5.31.2007

fai un sol de carallo

Está-me a fazer falta ir à Galiza. Está, está... e esta música d'Os Resentidos ainda me faz ter mais saudades...

Fai un sol de carallo.
Con isto da movida haiche moito ye-yé que, de noite e de día, usa jafas de sol:
¡Fai un sol de carallo!

A matanza do porco
A matanza do porco.- A berra e un conxunto de berros dun porco cando o van matar.
San Martiño oficial de Monforte ó Nepal, o magosto para agosto, safaris do porco,
filloas de sangue, Galicia embutida: ¡Fai un sol de carallo!, ¡Galicia caníbal!

Etiopía ten fame
Etiopía ten fame.- Un parado occidental sostén un filete.
Un negro deitado, o negro non lle chega, arrastra o bandullo.
O parado occidental sostén o filete; o parado altivo, o negro non lle chega.
Doa os teus riles: un ril á merenda. Doa os teus riles: outro ril á cea.

baixar no rapidshare

conversa 209

Ela - Gostava de gostar mais de ti.
Eu - Também gostava de gostar mais de ti.
Ela - Mas isso quer dizer que já gostamos muito, não é?
Eu - É.

conversa 208

Ela – Onde é que vais nas férias?
Eu – Não sei ainda muito bem. Há várias hipóteses...
Ela – Quando é que tens férias?
Eu – Lá para fins de Agosto, em princípio.
Ela – Eu também vou ter Agosto.
Eu – Ah! Mas eu vou fazer férias sozinho. Parte vai ser com a minha filha num parque de campismo qualquer. Outra parte vai ser sozinho. Já decidi isso...
Ela – Eu não sou capaz de fazer férias sozinha.
Eu – Eu sou...
Ela . É que ia perguntar-te se querias acampar comigo...
Eu – Quer dizer... um fim de semana, três ou quatro dias... dá sempre. Até pode ser.
Ela – Fica combinado?
Eu – Não fica combinado mas fica combinado que vamos combinar, ok?
Ela – Ok... mas onde é que pensas que podes acampar comigo?
Eu – Nas Astúrias, no Alentejo ou na Galiza...
Ela – OK...

há um gesto por surgir

Há um gesto por surgir. Ligo o PC e pouso na mesa uma sandes mal comida. Primeiro o Windows está a iniciar, depois carrega as minhas definições pessoais. Definições pessoais, diz ele. Vá-se foder, digo eu. Quem é o gajo para pensar que me conhece? Há mais Windows. Há, há, e há um gesto por surgir.
Encosto o ombro a um dos vidros da janela da cozinha, depois de tirar uma chávena de chá quente do micro-ondas. Está muito quente e faço barulho a beber um gole inepto. Lá fora há várias definições pessoais que, não sendo minhas, vou carregando. A vizinha da frente estende lençóis brancos que tapam as janelas do andar de baixo, enquanto o marido entra no automóvel sem olhar para cima nem lhe dizer adeus. É um silêncio explosivo. Acho que ela está a olhar para os lençóis e a perguntar-se porque é que dorme neles, com ele, todas as noites.
Há um gesto por surgir. Talvez o do cão que cheira as pernas da dona lá em baixo no passeio. Ela é bonita, penso. É sempre o primeiro pensamento que tenho quando vejo uma mulher qualquer: é bonita, é mais ou menos bonita, é isto ou aquilo. É também o pensamento menos importante, e por isso apresso-me a embrulhá-lo noutra inteligência qualquer. Não gosto dela. É bonita mas não gosto dela. Não gosto da forma como trata o cão, subjugando todos os seus movimentos. Posso estar a ser injusto mas não interessa. Ela não sabe.
Há um gesto por surgir. Talvez o da mulher que espreita para dentro do contentor de reciclagem de papel. Ainda respira mas já não está viva, penso eu. Pelo menos é que me parece pela quietude dos seus olhos. O corpo mexe-se mas os olhos não, o que indicia que já não procura nada de novo na vida. Deixa-se ir, como um galho seco numa ribeira amortecida. Não tenho pena dela. Se não está viva também não está triste. E eu dou mais gole no chá. Queimo a ponta do lábio.
Há um gesto por surgir. E é meu. Volto ao computador e desligo-o. Imbecil, não me apetece estar numa máquina com as minhas definições pessoais. Procuro um gesto qualquer. Volto à janela. A vizinha da frente diz-me adeus. Depois pousa a cabeça entre as duas mãos em forma de taça, suportadas pelos cotovelos alicerçados na janela. Talvez assim o silêncio do seu marido, que ficou estacionado na rua quando ele partiu, se vá também. Digo-lhe adeus. Ela é bonita. Que pensamento pouco importante, penso. Mas é o primeiro e é normal que o seja. É simpática também, ou parece, pelo menos. Digo-lhe adeus. Encontrei o gesto. É tudo.

IRS

Neste preciso momento, 15h00, estou triste e deprimido a fazer o IRS.

update 1 às 15h25] já preenchi o rosto e o anexo A.
update 2 às 15h40] já preenchi o anexo B.
update 3 às 16h00] já preenchi o anexo H mas não sei onde é que ponho a pensão que pago à minha filha. É a primeira vez...
update 4 às 16h31] Entreguei o IRS. Ufa! Já não estou deprimido nem triste. Vou tomar um café com a minha amiga brasileira e já venho aqui mandar umas baboseiras. Vitória, vitória!

5.30.2007

merda, cuecas chinesas e IRS



Saló ou os 120 dias de Sodoma, é um filme de 1975 do Pier Paolo Pasolini. Foi o único filme, até hoje, que não consegui ver todo à primeira. Nem à segunda nem à terceira. Mas já o vi o todo. Para quem nunca o viu, é sobre uns filhos da puta de fascistas italianos, já durante a recuperação dos aliados na Itália do fim da segunda grande guerra, que reúnem uma série de adolescentes numa mansão e os torturam das formas mais esquisitas que pode haver. O filme é baseado na obra de Marquês de Sade “Os 120 dias de Sodoma” e nalguns dos seus ciclos dantescos.
Bem, um dos ciclos é o da merda, em que os torturados são obrigados a comer a própria merda num banquete em que todos entram, incluindo os torturadores. Hoje, assim não sei bem porquê, lembrei-me deste filme quando estava na casa de banho, a olhar para as minhas cuecas de 1,99€ no chinês onde trabalha a chinesa mais bonita de Aveiro, e a pensar que é na casa de banho que conseguimos ter algumas boas ideias e tornarmo-nos mais optimistas. É bom podermos defecar e a seguir simplesmente puxar o autoclismo, sem pensar mais nisso.... acreditem que é.
A boa ideia que tive... epá, esqueci-me.
Tenho o filme em MPEG4 (divX) com as respectivas legendas. Se alguém conhecido o quiser ver talvez se arranje qualquer coisa...
Pronto, era só isso. Agora vou fazer o IRS.

também não compreende as mulheres

Tenho uma amiga. Não é que a compreenda muito bem... mas até compreendo um bocadinho, e gosto dela. Ela também não compreende as mulheres o que, relativamente a mim, é sinónimo de alguma compreensão.

conversa 207

Ela - Sinto-me um bolo amargo mas com uma cereja por cima, percebes?
Eu - Mais ou menos... não percebo assim muito bem.
Ela - Tenho uma relação excelente com o ******, mas não me sinto feliz. Ele é a cereja...
Eu - Ah!
Ela - Não sei que faça...
Eu - Eu também não.

razões de ser

1] A vida é um constante combate à solidão. Quando se consegue estar só e feliz ao mesmo tempo é porque se ganhou esse combate. Eventualmente pode-se é perder a guerra que é perceber que os outros são a nossa razão de ser.

2] O meu querido Beira-Mar anda pelas ruas da amargura. Esta sexta-feira, às 21:15, o Movimento 1922 reúne-se no IPJ para tentar mudar as coisas. O grave não é a equipa sénior ter descido de divisão. O grave é esse facto já não entristecer quase ninguém. Esta direcção ainda não percebeu que os sócios, podem não ser os maiores contribuintes para os cofres do clube, mas são sempre a sua razão de ser.

