, distraído, a minha versão de criança do Sandokan à empregada do Continente que me cobrou uma embalagem de dvd's virgens logo de manhã. Sandokan... Sandokan... / Sem cuecas e sem sutiã / Sandokan... Sandokan... / Come a pêra e deixa a maçã...

8] Não sei se é bom sinal não estar com vontade nenhuma de ir trabalhar esta noite.

9] Não sei se é bom sinal ter feito a barba com uma lâmina de barbear que já está ferrugenta porque já é praí a décima oitava vez que a uso e, por isso, estar agora com a cara a sangrar.

10] Não sei se é bom sinal ter ficado a ver a minha vizinha do rés do chão a sair de casa e caminhar até ao carro, do outro lado da rua, escondido atrás da cortina da sala, e ter pensado: "foda-se, é mesmo bonita".

todos os dias a cma me envergonha

A Câmara Municipal de Aveiro envergonha-me todos os dias. Na etiqueta Aveiro d'A Ilusão da Visão, qualquer um consegue perceber onde quero chegar. No entanto, a gota de água vem com esta notícia da Terra Nova: José Chachide diz que a Câmara propôs ao Beira-Mar dar-lhe um terreno em vez de dinheiro, mas como o Beira-Mar não queria o terreno arranjou um amigo construtor civil que o comprou, e que havia um acordo verbal para que parte da verba envolvida no negócio fosse parar aos cofres do clube. Não sei o que é mais triste: a negociata em si ou alguém dizer isto num órgão de comunicação com todo o à vontade do mundo, como se fosse normal.

conversa 725

Ela - Não gosto da expressão "amigo colorido", mas gosto de amigos e de cores... por isso a ti chamo-te isso, está bem?
Eu - Está bem, faz o que quiseres...
Ela - A minha vida é redonda. Não fiques triste...
Eu - É redonda?
Ela - Sim, ando por aí mas acabo sempre por vir ter a ti, de vez em quando. Como se andasse num círculo...
Eu - Isso é bom ou mau?
Ela - É redondo.

pensamentos catatónicos (132)

Guardo numa gaveta da cómoda do meu quarto papéis que sobrevivem aos meus dias, normalmente escondidos num bolso de trás das calças: bilhetes de comboio com moradas, pacotes de açúcar com números de telefone, talões do multibanco com poemas triviais, etc, etc. Foi num papel que já embrulhou um chocolate que li este texto:

Uma mulher afasta-se dum homem com a sensação de que é a única a fazê-lo, como se um dia pudesse voltar e ele ainda estivesse ali à espera. Normalmente não está.

Lembro-me de escrever isto. Tinha-me divorciado recentemente. Só não me lembro de ter comido o chocolate.

o copião

A menina limão, a quem agradeço, mandou-me um email com este post do luis que é uma cópia deste meu post. Aliás, a menina Limão descobriu que praticamente todos os posts do luis são uma cópia e eu descobri que ele até já plagiou mais textos meus. Não é que seja muito importante... mas um gajo de 39 anos fazer isto só pode ter uma justificação: é uma besta! :)

p.s.: os links não funcionam porque o tipo, entretanto, teve vergonha na cara e removeu o blogue. ou então porque lhe deixei um comentário...

conversa 724

(ela abre a porta do armário onde tem pelo menos uns dez vestidos)

Ela - Estou tão farta. Não tenho nada que vestir.
Eu - Isso é o quê, aí pendurado nas cruzetas?
Ela - São vestidos e calças... mas já estou farta de usar...
Eu - Vais ter que vestir qualquer coisa, se queres sair.
Ela - Se calhar não saio.

5.14.2008

sexo com cadáveres

Um americano foi apanhado a ter sexo com o cadáver duma idosa. A notícia no jornal espanhol 20 minutos acaba dizendo que a sua namorada não conseguiu entrar no tribunal por causa dum ataque de nervos. Não percebo porquê, é dos poucos casos em que acredito que, num casamento pela igreja católica, quando o Padre dissesse: "até que a morte Vos separe", ele interrompesse para dizer qualquer coisa como: "por mim, se ela morrer primeiro, pode ser até depois da morte".

ideia alucinada

A violência doméstica deve ser crime público, mesmo que o bastonário da Ordem dos Advogados considere que não porque, diz ele, inviabiliza uma eventual desistência do processo caso a vítima o deseje.
A mulher que apanha em casa do marido (por exemplo) não é a única vítima numa situação de violência doméstica. Há também os filhos, amigos e a sociedade em geral, sujeitos aos efeitos colaterais do acto. Além disso, é mais que certo que essa mulher será objecto da chantagem do agressor se o sistema permitir que ela retire a queixa.
A violência doméstica é responsabilidade de todos e deve ser resolvida por todos. Espero que esta ideia alucinada do bastonário se fique por aqui.

conversa 723

Ela - Tu és perigoso.
Eu - Sou perigoso?
Ela - Sim. Não és perigoso como pessoa mas és como namorado, de certeza.
Eu - Porquê?
Ela - És demasiado inteligente.
Eu - Isso não é verdade. Sou normalíssimo.
Ela - És muito inteligente numas coisas e muito burro noutras.
Eu - Não percebi.
Ela - Lá está. A perceberes-me és burro.

conversa 722

Ela - Eu não posso andar contigo mas também não quero que andes com mais nenhuma gaja.
Eu - Está bem.
Ela - Está bem?
Eu - Sim, está bem.
Ela - Perdeste a paciência?
Eu - Sim.

5.13.2008

conversa 721

(pelo telefone)

Eu - Tomamos café logo?
Ela - Este fim de semana saí, estou muito cansada. Sabes que eu gosto de dormir pelo menos nove horas...
Eu - Não te estou a pedir para ficares nos copos até às duas da manhã...
Ela - Eu sei... mas se tomo café depois não consigo dormir.
Eu - Não tens que tomar café. Anda lá, tenho saudades tuas.
Ela - Também tenho saudades tuas. Podíamos marcar para sábado à tarde...
Eu - Faltam quatro dias...
Ela - Pois, mas até lá trabalho.

amendoim

Este palerma já matou um cabo-verdiano só pela cor da pele, já apareceu na televisão com discursos xenófobos e de incitamento ao racismo, já ameaçou de pancada membros do Bloco de Esquerda, é líder dos hammerskins em Portugal (grupo de extrema-direita que exige a morte de um não branco para a inscrição) e gosta de exibir a sua colecção de armamento ilegal. Mesmo assim acha que é um preso político. Não é um preso político, é só um palerma com um cérebro do tamanho dum amendoim.

conversa 720

(dentro do meu carro, no momento em que a estava a deixar em casa)

Ela (mexendo na carteira) - Bolas, esqueci-me das chaves dentro de casa.
Eu - De certeza?
Ela - Cala-te! Já me estás a enervar.
Eu - Mas porquê? Eu não fiz nada. Tu é que te esqueceste...
Ela - Sempre que vens buscar-me buzinas muito alto e eu fico stressada.
Eu - Mas... a buzina só tem uma intensidade. Não posso pôr mais alto ou mais baixo...
Ela - Mas apitas muitas vezes seguidas.
Eu - Apitei duas vezes como de costume.
Ela - Cala-te! Não me enerves. Não percebes que esta discussão não me ajuda nada?
Eu - Tu é que disseste que a culpa de te teres esquecido das chaves é minha. Eu não concordo...
Ela - Eu estava a vestir-me e tu apitaste duas vezes para eu descer. Vesti-me à pressa e de certeza que deixei as chaves em cima da mesa por tua culpa. O normal devia ser tu chegares e esperares em silêncio que eu descesse.
Eu - Mas... o combinado é eu apitar quando chego, não é?
Ela - Nunca mais saio contigo.
Eu - Está bem, pronto, mas hoje tens que dormir em minha casa.
Ela - Ah! espera aí. Estão aqui as chaves. Afinal trouxe-as.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

Cavaco e Carla Bruni

Eu acho que o Cavaco Silva devia ter um caso amoroso com a Carla Bruni e depois andar à pancada com o Sarkozy. Era uma forma mais justa de aproximar os jovens da política do que, como está a fazer, excluir os jovens do BE dos dos encontros que se destinam a combater o afastamento dos jovens da política. Mostra-se preocupado com o distanciamento dos jovens portugueses da política mas é o primeiro a criar brechas graves nessa juventude. Se fosse fotografado de mão dada à Carla Bruni numa rua qualquer de Boliqueime, pelo menos a geração dos Morangos com Açúcar era capaz de lhe ligar alguma coisa.