3] Lembrei-me-me duma coisa que disse uma vez a um colega de trabalho, quando me disse que o nosso director era indispensável ao sucesso da empresa: "os cemitérios estão cheios de pessoas indispensáveis". A frase não era minha, tinha-a lido em qualquer lado, mas ainda hoje lhe encontro razão de ser.

4] É uma pergunta estúpida, se calhar, mas para a qual não encontro resposta: Se a falta de dinheiro é um problema, porque é que não se fabrica mais?

coisas que fascinam (50)

É verdade que às vezes se comunica mais em silêncio, do que outras vezes com uma enchente de palavras.

pensamentos catatónicos (77)

Tenho até amanhã para entregar a declaração de IRS. Vou passar a noite de cu pró ar à procura de papelada em minha casa.

existência

Esta noite foi boa. Hoje estou feliz. Feliz mesmo. Não é uma felicidade daquelas em que rimos e gritamos. É mais uma felicidade daquelas em que viramos as páginas do jornal que trazem más notícias, mexemos o café cinquenta e cinco vezes mesmo sem ter posto açúcar, ficamos felizes porque uma greve geral nos impede de ir trabalhar, e às duas e tal da tarde ainda nem fomos almoçar. São só momentos, mas que chegam para justificar o facto de existirmos.

conversa 206

(hoje, na estação de Aveiro, com uma mulher e o segurança da estação, quando confrontados com a greve da CP)

Ela – Eles não querem é trabalhar. Ganham fortunas e ainda ficam em casa... que se lixa somos nós, que precisamos do comboio para trabalhar e não podemos.
Eu – Não deve ser bem assim, não é? Acho que se ganhassem fortunas não faziam greves. Mas esta até é uma greve geral... não é só da CP.
Ela – Mas por eles não quererem trabalhar eu também não posso, e nem dinheiro no telefone tenho para poder avisar a minha patroa.
Eu (emprestando-lhe o meu telemóvel) – Pode ligar do meu, se quiser.
Ele (enquanto ela fala ao telefone) – A maior partes das pessoas, em vez de aceitar a greve, ainda culpa os trabalhadores... e eu é que levo com a raiva toda...
Eu – Pois... percebo.
Ela (devolvendo-me o telefone) – É uma pouca vergonha...
Eu – Eu acho sempre que as pessoas têm o direito de lutar por uma vida melhor... e até o dever.
Ela – Eu trabalho em casas, todos os dias, e levo para casa pouco mais de trezentos euros por mês. Criei dois filhos assim e não me queixo.
Eu – O que eu não percebo é como é que uma pessoa que ganha trezentos euros por mês a trabalhar todos os dias não se queixa nunca, mas depois por causa duma greve de comboios se queixa tanto. Acho que tem motivos mais do que suficientes para se queixar doutras coisas...
Ela – Queixar-me do trabalho?! Eu?! Trabalho desde pequenina. Nunca me queixei.
Eu – Mas devia, é o que lhe estou a dizer.
Ela – Os preguiçosos e mandriões é que se queixam do trabalho. Eu não.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

5.29.2007

quando estiveres bem não penses no amanhã

O índice ivariano acaba de subir cinco valores. Agora está em quinze. Uau... tipo... na minha opinião pessoal... posso dizer? Já sei que amanhã vai descer outra vez, mas pronto, como diz uma amiga minha brasileira "quando estiveres bem não penses no amanhã".

conversa 205

Eu - Queres ver o 300 logo em minha casa? Baixei-o da net...
Ela - Sozinha?
Eu - Não... comigo.
Ela - Só eu e tu?
Eu - Não... podes levar o teu pai, a tua mãe e os teus irmãos todos.
Ela - Não acho que eles queiram.
Eu - Eu estava a brincar...
Ela - Ah! Nem sequer tens o filme.
Eu - Deixa lá... esquece o que eu te disse...
Ela - O que é que me disseste que eu deva esquecer?
Eu - Isso, isso...
Ela - Isso o quê?
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

conversa 204

Ela – Já estás em Espinho?
Eu – Já…
Ela – Oh! Estava aqui no café à tua espera… para estarmos um bocadinho juntos. Ontem não pude ir ao Clandestino, foi fixe?
Eu - Foi, foi… mas eu tinha combinado tomar café contigo? É que nem me lembro…
Ela – Não, mas como uma vez tomámos aqui café…
Eu – Há uns três ou quatro meses…
Ela – Sim… pensei que pudesses passar por aqui.
Eu – Acho que nunca mais aí fui…
Ela – Por isso é que te estou a telefonar.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

tenho que atravessar a estrada

Hoje de manhã ajudei uma senhora a atravessar a estrada. Ela pediu-me, e eu fiz parar alguns automóveis impacientes para a levar para a outra margem. Depois perguntei-lhe se precisava de mais alguma coisa. Que não, respondeu, e fui tomar café.
De regresso a casa, passado pouco tempo, a mesma senhora pediu-me ajuda para atravessar a mesma rua no sentido inverso, o que tornei a fazer mas, desta vez, já não lhe perguntei se precisava de mais alguma coisa. Fiquei com a sensação que ela não se lembrava de mim.
Em casa arrumei o computador e bebi um iogurte líquido. Depois fui para o carro e arranquei em direcção à estação de comboios de Aveiro. Um homem gordinho fez-me sinal para parar. Estava a ajudar a mesma senhora a atravessar a mesma via.
Andei alguns quilómetros mas não aguentei. Voltei para trás numa rotunda e estacionei perto daquela mulher idosa, que continuava no mesmo sítio. Perguntei-lhe se ela sabia onde morava ou se tinha o telefone de algum familiar, que eu a levava onde fosse preciso. Ela repetiu duas vezes: tenho que atravessar a estrada, tenho que atravessar a estrada.
Ainda insisti e tentei arranjar uma forma de obter qualquer informação dela, mas era impossível. Ajudei-a mais uma vez a atravessar a estrada e fui embora.
No comboio, durante todo o percurso entre Aveiro e Espinho, o meu cérebro engaiolou as sua palavras esvoaçantes: tenho que atravessar a estrada.

5.28.2007

conversa 203

Ela - Eu gosto de ti. Até és a pessoa que eu mais gosto no mundo. Mas não gosto assim tanto...
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

enquanto não somos indiferentes um para o outro...

Chez maria encontrei esta pérola de chocolate. Temporária, claro, que para as mulheres há sempre um enquanto...
E por falar em pérolas, podem ver que os homens me compreendem... mesmo que não saibam explicar. As mulheres é que é mais fodido...

xadrez 8

a borboleta anósmica

Em pequenos voos obtusos, uma borboleta bate insistentemente num graffiti pintado na parede de betão, atraída pela cor da palavra que diz não.

Pensa que é uma flor. Não percebe aquela sólida consistência que a repele. Tenho na ponta da língua que ela vai morrer cansada antes de perceber o que está lá escrito: não.

Um homem abraça, sem convicção, uma mulher que pisca os olhos cada vez que o animal bate no muro. Ela tem os músculos endurecidos. Ele sabe que se a abraçar com mais força ela vai dizer que não.

conversa 202

Ela – Tens que comer mais.
Eu – Comer mais?
Ela – Sim… estás muito magro. Pareces um espeto.
Eu – Tenho um metro e oitenta e quatro e peso oitenta e dois quilos. Acho que estou mais ou menos no peso certo, pelo menos para quem já pesou mais de cem quilos…
Ela – Mas estás muito magrinho.
Eu – Ainda tenho barriga e tudo. Olha pra isto…
Ela – Mas não tens cu. Quem é que quer barriga nos homens? Ninguém. Tens é que ter cu.
Eu - Ah! Tá fixe… quem é que te garante que se começar a comer mais engordo exactamente no rabo? Posso até ficar com mais barriga…
Ela – A barriga desaparece se fores a um ginásio. O cu não…
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

música incompreensível

Logo à noite, no melhor bar do mundo, o dj Bagaço Amarelo passa música incompreensível. Incompreendida também, mas acima de tudo incompreensível.

5.27.2007

se o meu pai fosse gay...