5.12.2008

coisas sobre mulheres que leio nas portas de casas de banho públicas (3)



se por acaso alguma rapariga aqui vier cagar que me ligue 969312527 :)

uma casa de banho do iscte, lisboa.

conversa 719

Ela - És muito fotogénico, tu.
Eu - Achas?
Ela - Sim. És mais bonito nas fotografias do que em carne e osso.

conversa 718

(no café, com uma amiga que não via há doze anos)

Ela - O que é que tu pensaste quando leste o meu email, depois deste tempo todo, a marcar um cafezinho?
Eu (risos) - Fiquei feliz. Tinha saudades tuas.
Ela - Claro que tinhas saudades minhas... eu sabia.

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Ela - Chegaste a casar com aquela tua namorada?... Como é que se chamava?
Eu - Cheguei. Casei, tive uma filha e divorciei-me.
Ela - Vês? Devias ter casado comigo. Bem feita. Tinha dado melhor resultado.
Eu - Tu namoravas com um fuzileiro ou uma coisa dessas...
Ela - Pois namorava. Casámos e divorciámo-nos logo a seguir. Não o suportava.
Eu - Lembro-me de simpatizar com ele.
Ela - Na cama era mesmo bom, fora dela era uma lástima. Mas sim... é bom rapaz, coitado.

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Ela - E então, casas comigo ou não?
Eu - Para daqui a uns tempos dizeres aos teu amigos que eu sou bom na cama mas fora dela sou uma lástima?
Ela - Não. Eu sei que na cama não és assim muito bom, lembras-te? Fora dela até pareces interessante e eu já estou a ficar velha.
Eu (risos) - Ou seja, queres que eu te ature mas nada de sexo, é isso?
Ela - Mais ou menos. Uma vez por outra pode ser.

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Eu - Olha, a sério que não me lembro de ir para a cama contigo. Quer dizer, lembro-me de dormir contigo algumas noites mas sem sexo, só abraçados. Porque é que disseste que sou mau na cama?
Ela - Um gajo de vinte e tal anos dorme com uma gaja e não tenta saltar-lhe em cima... é porque tem problemas. Cheguei a pensar que eras impotente mas como agora dizes que tens uma filha...
Eu - Se calhar não me interessaste...
Ela - Eu interesso a todos os homens.
Eu - Pelos vistos não.

conversa 717

Ele - Sempre fui um cabrão com as mulheres e elas caíam-me sempre ao pés. Agora que me porto bem, que me entrego todo a uma mulher que amo mesmo, ela dá-me com os pés sem justificação.
Eu - Tens que ter calma. Vocês andaram juntos quinze dias. Isso não é nada... nem dá para ver se realmente gostam um do outro.
Ele - Quinze dias sempre juntos... isso é muito, sim.
Eu - Se achas que quinze dias é muito é porque sabes mesmo pouco sobre o que é uma relação. Não sabes nada...
Ele - Se achas que quinze dias não dão para ver se gostamos um do outro, porque é que ela acabou com tudo sem sequer tentar perceber se dava ou não?
Eu - Pela mesma razão que não tenta perceber com inúmeros homens: não lhe apetece.
Ele - Mas ele disse-me que não podia passar sem mim.
Eu - Então está a ser aquilo que tu dizes que foste a vida toda e tu, agora, é que lhe estás a cair ao pés. Levanta-te.

5.09.2008

casamento

Um amigo meu japonês que tem uma banda de punkrock e casou a semana passada com uma portuguesa, também minha amiga e chamada Maria, mandou-me um vídeo do último concerto que deu. Parece um bocadinho de nada mal disposto mas acredito que seja coisa passageira. Já lhe disse que está muito branco e magro. Devia tomar mais Depuralina e Herbalife...

conversa 716

(com uma ex-namorada)

Eu - Estás apaixonada outra vez? Isso é bom.
Ela - É. Nunca ninguém me fez sentir assim.
Eu - Ah!
Ela - Mesmo na cama é o melhor que já vi.
Eu - Ah!
Ela - Só talvez... o tipo com quem andei antes de ti.
Eu - Ah!

conversa 715

Eu - Mas tu nunca te apaixonaste? Nunca gostaste de ninguém assim a sério? Pareces tão... fria, às vezes.
Ela - Não.
Eu - Não percebo como é que isso é possível... com trinta anos.
Ela - A minha vida é difícil.
Eu - É difícil porquê?
Ela - Porque sim.

anormal?

Somos todos normais, todos os dias e todas as horas, até um ponto em que o deixamos de ser. Um homem barricou-se no tribunal de Gaia e sequestrou uma juíza, sabe-se agora que o fez com uma pistola de alarme e porque não vê o próprio filho há meses. Será que eu sou o único que o percebe?
Regular o poder paternal em Portugal é urgente. As mulheres são (quase) sempre beneficiadas pela lei nesta matéria, prejudicando o pai e o próprio filho. Numa situação destas é normal que se deixe de ser normal, ainda que só por uns momentos. Eu talvez fizesse o mesmo se me impedissem de ver a minha filha durante meses, só que a pistola não seria de alarme.

conversa 714

(ao telefone)

Ela - O melhor é esquecer o que aconteceu entre nós. Foi um erro.
Eu - Está bem... mas estás bem, tu?
Ela - Bem não estou. Não sei muito bem.
Eu - Se precisares de alguma coisa telefona-me, ok?
Ela - Se eu me tornar a separar do meu marido telefono-te...
Eu - Não era isso que eu queria dizer.
Ela - Era o quê? Porque outra razão é que te ia telefonar?
Eu - Sei lá...
Ela - Eu também não sei.

pornografia para cegos

Uma associação sem fins lucrativos lançou um site de pornografia para cegos, o porn for the blind. Por mim tudo bem, mas admito que fiquei desiludido. São apenas uns ficheiros de áudio e não há nenhum em português. Se calhar vou ter que fazer o primeiro, baseado na minha última experiência sexual que, por acaso, foi com uma ginasta.

Eu - Agora que já acabou podias só tirar as pernas para eu sair...
Ela - Acho que dei nó cego.
Eu - É que eu queria ir ao frigorífico buscar um pão com manteiga.
Ela - Tudo bem, tira a mão da minha nádega a ver se consigo...
Eu - Isto é a nádega? Pensei que fosse uma mama.
Ela - Ai isso na minha mama é uma mão? Pensei que fosse o teu pé esquerdo.
Eu - Não, o meu pé esquerdo está na parede.
Ela - Só tens manteiga para pôr no pão?
Eu - Também tenho queijo e presunto.
Ela - Quando conseguirmos sair daqui fazes-me uma sandes de presunto?
Eu - Faço, amor. Faço tudo o que quiseres.
Ela - Oh! siiiiiiiiiiiim...

5.08.2008

boa sorte

Em dois dias fez mais de mil e seiscentos quilómetros de carro para me ver. Dizia ela que estava embriagada de amor. Nunca acreditei muito, para ser sincero. Ainda lhe disse que era um exagero e que eu estava a pensar meter uns dias de férias para passar uns dias em Espanha sem nenhum tipo de stress.
Na última manhã acordou muito cedo e saiu sem se despedir. À tarde mandou-me um sms a dizer que tinha gostado muito, que tinha sido importante e blá blá blá, mas que ia voltar para o marido. Perguntei porquê. Porque ele prometeu mudar e é o pai do filho dela. Ok, respondi. Boa sorte.

PCP apoia iniciativa do BE

Como membro do Bloco de Esquerda quero agradecer ao Partido Comunista Português e a Henrique Custódio, a divulgação às comemorações do Maio 68 que o BE organiza no próximo sábado, no ISCTE em Lisboa. Já agora, se tiverem alguma coisa dessas que fumam antes de escrever para o Avante, agradeço que me arranjem um bocadinho. Deve ser fixe! Lol!

Em retribuição pela amabilidade, e já que o hoje o Partido comunista Chinês agradeceu ao PCP o apoio precioso nas questões sobre o Tibete, desejo que esses seus apoiantes consigam finalmente vender barcos com armamento ao democrata Mugabe, e que continue a matar tudo o que é opositor político interno. [ver mais n'A Ilusão da Visão]. O PCP vai-se consumir a si mesmo e não percebe isso.

conversa 713

(um amigo pede-me que as leitoras deste blogue, por favor, lhe expliquem o que esta Ela pretende)

Ele (à meia noite) - Só para dizer que gosto muito, mesmo muito de estar próximo de ti! Uma boa semana!!!!
Ela (às 20h do mesmo dia) - Fico feliz por saber que sou uma boa companhia, obrigada e uma óptima semana para ti também
Ele (passado 5 minutos) - És um doce de companhia. A mais bela também...
Ela (passado 2 minutos) - Obrigada :-) Tenho a certeza que iremos ser bons amigos :-)

conversa 712

Eu - Estás bonita.
Ela - Não costumas dizer isso muitas vezes.
Eu - Hoje decidi que sempre que tiver alguma coisa boa para dizer a outra pessoa, digo mesmo.
Ela - Porque é que eu não acredito nisso?