Então era fixe que o teu avô tivesse sido gay, assim o teu pai também não tinha nascido.

conversa 201

Ela - O que é que tu mais gostavas de encontrar numa mulher?
Eu - Gostava de encontrar em que sentido?
Ela - Qualquer um... físico, dinheiro, fetiche, amor, signo do zoodíaco. Qualquer coisa... só quero saber o que é que tu mais gostavas de encontrar numa mulher.
Eu - Sei lá... para que é que queres saber isso?
Ela - Eu sou muito misteriosa...
Eu - Neste momento gostava de encontrar uma mulher que falasse contigo, que era para eu não ter que responder a perguntas parvas.

coisas que fascinam (49)

disse-me hoje uma amiga:

as paixonetas passam, os amigos ficam...

e eu concordei...

conversa 200

[no msn com uma leitora deste blog que, provavelmente, me vai querer matar depois disto]

Eu – Acho que é melhor não. Não quer dizer que não venha a acontecer, mas agora não.
Ela – Eu disse alguma coisa que não devia?
Eu – Não, mas nós nem nos conhecemos pessoalmente.
Ela – Já falamos aqui há uns meses.
Eu – Sim, mas em meses falámos umas três ou quatro vezes.
Ela – Mas já fizeste isso com outras mulheres.
Eu - Se eu por acaso fosse aí claro que te ligava e bebíamos um copo. Sinceramente, não vou fazer 600 quilómetros de carro para beber um café com alguém que não acho que conheça assim tão bem.
Ela – Não são 600. Realmente não compreendes as mulheres.
Eu - Ir e vir são 600. Não, não compreendo.
Ela – Podes dormir cá. :)
Eu – Lol! Mas não fico aí para sempre. Algum dia terei que voltar.
Ela – Podes ficar cá a viver.
Eu – E pagas-me tu as contas?
Ela – Sim. Lol! :)
Eu – lol! Estou a ficar tentado.
Ela – Talvez um dia.
Eu – Ou noite.
Ela - lol!

pensamentos catatónicos (76)

gavetas
Tenho duas gavetas onde os últimos anos da minha vida foram pingando devagarinho. Hoje a minha filha abriu uma delas e, surpreendida, foi-me mostrando todos as coisas que lá estavam, uma a uma, como se eu nunca as tivesse visto. Em poucos minutos desarrumou-me a gaveta e a vida, trazendo à tona memórias que estavam submersas naquela pequena poça. Depois perguntou-me se podia ficar com aquilo tudo (fotografias, moedas, papéis, bonecos, uma borracha em forma de baleia, cartões e mais umas merdas). Que sim, respondi-lhe. Depois senti-me aliviado. Foi uma boa forma de me apartar daquele enclave, tão triste quanto feliz.

flippers
Acho que depois do divórcio, durante uns tempos, todos nos sentimos uma bola numa máquina de flippers. Andamos dum lado para o outro a tentar marcar pontos, e vamos batendo em cores completamente diferentes umas das outras. Chegamos a um ponto em queremos que a bola saia, para que na próxima jogada as coisas saiam melhor. Na segunda jogada já sabemos que não devemos ir por ali nem por acolá. Eu já saí de jogo, acho eu.

conversa 199

Ela - Pai, se tu tiveres uma namorada vais gostar mais dela do que de mim?
Eu - Não.
Ela - Juras?
Eu - Não há a mais pequena possibilidade de eu gostar mais doutra pessoa do que de ti...
Ela - Eu já sabia. Só estou a perguntar porque...
Eu - Claro que já sabias.

5.25.2007

knorkator

É quase meia-noite. Estou numa festa particular onde conheci uma alemã cujo emprego é vender merchandisig dos knorkator. Estou a ver um dvd deles e a beber. Estou a rir... tenho trinta e cinco anos e nunca tinha conhecido uma pessoa ligada aos knorkator. Na verdade nem conhecia os knorkator... ufa!

shortbus

Já ouviram falar neste filme? Acabei de o baixar do rapidshare. As legendas em português, já sincronizadas, estão aqui. Hoje vou beber um copo e depois, mais à noitita, vou vê-lo. Estou curioso. Entretanto, e se eu não voltar aqui, bom fim de semana. Beijinhos para elas, abraços para eles.

falando pessoalmente...

vi este vídeo no blog do luis, ontem à tarde, e ainda não o consegui esquecer...

conversa 198

Ele – A XXXXXX é muito problemática. Chegou a um ponto em que implica comigo por tudo e por nada… estou a ficar farto. Quem me dera estar na tua situação… divorciado e só gajas à tua volta. Acho que a gaja está chanfrada ou o caralho.
Eu – A única pessoa que está à minha volta neste momento és tu, e não me pareces nada uma gaja. Se fores, deixa-me dizer-te que és feia até dizer chega.
Ele - Sabes o que eu quero dizer.
Eu – Sei. O que me queres dizer é que estás na merda, por tua culpa e não da XXXXXX, e olhas mais para os outros do que para ti próprio.
Ele – Tu és amigo da XXXXXX. Eu ando com a gaja há anos. É diferente… Eu sei que ela parece fixe com os amigos, mas em casa é fodida.
Eu – Por eu ser amigo dela é que não me devias estar a dizer mal dela, pelo menos nesses termos. Tu és burro? Não sabes que ela é minha amiga de infância?
Ele – Tu estás sozinho. Tás na boa… porque é que ainda não te juntaste com ninguém outra vez? Porque és um merdas dum egoísta do caralho. Queres é andar aqui nos copos e não te chateares com nada…
Eu – Vai levar no cu, pá. A diferença é que eu divorciei-me mas nunca disse mal da minha ex-mulher a ninguém. Primeiro porque ela é porreira, segundo porque se andei com ela tanto tempo é porque gosto dela. Tu é que estás armado em cabrãozinho… e vens-me dizer mal da minha amiga XXXXXX.
Ele – Já percebi. Vai pró caralho.
Eu – Vai tu.
Ele - Vai tu.

se o amor acabasse

se o amor acabasse, todas as cidades se tornariam ilegíveis.

Teolinda Gersão in "A mulher que prendeu a chuva e outras histórias", Sudoeste Editora, 2007.

5.24.2007

se tiver de ser

Se tiver de ser talvez trabalhe até mais tarde. Talvez não vá a casa e durma no escritório. De manhã, quando acordar com uma dor nas costas, já moldadas por uma cadeira petrificada, lavo a cara na casa de banho dum café, afrouxo um pouco o nó da gravata, e telefono-te só para tocar a tua voz. Só se tiver de ser.
Se tiver de ser vou ao supermercado comprar fiambre e pão do dia, mais uma cerveja de lata morna, e é esse o meu almoço. Depois tomo café na máquina que obriga as pessoas a passar de lado no corredor. A puta, obriga-nos a passar de lado e depois cobra-nos trinta cêntimos por um café merdoso. Sempre é mais barato. Só se tiver de ser.
Se tiver de ser esqueço-te. Passo cinco dias e cinco noites no lugar do morto do automóvel onde fodemos pela primeira vez, onde te fiz um minete enquanto tinhas os pés descalços colados ao pára-brisas. Espero aí... cinco dias e cinco noites. No lugar do morto, como se esperasse a morte sabendo que ela não vem, mesmo que esteja ali ao lado. Cansada. Só se tiver de ser.
Se tiver de ser mudo para o outro lado da rua sempre que te vir a aproximar de mim. Mastigo uma chiclete sem sabor, continuo a dar passos numa manhã sem sabor, tomo um café sem sabor mais lá à frente, e passo a merda do resto do dia sem sabor. Só se tiver de ser.
Se tiver de ser um judeu prostitui a alma ao cabrão dum nazi, um palestiniano prostitui a alma ao cabrão dum judeu, um ateu prostitui a alma ao cabrão dum palestiniano. Se tiver de ser um comunista prostitui a alma ao cabrão do Joseph McCarty, um democrata prostitui a alma ao cabrão do Estaline, um desempregado prostitui a alma ao cabrão do Bush. Só se tiver de ser.
Se tiver de ser choro, quando o Beira-Mar perde, quando tu vais embora e desligas o telefone, quando não és um dos passageiros do comboio sobrepovoado onde transpiro solidão todas as manhãs. Se tiver de ser. Só se tiver de ser.
Se tiver de ser enterro a minha vida num crédito por telefone, e mesmo assim prometo sorrir quando chegar a casa todos os fins de tarde e tu estiveres desistente na cadeira da cozinha. Talvez fumando um cigarro interminável cujas cinzas são as tuas únicas palavras. Só se tiver de ser.
Se tiver de ser afogo-me em uísque, e prometo não esbracejar nem pedir ajuda. Talvez o faça fora d'época, quando não há salva-vidas nem bandeiras às cores para nos avisar que nos podemos afogar. Só se tiver de ser.
Se me afogar e quiseres que eu volte, eu tento. A sério que tento. Mas só se tiver de ser.

queres ketchup?