5.07.2008

respostas a perguntas inexistentes (33)

Ela perguntou-lhe o que é que ele fazia na vida e ele deu um gole no café. Pareceu-lhe menos saboroso, aquele gole, do que os anteriores. Aquela pergunta era também uma afirmação. Ela perguntava-lhe qual a profissão dele mas, ao mesmo tempo, confessava também que para ela a profissão era "a vida". Ele ainda indagou se era pela profissão que ela perguntava. Que sim. Que pena, ela era tão bonita.

sexo nas escolas, diz ela

O Bloco de esquerda insiste na introdução de uma área curricular de educação sexual nas escolas. Na notícia do Público sobre a apresentação do projecto de lei, o comentário duma leitora de Viseu chamou-me a atenção:

É preciso não confundir! O que tais mentalidades querem é sexo nas escolas e não educação sexual! Mas quem é que precisa de educação sexual! Apreende-se, naturalmente, quando chega a altura! O que me parece necessário, é aprenderem a controlar-se e a respeitarem uns aos outros! Já sabemos que o prazer está acima de tudo, sobretudo nos tarados!

Nada como a intervenção duma senhora que, apesar de adulta, não faz a mínima ideia do que é educação sexual, para ficar demonstrado que o projecto de lei tem toda a razão de ser.

conversa 711

Ela - Desculpa não ter aparecido.
Eu - Não teres aparecido onde?
Ela - Na noite em que puseste música no Clandestino.
Eu - Ah! Não te preocupes. Eu convido toda a gente que encontro para aparecer mas já sei que quase ninguém aparece... não faz mal.
Ela - Convidas toda a gente?
Eu - Toda a gente que conheço e que vou encontrando. Digo "olha, passa lá hoje à noite se puderes".
Ela - Então não me convides mais a mim.

conversa 710

Ela - O meu pai manda-te um recado.
Eu - O teu pai? Eu conheço o teu pai de algum lado?
Ela - Não, mas ele diz que alguém que lhe chama parolo não pode ser amigo da filha dele.
Eu - Parolo?
Ela - Sim.
Eu - Foi o teu pai que me deixou vinte minutos à seca porque estacionou atrás de mim em frente à farmácia Saúde?
Ela - Acho que sim... mas ele disse que foi só um bocadinho.
Eu - Diz-lhe é para ter mais cuidado. Qualquer dia faz isso ao gajo errado. Comigo teve sorte.
Ela - Acho que não lhe chamaste só parolo, pois não?
Eu - Sei lá... e como é que ele sabe que eu sou teu amigo?
Ela - Sabe...

5.06.2008

terapias para ser feliz mesmo quando ela passa por nós e nem nos cumprimenta (1)

1] Pegar nuns auscultadores bons, se possível daqueles que tapam o ouvido todo e ligá-los ao computador.

2] Escolher a melhor vista para o exterior (janela da sala, cozinha, etc), se possível com movimento de automóveis e/ou transeuntes.

3] Encher um copo com vermute e uma casca de limão.

4] Ouvir esta música no máximo do volume.

conversa 709

(no recreio da escola com a minha filha)

Ela - Pai, o João anda a dizer que a Márcia tem sexo com meninos em troca de rebuçados.
Eu - Tem o quê?
Ela - Sexo.
Eu - Ah!
Ela - Não fazes nada?
Eu - Faço. Quando a tua professora chegar vou tomar café.

dentro de quatro paredes

Um amigo com quem tomamos café diariamente e nos parece ser a melhor pessoa do mundo, com quem rimos e contamos piadas, com quem desabafamos os nossos dias incertos, em casa pode ser o oposto. Porquê? Porque está entre quatro paredes e uma das coisas que caracteriza os agressores na violência doméstica é a cobardia e perversidade. Não o seu estrato social. Neste tipo de violência há um escudo de silêncio e de vergonha que separa a vítima do mundo, e é esse escudo que é preciso romper.
No primeiro trimestre deste ano, em Portugal, morreram dezassete mulheres vítimas de violência doméstica. [notícia no JN]

conversa 708

Ela - Tens um secador de cabelo?
Eu - Não.
Ela - Como é que é possível não ter um secador de cabelo em casa?
Eu - Nunca dei pela falta...
Ela - Como é que secas o cabelo?
Eu - Com a toalha.
Ela - É incrível.
Eu - É incrível secar o cabelo com uma toalha?
Ela - É incrível o egoísmo dos homens.
Eu - Não percebi.
Ela - Eu sei que não percebeste. É disso que estou a falar.

um desejo de liberdade



Este sorriso de Cohn Bendit para um polícia tornou-se um ícone do Maio de 68. Em Paris, em Praga, no México e nos Estados Unidos milhares de pessoas tentaram mudar o mundo. Este sábado, 10 de Maio, comemora-se o quadragésimo aniversário do Maio de 68, no ISCTE em Lisboa. Eu vou lá estar. [programa em pdf]

5.05.2008

mulheres que eu gostava de poder não compreender (65)


nome: Preity Zinta
origem: Shimla, Índia
info: modelo e actriz, mas ultimamente mais actriz que outra coisa qualquer, nasceu em 1975. As indianas têm a mania de ser bonitas mas a Preity exagera. Podem saber mais sobre ela no sítio oficial. Um dia destes vou prá Índia e pronto, resolvo a minha vida.

conversa 707

Ela - Não faço mais dietas.
Eu - Ainda bem.
Ela - Sempre que começo a fazer dieta acabo por ter uma recaída que é pior. Só como bolos e chocolates e num dia estrago o esforço de semanas.
Eu - Mas tu não és gorda.
Ela - Pois não... mas preciso de perder algumas gorduras localizadas.
Eu - Localizadas onde?
Ela - Não digo.

três vantagens e desvantagens de ter uma amiga colorida em Lugo

vantagens
+ só a vemos de vez em quando
+ temos casa em Lugo para passar um fim de semana
+ Lugo é bonita e lá vende-se Super Bock em quase todos os tascos.

desvantagens
- só a vemos de vez em quando
- temos que passar um fim de semana em Lugo de vez em quando
- como 439 quilómetros no meu carro custam cerca de 27,5 euros, mais umas portagens que aparecem a seguir a Vigo e até Corunha que custam cerca de nove euros, ir e vir é uma fortuna.

conversa 706

Ele - Opá, sabes o que é que a minha mulher me disse?
Eu - O quê?
Ele - Que quando pensa em ti só lhe apetece pedir-me o divórcio.
Eu - Mas porquê?
Ele - Diz que esteve com a tua ex-mulher e ela parece muito mais feliz agora...
Eu - Tens álcool em casa? É que eu só tenho umas duas ou três cervejas.

conversa 705

Ela - Preciso de mudar alguma coisa na minha vida, só que não sei o quê.
Eu - Lá vem essa conversa...
Ela - Qual conversa?
Eu - Nada, nada.
Ela - Costumo dizer-te muitas vezes que preciso mudar alguma coisa na minha vida, é?
Eu - Não, não...
Ela - Uma das coisas que tenho que mudar é de amigos. Preciso de amigos a quem posso dizer que preciso de mudar alguma coisa na minha vida.
Eu - Mas se precisas de amigos desses é porque o dizes muitas vezes.
Ela - Calas-te?
Eu - Calo... pronto.

5.04.2008

conversa 704

Eu - Estou cheio de sono. Dormi mal esta noite.
Ela - Dormiste mal porquê? Insónias ou más companhias?
Eu - Passei a noite no escritório. Não tinha transporte para ir p'ra casa.
Ela - De certeza que foi isso...
Eu - A sério que foi isso, qual é a tua?
Ela - Eu não disse que não acreditava.
Eu - Pareceu-me.
Ela - Se te pareceu é porque se calhar é mesmo mentira.

conversa 703

Ela - Tu usas algum creme hidratante?
Eu - Não.
Ela - Devias usar.
Eu - Tenho um na casa de banho que comprei a pensar que era champô, só que nunca o usei.
Ela - Então usa. Estás com a pele numa lástima.
Eu - Não noto nada.
Ela - Noto eu.

casal de irlandeses retirado aos filhos

Um casal de pais irlandeses, de férias no Allgarve, foi retirado aos filhos pela Segurança Social. Os técnicos daquela instituição chegaram à conclusão que os filhos, com um, dois e seis anos de idade, não têm condições para continuar a tratar dos pais, depois destes terem sido apanhados em coma alcoólico. Um agente de turismo, que pediu o anonimato, disse a este blogue que na Irlanda há muitos casos de crianças que deixam os pais ingerir indiscriminadamente bebidas alcoólicas.

a ver passar os comboios...