Até posso não ser o melhor homem do mundo na cama, mas tomates tenho. Obrigado António Boronha.
Agora devo atirar ketchup a mais cinco blogs:

não compreendo os homens, porque é preciso ter tomates para assumir que não se compreende seres de tão fácil compreensão.
hard kruella, porque é preciso ter tomates para ser hard e ainda por cima kruella.
farinha amparo, porque é preciso ter tomates para aturar uma empregada daquelas.
faz de conta, porque sim.
bancada norte, porque é preciso, eu que o diga, ter tomates para ser adepto do Beira-Mar.

[update] também o blog sem se ver considera que tenho tomates. Acho que a minha vida está a melhorar devagarinho... lol!

Blogs com tomates

voar baixinho...

Podemos falar pelo telefone, com a pessoa que gostamos, umas quinhentas vezes por dia. Mas a voz não é mais do que uma frequência que agita partículas do ar, e o ar é só isso: ar.
O índice ivariano voa ainda em terrenos positivos, mas muito baixinho, situando-se agora no 10 depois de cair quatro valores.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (54)


nome: Michelle Reis
origem: Macau
info: É uma das actrizes asiáticas mais bonitas. Nasceu um aninho antes de mim, em Macau. Vi-a há uns dias no fabuloso "Anjos Caídos", do Wong Kar Way. Quando eu estive em Hong-Kong, um amigo chinês disse-me que os portugueses não ficaram em Hong-Kong porque as mulheres em Macau são muito mais bonitas. Não sei até que ponto é verdade, mas da breve passagem que fiz pelo ex-território português, bem que pode ter sido...

conversa 197

Eu – Se te convidasse para jantar em minha casa, aceitavas?
Ela – Sim, claro que sim… mas a sós, sem convidares mais ninguém.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

conversa 196

Ele – Sabes quanto custa uma caneca de cerveja aqui no Ramona?
Eu – Acho que é um euro e vinte… ou vinte e cinco. Uma coisa assim… pergunta ao empregado.
Ele – Só tenho noventa cêntimos… não me abonas aí uma moeda?
Eu – Não.
Ele – Não?!
Eu – Não… mas informo-te que com noventa cêntimos podes beber uma cerveja de garrafa.
Ele – É por eu ser preto?
Eu – É por seres preto que quê?
Ele – É por eu ser preto que não me arranjas uma moeda?
Eu – Não. Não sou racista, pá. É por seres parvo.

a mulher que prendeu a chuva

É egoísta, eu sei, mas está-me a acontecer com o último livro da Teolinda Gersão o que eu mais gosto que me aconteça quando leio um livro: vejo-me ali dentro e reconheço-me na narrativa. Quando um livro me faz sentir desarrumado por dentro, e cuja violência pessoal se sustenta em linhas de aparente acalmia. Teolinda Gersão escreve muito bem mas isso, na minha opinião, é o menos importante. Importante é que sabe porque é que escreve.
A mulher que prendeu a chuva, de Teolinda Gersão, Sudoeste editora, já está à venda por aí, e a um preço muito razoável (o meu custou 11€). A sério que é uma boa compra. Quanto à escritora, ainda bem que existe.

uma pedrinha na alma

Em 1995 tive uma interrupção na minha vida conjugal. Fui para a República Checa durante cinco semanas, onde conheci uma russa que, até então, namorava com um norueguês. Estive para levar uma sova dele, num bar que se chamava Bunker club (já não existe), mas por sorte tinha feito amizade com o porteiro do tasco. O norueguês era bem maior do que eu e mais agressivo, mas o porteiro era ainda maior do que ele. Tendo em conta que meço 1,84 me na altura pesava mais ou menos cem quilos (agora peso oitenta e dois), estão a ver o que ia ali: dois gorilas prontos a matarem-se um ao outro.
Bem, entretanto vim embora e ela chorou na minha partida. Eu também chorei mas só depois, quando ela já não estava a ver. Ficámos com o contacto um do outro e escrevemos umas cartas (na altura a internet ainda não era assim), mas a coisa acabou por morrer por ela mesma. Em Portugal acabei por reatar a minha relação que durou até ao ano passado e nunca mais me lembrei dela. Quer dizer, lembrar até lembrei mas... pronto, é aquela cena... até os contactos perdi.
Agora tenho-a adicionada no msn (encontrou-me no google) e falámos pela primeira vez há uns dias. Doze anos depois disse-me que nunca mais conseguiu ter uma relação por minha causa, que ainda está à minha espera e que sabia que um dia os nossos caminhos se iam cruzar. Pediu-me o número de telefone e eu disse que não tinha (ela acreditou!). Não lhe disse que estou divorciado mas também nem cheguei a dizer que casei em 1999. Só lhe disse uma coisa que nem bem até que ponto é verdade: I´m in love here in Portugal with someone I met few months ago. Ela respondeu qualquer coisa como: I believe you are always in love with someone you met a few months ago.
Agora tenho-a bloqueada no Msn e não sei o que é que lhe hei-de dizer. Para mim, uma pessoa com quem estive cerca dum mês, já não significa tanto como isso. Também não acredito que ela tenha realmente estado à minha espera doze anos. Acho é que, se me procurou tão exaustivamente no google agora, é porque está a atravessar uma fase difícil da vida e não tem uma rede onde cair. Gostava de a ter encontrado, sim, mas noutra situação: uma em que os dois fôssemos capazes de sorrir ao lembrarmo-nos do que nos aconteceu. Assim não. Nem sei porquê...
Mesmo assim todas as noites me tenho lembrado um bocadinho dela. Era tão bonita. Sei lá, pá. As pessoas passam por nós, mesmo que duma forma efémera, mas deixam-nos sempre uma pedrinha na alma, assim bem aqui dentro.

5.23.2007

conversa 195

[ou, numa análise fria, a ver se arranjo mais amigas normais, e menos malucas porque estão nos trinta e tal e ainda não tiveram filhos. foda-se]

Ela - Quantas vezes já te apaixonaste por alguém desde que te divorciaste?
Eu - Duas.
Ela - Isso é pouco ou é muito?
Eu - É mais que uma e menos que três.
Ela - Quem foram? Eu conheço?
Eu - Deves conhecer de vista. E daí não sei.
Ela - Mas ainda estás?
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

(passados uns minutos)

Ela - Já pensaste em emigrar?
Eu - Não.
Ela - Não era bom fugires daqui?
Eu - Não posso deixar a minha filha em Portugal e ir não sei para onde... é um preço muito alto.
Ela - Para ela ou para ti?
Eu - Para os dois.
Ela - Mas era pior para ti. A tua filha queria lá saber... já tem um padrasto.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

(passados uns minutos)

Ela - Já fizeste sexo anal?
Eu - Não.
Ela - Não mesmo?
Eu - Não.
Ela - E não tens vontade?
Eu - Não.
Ela - Tens trinta e seis anos e nunca fizeste sexo anal...
Eu - Não, mas tenho trinta e cinco.
Ela - És demais...
Eu - Mas porquê? Tu fazes muitas vezes?
Ela - Não, eu nunca fiz.
Eu - Quantos anos tens?
Ela - Trinta e seis.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

(passados uns minutos)

Ela - Achas que eu sou boa na cama?
Eu - Sei lá. Nunca fui prá cama contigo...
Ela - Já foste já.
Eu - A sério?! Epá, está-me a dar um branco. Juro que pensava que não.
Ela - Não foste nada. Estava no gozo...
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

conversa 194

Ela - Tu às vezes parece que tens medo das mulheres...
Eu - Às vezes?! Foda-se eu tenho SEMPRE medo das mulheres.
Ela - Costumo ver-te mais com mulheres do que com homens. Isso não é verdade.
Eu - Isso é uma mania que tenho desde puto. Quando era pequenino tinha medo de andar no twister, por exemplo, mas sempre que abria a Feira de Março lá ia eu... dar uma volta naquilo.
Ela - No twister?
Eu - Sim... aquele carrossel que anda à roda muito rapidamente... com umas cadeiras penduradas.
Ela - Ah! é um para crianças, não é?
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

soltem-se

Estou a fazer um abaixo-assinado a favor do encerramento dos hipermercados aos Domingos e feriados. Por mim até podiam encerrar de vez que não me importava nada, para ser sincero, mas o principal motivo, entre vários, é que me cansa falar sobre esta questão sem sequer pensar que os trabalhadores das grandes superfícies também têm família, também gostam de descansar e ter algum tempo em que eles é que decidem o que fazem. Enfim, também querem ter uma vida o mais normal possível. Por isso soltem-se, e ajudem-me a divulgar isto, por favor.

conversa 193

(é a segunda vez que tenho uma conversa destas, só que desta vez foi no Carrefour com a empregada da caixa)

Ela – O senhor não é a favor que os hipermercados abram domingo à tarde?
Eu – Não.
Ela – Não? Não gostava de poder fazer as suas compras domingo à tarde?
Eu - Não. Detesto fazer compras e detesto este hipermercado. Venho aqui porque vivo mesmo aqui ao lado…
Ela – Mas a maior parte das pessoas…
Eu (interrompendo-a) – A maior parte das pessoas não me interessa nada. Gostava de começar a trabalhar também ao domingo à tarde? Gostava de não ter um único dia fixo de descanso por semana? Gostava de ser ainda mais explorada do que já é?
Ela – Se tiver de ser…
Eu – Não tem de ser. Se esta iniciativa tivesse saído dum grupo de cidadãos ainda era como o outro, agora assim, parece-me que são os hipermercados a julgar em proveito próprio...
Ela – Se calhar é melhor não…
Eu - Pois...

5.22.2007

massagens tailandesas

Há bocado, na baixa da cidade, uma mulher com um capacete de motorizada cor de laranja na mão, em cima duma motorizada que ao pé dela mais parecia um brinquedinho, perguntou-me:

- Oh Filho! queres que eu te faça uma massagem tailandesa?

Eu não respondi, mas dois gajos de bigode que estavam ao pé dela riram-se como se aquilo fosse uma piada do Ricardo Araújo Pereira. Depois, enquanto me afastava, ainda a ouvi dizer:

- A ti fazia-ta de graça...

Nunca fui à Tailândia, mas uma das coisas que sei sobre aquele país, é que não é só o vestuário que é contrafeito. Acho que há mulheres muito bonitas que também não são assim tão mulheres como isso. As massagens tailandesas são de evitar.

pensamentos catatónicos (75)

Gostava que ela se metesse comigo. No entanto tenho a certeza que, se ela o fizesse, eu não ia gostar que o tivesse feito.

coisas que fascinam (48)

Ela disse-me que já não o suporta mas que está com ele porque tem pena dele.
Ele disse-me que já não a suporta mas que está com ela porque tem pena dela.
Às vezes vejo-os juntos e, não sei porquê, acredito em ambos. Só acho que a conclusão óbvia que todos tiram daqui, e que é que eles deviam estar separados, é mesmo óbvia mas pode estar errada. Por isso não tiro conclusões, limito-me a desejar-lhes boa sorte em segredo. Até me fascinam, para ser sincero.

conversa 192

Ela - Bebe mais um copo...
Eu - Não... hoje não. Tenho que acordar cedo e quero estar fresquinho.
Ela - Amanhã não trabalhas. Pensas que não sei?
Eu - Mas vou à imobiliária de manhã. Depois vou almoçar com a minha filha e a minha ex-mulher.
Ela - Como é que está a tua filha?
Eu - Melhor do que eu...
Ela - Então bebe mais um copo. Ficas tão melhor como ela.
Eu - A minha filha não bebe.
Ela - Eu tenho quase cinquenta anos. Já não fodo nem meto merdas. Ao menos bebo.
Eu - Hum, hum... tudo bem.
Ela - E tu vais pelo mesmo caminho, só que ainda não sabes.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

conversa 191

Ela - Então?
Eu - Então?
Ela - Não tens nada para dizer?
Eu - Não... tu é que insististe para falar comigo... tu é que deves ter alguma coisa para dizer.
Ela - Não achas que devias começar tu?
Eu - Não.
Ela - Não achas que me deves um pedido de desculpa?
Eu - Não.
Ela - Porque é que não?
Eu - A pergunta não é essa. Eu não tenho que andar a explicar aos milhões de pessoas a quem não devo um pedido de desculpa porque é que, de facto, não lhes devo um pedido de desculpa. Se tu achas que te devo um pedido de desculpa, explica-te tu. Eu prometo analisar a situação e, se concordar contigo, agirei de acordo com a situação.
Ela - Porque é que não falas comigo? Por exemplo...
Eu - Tentei cumprimentar-te uma vez, nas escadas do Clandestino. Lembras-te? Tu fizeste uma cara de gato que comeu o canário e fugiste. Parti do princípio que tu é que não querias falar comigo...
Ela - É normal. Foi no dia a seguir...
Eu - Foi no dia a seguir a quê?
Ela - tu sabes.
Eu - Não sei não. Violei-te?
Ela - Não.
Eu - És maior de idade?
Ela (não responde mas fixa os olhos em mim)
Eu - Não sei... sinceramente não sei...
Ela - Vais continuar meu amigo?
Eu - Claro... se achar que tu continuas minha amiga, claro que sim. Gosto de ti, não é?
Ela - Se calhar sou eu que te devo pedir desculpa.
Eu - Se calhar devias pensar em mais coisas do que pedidos de desculpa.
Ela - Não sei muito bem em que pensar. Estou numa fase...
Eu - As mulheres deviam gostar mais de futebol. Pelo menos agora andavas na merda, como eu ando, por o Beira-Mar ter decsido de divisão, e já tinhas em que pensar.
Ela - Eu sou do Benfica.
Eu - Também dá. Esses tipos andam sempre na merda.
Ela - Mas eu nem sei o que é que aconteceu...
Eu - Aconteceu como?
Ela - Agora... ficaram todos contentes porque ganharam não sei o quê...
Eu - Mas isso foi o Porto que ganhou. Não foi o Benfica.
Ela - Ah! São azuis, os do Porto, não são?
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

conversa 190

Ela - Cheiras tão bem.
Eu - Não sou eu. É uma cena que comprei em promoção na loja dos trezentos.
Ela (rindo) - Não preciso de saber onde é que compras os perfumes...
Eu - Não é perfume, é desinfectante.
Ela (mais do que em pensamento) - Foda-se!

de avião para o 14

Ao contrário do que tinha previsto, o índice ivariano sobe dois valorzitos, fixando-se agora no 14. Não sobe mais porque já percebi que é mais uma viagem de avião, e que o mais provável é estar quase a aterrar, mas é melhor levantar voo de vez em quando do que estar parado a vê-los passar. Essa é uma conclusão a que já cheguei há uns tempos...

mudar de vida

Acabei de pôr a minha casa à venda. Vou mudar de vida. Ainda não sei muito bem como mas vou mudar.

5.21.2007

conversa 189

Ela - Olha que a aposta é para cumprir...
Eu - A de fodermos?
Ela - Sim. Não fizemos mais nenhuma, pois não?
Eu - Sim, fizemos... a de passarmos o dedos pelo cu do outro e depois lambê-lo.
Ela (esgar assustado)
Eu - Não te preocupes, não fizemos nada.
Ela - Bem... é mais ou menos parecido.
Eu - Parecido como?
Ela - Comer-te a ti ou comer merda vai dar ao mesmo. (ri-se)
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

anjos caídos

Vou ver o Anjos Caídos, do Wong Kar Way. Não sei porque é que estou a dizer isto mas estou. Também me ando a sentir caidote. Anjo não mas caidote sim...