Ontem saí do trabalho à meia-noite. Como habitualmente dirigi-me para a estação de comboios de Espinho, cidade onde trabalho, para apanhar o último comboio da noite. Fui informado por um transeunte que o comboio não passava, por causa da inauguração da estação nova, mas que ele achava que a CP tinha um autocarro a fazer o percurso. Esperei pelo autocarro até às duas da e não passou. Bebi uma cerveja num bar e voltei para o escritório. Não consegui dormir nada.
Às sete e meia da manhã, já na estação nova, apanhei o primeiro comboio do dia que devia chegar a Aveiro às oito e treze. Em Salreu avariou e tive que esperar pela composição seguinte. Eram dez da manhã quando me deitei.
Acordei às duas da tarde e preparei-me para mais um dia de trabalho. Fiz a viagem no comboio que saiu de Aveiro às quinze e dezanove e devia chegar a Espinho às quinze e cinquenta e seis. Chegou às dezasseis e vinte e cinco. Pelo menos senti-me uma espécie de estrela do rock'n'roll porque a população estava toda na estação a ver passar os comboios. Fui recebido em apoteose e com palmas.
É como eu me sinto actualmente com as mulheres: a vê-las passar. Só não bato palmas.

5.03.2008

mamas maiores

A direcção do Hospital de São João, no Porto, abriu um inquérito às cirurgias estéticas para aumento mamário feitas a funcionárias daquela unidade hospitalar. A notícia do Público diz que a situação foi detectada quando a IGAS verificou um número anormal de doentes a quem tinham sido feitas cirurgias mamárias. Será que, antes disso, ninguém naquele hospital reparou que as funcionárias estavam com as mamas maiores?

respostas a perguntas inexistentes (32)

Ele apercebeu-se da paz podre quando se cruzou com ela. Ela ia do quarto para a cozinha, provavelmente arrumar duma maneira diferente os copos que ele já tinha arrumado depois do almoço. Ele ia da sala para o quarto, na esperança de a encontrar e perguntar-lhe se queria sair e tomar um café. Mas já não a ia encontrar nem sequer perguntar-lhe nada. Cruzaram-se no corredor, no sentido inverso, e não trocaram um olhar nem um som. Foi o silêncio absoluto. A diferença é que o silêncio dela era grande e o dele era pequeno.
O silêncio dela ocupou rapidamente a casa toda. O corredor, a cozinha, a sala e o quarto. Ele acabou por se refugiar no seu pequeno silêncio, como um caracol dentro da casca, dentro do pouco espaço que sobrava na casa de banho. Sentou-se na sanita e pousou o queixo brandamente nas suas mãos em concha. Ficou a ouvi-la a tirar os copos todos das prateleiras e arrumá-los todos novamente. Um por um.

conversa 702

(ao telefone)

Ela - Estás chateado comigo?
Eu - Não, claro que não. Estás bem?
Ela - Estou, se me disseres que não estás chateado comigo.
Eu - Já disse. Não te preocupes. Eu também bebo copos às vezes...
Ela - Então não estás chateado...
Eu - Já disse que não. Não me obrigues a repetir.
Ela - Vês? Estás chateado comigo.

pensamentos catatónicos (131)

Acho que devia ter nascido espanhol. Estatisticamente compreendo melhor nuestras hermanas do que as portuguesas. Só não sei porquê.

conversa 701

Eu - Fico aqui até entrares entrares em casa. Quando chegares ao quarto vem à janela. Só para eu saber que estás bem.
Ela - Porque é que não dormes aqui?
Eu - Porque tu vives com os teu pais...
Ela - Estás sempre a atacar-me...
Eu - Eu não estou a atacar-te. Só disse que vives com os teus pais...
Ela - E a seguir vais dizer que uma mulher da minha idade devia viver sozinha, devia ser mais isto e mais aquilo...
Eu - Não vou nada. Só estava a explicar-te porque é que não durmo contigo.
Ela - Não era comigo. Era em minha casa mas não era comigo. Pensas que eu durmo com qualquer um?
Eu - Pronto, está bem. Não era contigo. Sobe lá que eu tenho que ver se durmo alguma coisa também.
Ela - Estás sem paciência para mim, vês?
Eu - Só disse que tenho que ir dormir. Amanhã tenho um almoço de família.
Ela - Nunca me levaste a almoçar com a tua família...
Eu - Anda lá. Estás com os copos. Vai dormir...
Ela - Vês? Estás sempre a atacar-me.
Eu - Eu não estou a atacar-te.
Ela - Tu vais namorar com a ******?
Eu - Não.
Ela - Vais, vais.
Eu - Se eu pudesse até namorava mas ela não quer.
Ela - Quer, quer... só que te disse que não.
Eu - Está bem mas agora sai do carro e sobe, por favor. Sabes qual é o teu andar?
Ela - Vês? Estás sempre a atacar-me.