...ainda sobre divórcios....

Nélson Peralta, que pelos visto é do Bloco de Esquerda, deixou aqui um comentário no meu post divórcios na assembleia, e que visa clarificar o seguinte:

o projecto visava alterar aquele divórcio em que apenas um cônjuge o pretende. Actualmente, apenas ocorre com recurso a um tribunal onde se tem que provar a culpa do outro cônjuge.
O projecto visava permitir o divórcio a pedido de um dos cônjuges, exigindo um período de reflexão de 3 meses e duas audiências. Acabava-se com o tribunal.


link sugerido pelo próprio

miau

miau, no Divas & Contrabaixos. É um princípio como qualquer outro.

suor

O corpo respira algumas escassas esperanças. Talvez ela telefone hoje ao final da manhã, talvez ela telefone hoje ao final da tarde, talvez ela telefone hoje à noite. Talvez amanhã. O que se tem, e que não se sabe muito bem o que é, guarda-se numa mão que se aperta com força. Depois abre-se, às vezes, só para ver se ainda lá está. Só suor.
Só suor. Duma noite que era só para beber uma cerveja, talvez duas, sobra mais uma esperança. Uma conversa, a número não sei quantos, e alguns sorrisos que um ano de solidão aprendeu a desenhar automaticamente no nosso rosto. Depois há uma luz ténue e intermitente dos candeeiros da rua que nos espreita pela janela, e nos vê outra vez na cama com alguém que não é ela. É só suor e a luz tem pena de nós. Por isso afasta-se lentamente e deixa-nos dormir. Talvez de manhã ainda estejamos acompanhados. Talvez não.
Talvez não. O corpo respira escassas esperanças mas só pensamos que talvez não. Talvez não, talvez não, talvez não, talvez sim, talvez não. Os dias são um malmequer de que arrancamos pétalas pessimistas. Não há outras, ou pelo menos raramente as encontramos. E é só suor na nossa mão. Mesmo quando a abrimos para ver o que temos.

conversa 188

Eu – Acho que estou fodido, sabes?! A verdade é que eu não consigo. Ou uma mulher gosta de mim e eu não correspondo, ou eu gosto duma mulher e ela não corresponde. É sempre assim e estou a ficar farto.
Ela – Mas... às vezes até correspondem. Não te podes queixar.
Eu – Não estou a falar de sexo, percebes? Para ser sincero estou-me a cagar pra essa merda, actualmente. Estou mesmo fartinho de engates e queria conseguir ter outra vez uma relação a sério.
Ela – Não te preocupes. Dou-te três meses no máximo para teres uma coisa a sério...
Eu – Olha que não. Ainda ontem falei com um amigo meu, que eu acho que é parecido comigo só que tem mais quinze anos do que eu, ou seja, cinquenta. Divorciou-se há mais de dez anos e está-se a passar...
Ela – Olha o que eu te digo: três meses.
Eu – Olha que não.
Ela – Vai uma aposta?
Eu – Apostas a quê?
Ela – Uma noite de sexo.
Eu – Ahn?!
Ela – Se começares a andar com uma gaja até a fim de Agosto dás-e uma noite de sexo na tua casa. Se não começares dou-te eu uma a ti em minha casa...
Eu – Mas... se eu começar a andar com alguém não vou querer ir para a cama contigo, percebes?
Ela – Isso é um problema teu. As apostas são para se pagar.
Eu – O.K. Até ao fim de Agosto...
Ela – Ah! Não vale pores isto no teu blog.
Eu – Desculpa mas vou ter que pôr... é bom demais para não pôr.
Ela – Eu não me importo, se não puseres o meu nome, mas assim qualquer leitora tua que queira ter uma relação contigo já não vai ter até ao fim de Agosto, percebes? Que é para não lhe pores os cornos logo no princípio...
Eu – Mas o que é que isso interessa? Perder ou ganhar esta aposta tanto faz... a única coisa que muda é a casa...
Ela – Isso é verdade...
Eu – E o teu namorado? Tu não andas com um gajo qualquer do Porto?
Ela – Não interessa...
Eu – Não interessa?
Ela – Não. Ele é do Porto, a minha casa é em Aveiro. A tua também.
Eu – Mas que raio de aposta... que é que te deu?
Ela – Olho p'ra ti e apetece-me comer-te. Há algum problema?
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

animais

Cães
Há uns dias vi uma senhora a passear um casal de cães, segurando simultaneamente duas trelas. A fêmea seguia na frente, de cauda no ar e um laço nas orelhas. O macho seguia atrás, cabisbaixo e envergonhado. Não sei porquê identifiquei-me com o bicho.

Vampiros
Role Playing Game é um jogo onde desempenhamos o papel duma personagem qualquer. Eu sou o vampiro bagacinho, e fui criado pela vampira Ganestra. Epá... não há por aí mais nenhum tolo ou tola que queira jogar?

Cegonhas
Em Aveiro há mesmo muitas cegonhas. Passo frequentemente por algumas que fizeram ninho nas estruturas que sinalizam a saída da IP5 para a N109. Invejo-as: as cegonhas nunca se divorciam.

Cisnes
Também invejo os cisnes pela mesma razão. Os gajos nunca se divorciam mas ainda vão mais longe: quando estão para morrer ainda cantam.

Porcos
Quando eu era pequenino os meus pais compravam batatas directamente ao produtor. Era um senhor que se chamava Ti Manel das Batatas e vivia na freguesia de São Bernardo. Tinha porcos, e eu gostava de lá ir comprar as batatas com os meus pais para os poder ver. A minha dúvida era sempre a mesma: como é que o Obélix conseguia caçar só com a mão javalis, animais de porte parecido com aqueles que eu estava a ver.

Pirilampos
Uma vez acampei numa floresta em Eixo, uma freguesia rural de Aveiro, num fim de semana organizado por um amigo meu que já morreu, e que juntava várias bandas de música punk de todo o país. Só me lembro dos X-Acto e de algumas de Aveiro: Mentes Podres e Inkisição. Acabei por não ligar nada à música porque conheci lá uma miúda de cabelo vermelho que me entusiasmou à brava. Depois foi o costume: bebi demais e fumei demais, até que adormeci ao ar livre. Quando acordei montes de pirilampos brilhavam no céu escuro. Ela estava ao meu lado, tal como eu, cheia de terra e com o cérebro cansado. Olha, disse-lhe eu, o teu cabelo está a voar. Nunca mais a vi.

Hienas
A minha primeira namorada, já o disse aqui, chama-se Helena e andava comigo na escola primária. Era morena e corria muito mais do que eu. Foi, talvez, a primeira vez que senti o que é ser excluído dum grupo. Os outros rapazes da minhas sala chamavam-nos “namorados” com ar de gozo e atiravam-nos pedras. Deve ser por isso que sempre que vejo hiena me lembro dela, ou então porque estas memórias me fazem rir.

conversa 187

Porque é que há mulheres que me assustam quando me dizem que temos que ter uma conversa a sério? Nunca sei o que é que vai sair dali e sinto-me cansado. Preciso de paz. Alguém me arranja um sofá para dormir, durante um fim de semana, a mais de cem quilómetros de Aveiro?

Ela – Temos que falar muito a sério, não te parece?
Eu – Não, não me parece.
Ela – Essas tuas dificuldades de comunicação... acho que já sei porque é que te divorciaste.
Eu – Pronto, já sabes. Está bem... e depois?
Ela – E depois não gosto de deixar conversas a meio.
Eu – Então é melhor nem começarmos outra...
Ela – Começamos, falamos como gente grande e acabamos. Depois, se quiseres, cada um segue o seu caminho.
Eu – Era preferível atalhar caminho e cada um seguir já o seu caminho...
Ela – Isso era o que tu querias...
Eu – Sim, era o que eu queria.
Ela – Segunda e terça estás por Aveiro, não estás?
Eu – Sim, estou.
Ela – Achas que consegues marcar um encontro comigo e aparecer sem as tuas amigas?
Eu - Conseguir consigo, mas não me apetece...
Ela – Não tens futuro, pá.
Eu – Futuro tenho de certeza. Pode ser bom ou mau mas tenho futuro.
Ela – Não tens piada nenhuma.
Eu - Piada talvez não tenha mas futuro tenho.
Ela – Telefona-me amanhã para combinarmos.
Eu – Telefona tu. Tu é que queres conversar comigo e eu só tenho oito euros no meu telemóvel. São para falar com as minhas amigas...
Ela (desliga)
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

5.20.2007

xadrez 7

pfffffff...

O Beira-Mar vai voltar a ter o maior e melhor estádio da Liga de Honra. E eu (só em pensamento): - Foda-se!

conversa 186

Ela – Há uns meses parecia que gostavas mais de mim do que agora.
Eu – Vamos ser um bocadinho honestos... há uns meses falámos sobre isso e tu mandaste-me passear.
Ela – Eu não te mandei passear. Eu disse que precisava de tempo para pensar na minha vida...
Eu – E o que é que estás a querer dizer? Que esse tempo já passou?
Ela – Se fiquei à espera que acabasses de trabalhar e vim a tua casa às duas da manhã, é porque acho que é importante voltarmos a falar nisso...
Eu – Nisso o quê?
Ela – Em nós... em mim e em ti.
Eu – Pois... se calhar agora sou eu quem precisa de tempo...
Ela – Ou seja, és tu que me estás a mandar passear agora.
Eu – Não te estou a mandar passear. Nunca te faria isso. Estou a dizer-te que preciso de tempo para pensar na minha vida...
Ela – E se eu não te der esse tempo?
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

pensamentos catatónicos (74)

Detesto esta mania que a vida tem de pensar que o nosso objecto cardíaco é uma espécie de boxeur, ainda por cima sempre no ringue e a apanhar. Por mim deito-me já no chão e espero a contagem decrescente. Dez, nove, oito, sete...

adeus mónaco

a maior parte dos leitores do não compreendo as mulheres acredita que vou acabar preso numa manifestação anti-globalização. Sinceramente preferia casar com a princesa do Mónaco. Ou não...

divórcios na assembleia

O projecto de lei do Bloco de Esquerda, chumbado esta semana na Assembleia da República, e que visa facilitar o divórcio mesmo quando apenas um dos cônjuges o pretenda, devia ter sido aprovado. Os deputados do PCP e do Bloco votaram a favor, os mormons do CDS-PP e do PSD votaram contra. No PS, a disciplina de voto esteve quase a ser posta em causa pelos que não fodem nem saem de cima.
Quando um dos cônjuges se quer divorciar é porque o divórcio, de facto, já se deu. É uma questão de facilitar a papelada. Por muito que os homens não compreendam as mulheres que se querem divorciar deles, ou que as mulheres não compreendam os homens que se querem divorciar delas, não há volta a dar a esta questão. Para bem de todos.
A Zitinha votou contra, por exemplo, e é um dos exemplos de que os divórcios se devem facilitar, para facilitar também nem que seja um novo casamento oportuno.

5.19.2007

mulheres vs browsers

Às vezes apetecia-me que uma ou outra mulher tivesse semelhanças com um browser da internet. Pelo menos que desse para memorizar a palavra passe para quando um gajo quisesse entrar outra vez...

conversa 185

Ela - Eu dizia-te uma coisa que gostava de te fazer.
Eu - Então diz...
Ela - Ainda não bebi o suficiente.
Eu - Então bebe lá depressa que eu estou curioso.
Ela - Hoje não bebo mais.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

xadrez 6

distâncias...

António Boronha não tem dúvidas que eu topo as mulheres à distância. Concordo plenamente: eu topo as mulheres todas à distância. O problema é quando elas estão perto...

contra factos não há argumentos

Facto 1: Pelo que me disseram ontem à noite estou fodido. Mais semana, menos semana, o índice ivariano vai andar pelas ruas da amargura devido a uma contida crise de ciúmes.
Facto 2: Ontem uma miúda éne bonita olhou para mim várias vezes, primeiro no Clandestino (o melhor bar do mundo), depois no GRETUA. Estava com um tipo e a única coisa que eu consegui fazer foi perder o equilíbrio e dar-lhe um encontrão. Só em pensamento fartei-me de dizer “foda-se”.
Facto 3: Quando uma miúda me pergunta, cinco minutos depois de me conhecer, se o meu telemóvel tem máquina fotográfica e, quando eu respondo que não, me exibe uma merda cor de rosa e diz que tem um telefone muito melhor que o meu, eu fujo. Mas fujo mesmo.
Facto 4: Disponibilidade é que não me falta. Hoje de manhã, transeuntes perguntaram-me por três destinos em Aveiro e eu disse-lhes: siga o meu carro. Primeiro foi um senhor que queria ir ao Centro de Exposições, depois um casal de alemães que queria ir para a praia, depois uma senhora que queria ir para o museu de Santa Joana.
Facto 5: Não se deve discutir política quando se está com os copos, principalmente quando votamos normalmente no Bloco de Esquerda e estamos a falar com um amigo que acha que Israel é um estado vítima no médio oriente, que o sarkozy é um gajo moderado e que os impostos deviam aumentar para Portugal poder controlar as finanças públicas.

conversa 184

(com um amigo que me apareceu com um piercing azul no lábio inferior)

Eu – Olha... isso não é constrangedor quando estás a fazer um minete?
Ele (risos)
Eu – Não estou a brincar... estou a perguntar a sério... faz-me confusão.
Ele – Não. Isto desenrosca facilmente...
Eu – Ah! Pronto.
Ele – De qualquer maneira não gosto de fazer minetes. A minha namorada está farta de me chatear por causa disso...
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

ao menos isso...

O Beira-Mar ainda pode ficar na Primeira Liga, mais por demérito do Aves e do Vitória do que por mérito próprio, verdade seja dita, mas aqui o divorciado precisa duma alegria. O futebol serve para isto: quando as mulheres nos dizem que não somos bons na cama só um joguito de futebol é que nos pode levantar a moral.
Neste fim de semana, em que ainda por cima estou a trabalhar, não acredito que uma mulher possa salvar a minha vida, mas acredito que o Beira-Mar pode salvar a época. Ao menos isso...

5.18.2007

xadrez 5

conversa 183

(como se fôssemos actores dum filme francês da nouvelle vague)

Eu - O nosso amor é como estas ondas que morrem levemente na areia escondida pela noite.
Ela - Mas será útil, à luz desse amor, molhar os pés no que está prestes a morrer?
Eu - O existencialismo não concebe nada que seja útil. Eu e tu existimos, agora. mais nada...
Ela - Merde... a noite esconde as nossas pegadas na areia. Existem... mas apenas na nossa memória...

satélites no céu...