conversa 700

Ela - Dá-me a chave do carro já.
Eu - Não dou nada.
Ela - Dá-me a chave do carro já.
Eu - Pareces aquela pita do liceu a pedir o telemóvel.
Ela - Dá-me a chave do carro já ou também te bato.
Eu - Estás bêbada e eu não te vou dar a chave. Levo-te a casa e amanhã vens buscar o carro.
Ela - O que tu queres é comer-me. Pensas que não sei?
Eu - Levo-te a tua casa. Não é à minha.
Ela - Queres-me comer no carro.
Eu - Mas preferes que eu te coma no carro ou ser apanhada pela polícia com sangue no álcool ou, até, ter um acidente?
Eu - Prefiro ter um acidente.
Eu - Ok. Toma a chave.
Ela - Não. Podes me levar.

ainda há esperança...

Um amigo meu indiano, por quem tenho muito apreço, até porque sofre do mesmo pequenino estigma que eu, que é não compreender as mulheres e ter uma vida sexual pior que a do D. Afonso VI, conseguiu finalmente compreender uma mulher. Pelo menos foi o que ele me disse num email que até traz um vídeo em que ele canta com ela. Fiquei contente. Ainda há esperança...

5.02.2008

a mentira

Quem mente descaradamente numa relação, independentemente de ser o homem ou a mulher, é aquele que não gosta verdadeiramente do parceiro nem o respeita. Há pessoas que mentem tanto que eu não sei como é que se conseguem ver ao espelho.

conversa 699

Ela - Podes ter a certeza que entre um homem carinhoso na cama e um homem bomba, a maior parte das mulheres opta pelo homem carinhoso.
Eu - Eu acho é que a maior parte opta pelos dois.
Ela - talvez também seja verdade.

conversa 698

Ela - O leite aumentou mesmo de preço.
Eu - Aumentou. Aliás, não houve leite nas lojas durante algum tempo porque os intermediários já sabiam que o preço ia aumentar.
Ela - Só espero que não aconteça o mesmo com a coca-cola.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

5.01.2008

a apanhar bonés

Há bocado fui pôr gasolina no carro o que, nos dias que correm, é assustador porque nunca se sabe qual o preço que se vai pagar. De qualquer maneira, e por ser um cliente fidelizado que já consumiu quase 1100 litros naquela estação ou seja, depois de gastar mais ou menos 1400 euros, estou quase a ter direito a um boné do FC Porto gratuitamente. Há coisas que valem a pena.
Pelo menos não é só relativamente à minha vida emocional, diga-se às minhas pseudo relações com mulheres, que me sinto a apanhar bonés.

igualdade entre homem e mulher, sim... mas não tanto

Este é apenas o fragmento dum filme chamado "à procura do socialismo". Tanto quanto sei a RTP iniciou a sua produção em 1975 mas desistiu, acabando por fazê-lo apenas em 1994 a pedido da UDP. Actualmente, no entanto, o filme não consta dos arquivos da RTP e a, supostamente única cópia do mesmo, chegou às minhas mãos através dum camarada do Bloco de Esquerda numa cassete VHS. Este fim de semana vai estar a passar no Centro Multimeios de Espinho, no âmbito da exposição "O Estado Novo e a Mulher".
O filme é delicioso e tem uma incontornável importância histórica e política. Entre vários políticos influentes no pós 25 de Abril encontramos, por exemplo, o Freitas do Amaral a afirmar que o CDS defende uma sociedade sem classes. O maiores murros no estômago que levamos são, apesar de tudo, nas declarações anónimas, como esta mulher que acha que o socialismo é igualdade para todos mas, igualdade entre a mulher e o homem é que não tanto. Pois é... não sabe explicar muito bem.

conversa 697

Ela - Uma das coisas que esticou o meu casamento foi o sexo.
Eu - Era bom?
Ela - Eu achava que era bom porque não conhecia mais nada.