Ontem vi algumas frigideiras desenhadas no céu da praia da Barra. também passaram dois satélites e, na linha do horizonte, onde o mar toca o céu, havia um bar aberto. O índice ivariano volta a terrenos positivos, subindo quatro valores. Agora está no doze.

conversa 182

Ele - Vou-me enforcar, sabes?! mas tem que ser...
Eu - Já compraste o apartamento?
Ele - Não... aceitei casar com a XXXXXX...
Eu - Ah!... boa sorte... vais precisar.
Ele - Não queria nada casar... mas ela está sempre a insistir...
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

5.17.2007

coisas imperdoáveis

Não me perdôo pelo facto de estar todo contente por ir jantar uma sandes com uma pessoa que me acelera o objecto cardíaco mas que já sei que... olhem... népias, e ainda por cima me faz cantar o "sobe sobe, balão sobe" a tarde toda.
Também nunca perdoei aos europeus o facto de a Manuela Bravo não ter vencido o festival da Eurovisão em 1979. Mais nada!

conversa 181

Ele – Tu estás a ser burro, pá. Aproveita... ela gosta de ti, isso vê-se.
Eu – Em primeiro lugar não gosto do verbo aproveitar neste tipo de coisas, em segundo tu és o único que vê que ela gosta de mim, em terceiro não percebo porque é que tem que ser sempre um gajo a dar o primeiro passo...
Ela – Bem... tens razão no “aproveita”. Também não gosto... mas acho que está mais ou menos instituído que é o homem que deve dar o primeiro passo.
Eu – Eu não sigo instituições... e não posso dar eu o primeiro passo, percebes?
Ele – Porquê?
Eu – Porque não estou emocionalmente para aí virado. Tenho outra mulher aqui dentro...
Ela – Mas quem é? Ela gosta de ti?
Eu – Opá... acho que gosta um bocadinho... mas já percebi que não vai ser a mulher da minha vida. Isso já percebi...
Ele – Então... não tens nada a perder...
Ela (virando-se para ele) – Não tem nada a perder mas não consegue...
Eu – É isso...
Ele (virando-se para mim) – Mas se ela desse esse primeiro passo, como é que reagias?
Eu – Sei lá... ela é muito bonita. E não é só bonita, gosto de estar com ela. Talvez fosse em frente, sim.
Ele – Então diz-lhe.
Eu – Não posso fazer isso. Não estou interessado em ter mais relações de três ou quatro dias, percebes? Pelo menos agora não estou...
Ele – É melhor do que nada.
Eu – Não sei se é...
Ela – Pois, eu também não...
Ele – Falta-te é coragem.
Eu – Falta-me certezas. É o que me falta...
Ela – Isso falta sempre a todos. Tens que experimentar e ver se se dão bem. Convida-a só para um jantar.
Eu – Não. Ela que me convide a mim se lhe apetecer.
Ela – Ela não vai fazer isso. É mulher. Tu é que tens que fazer. É o tal primeiro passo.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

Saturno tem anéis

enquanto não acabo o meu próximo livro, que ainda nem sei se consigo editar, fica aqui um texto sobre divórcios que escrevi no único livro que publiquei até hoje, e que escrevi ainda era casado.

As pilhas esgotaram-se. Desligou-se o ruído que, por frágeis ondas electromagnéticas, ligavam Saturno ao mundo. Ao de lá de fora, não ao seu, onde uma senhora gorda acaba de apanhar no meio da rua as cuecas do marido. Tinham caído do estendal com a força do vento, e por estarem mal lavadas ainda têm uma nódoa de merda em transparência. Saturno não reparou nisso porque nunca espreita pela janela, e a sua face distante ainda se concentra no agora silencioso rádio.
Logo à noite o marido da gorda vai chegar bêbado a casa, e quando reparar na nódoa vai espancar a mulher. Depois fazem as pazes entre cascatas de lágrimas, umas falsas, outras nem por isso, terminando num acto sexual mecânico. Depois de limpo o esperma num banho rápido ele vai tornar a sair, e as cuecas sujas desse dia vão ficar à espera que as lágrimas da esposa sequem. Só então as poderá lavar.
Saturno lembra-se de em pequenina brincar na rua com o filho deles. Foi, aliás, com ele, que teve a primeira brincadeira proibida. Tinham doze anos os dois, e ela já usava soutien. Nessa noite o pai fechou-a no quarto depois de lhe bater, enquanto o seu amigo foi levado às putas como prémio de ter chegado ao estado de Homem com H grande. Acabou também por levar uma surra, das mesmas mãos que acabaram de foder a vizinha depois de lhe bater, porque ao entrar no bordel começou a chorar de medo.
Daqui a bocado ele vai voltar, cantando no solitário negrume da avenida, e como um cão fiel a mulher estará à sua espera na janela, sujando de baba e lágrimas um vidro tristonho. Saturno não vai espreitar mas sabe-o, porque também ela espera alguém que vem com ele. É o seu filho com o tal H grande. Saturno tem anéis...


in "Numa Avenida de Merda", Ivar Corceiro. Edições Mortas. 2005

xadrez 4

5.16.2007

há uns dias cruzei-me com ela no corredor dum hipermercado

Há uns dias cruzei-me com ela no corredor dum hipermercado. A última vez que a tinha visto tinha sido num espaço idêntico, só que noutro centro comercial. Lembro-me que levava no carrinho de compras um pacote de fraldas e leite em pó. Perguntou-me se eu tinha filhos, e eu respondi que sim. Era óbvio, aliás. Em dois ou três segundos voltei anos atrás no tempo, e lembrei-me de lhe ter dado a mão na paragem do autocarro onde apenas ela devia entrar. Passou um, depois outro e mais outro e ela não entrou. Depois lembrei-me do calor dos lábios e olhei-os, como quem procura um tesouro esquecido. Mais nada... desejámos boa sorte um ao outro e prometemos que qualquer dia fazíamos um jantar.
Há uns dias cruzei-me com ela no corredor dum hipermercado. Ela olhou para o cesto que eu transportava na mão esquerda. Um quilo de arroz, um pack de cerveja, um pacote de massa e azeitonas. Perguntou-me se eu me tinha divorciado. Que sim, respondi-lhe tentando sorrir. Depois convidei-a para um café, ali mesmo, na praça da alimentação, se ela não estivesse com pressa. Ela hesitou. Os mesmos lábios que eu beijei há muitos anos tremeram. Que se tinha casado, disse-me.
Há uns dias cruzei-me com ela no corredor dum hipermercado. À nossa volta o silêncio amuou. Eu zanguei-me com a merda do tempo que nunca é oportuno, com a merda dos livros enfileirados que olhavam para mim a gritar títulos diferentes, com a merda das memórias que crescem como cabeças de hidra. Depois a cabeça dela encostou-se ao meu braço, só por um segundo, talvez meio segundo, e foi-se embora. Não lhe cheguei a dizer mas... talvez numa próxima vida.

l'amour va bien, merci

Assim de repente lembrei-me deste o amor vai bem, obrigado, dos mler ife dada. É tão delicioso...

conversa 180

Ele - Tu escreveste no teu próprio blog que as gajas não te acham bom na cama... mas... és burro ou quê?
Eu – Não escrevi isso. Escrevi que uma gaja não me achou bom na cama.
Ele – É preciso coragem. Isso vai-se espalhar num instante...
Eu – Não é preciso coragem. Entre mulheres estas merdas espalham-se facilmente. Elas sabem tudo e contam tudo umas às outras, portanto o melhor é ser eu a dizê-lo.
Ele – Mas nenhuma vai querer mais ir para a cama contigo...
Eu – Sei lá. Até pode ser que suscite curiosidade...
(passados uns minutos)
Ele - Mas quem foi a gaja?
Eu – Opá, não sei. Foi a XXXXXX que me contou mas não me disse quem é que lhe contou a ela...
Ele – Tás a ver? São fodidas, elas...
Eu – A merda é que estou farto de pensar e não chego lá nem com açúcar... não faço ideia quem lhe terá dito... mas tens razão, tens... são fodidas...
(passados uns minutos)
Ele – Não terá sido a YYYYYY? Disseste-me que não te correu lá muito bem com ela...
Eu – Pois... mas a YYYYYY não pode ter sido. Mal se conhecem...
Ele – Mas de boca em boca pode ter chegado da XXXXXX à YYYYYY.
Eu – Enaaaa... tou fodido.
Ele (risos)

crónicas da cidade que sopra | nesta cidade não há romance

Amanhã, no Diário de Aveiro, mais uma crónica da cidade que sopra. Nesta cidade não há romance.

De manhã deixou-se estar encostado à frialdade dos azulejos da parede, enquanto a água quente lhe acarinhava cuidadosamente a pele ferida. Fez amor com o silêncio, deixando cair no esquecimento os compromissos do dia, de que só se lembrou quando fechou a torneira e a água serpenteou rapidamente para se esconder dentro do ralo da banheira. Ali ficaram, a espernear como peixes fora da água, as obrigações por cumprir: uma ida para o emprego e uma duas contas por pagar já na data limite. Também ficou uma embalagem de sabão líquido a verter lentamente aquele líquido espesso, mas ele não a apanhou. Deixou-se ir nu até ao quarto onde se vestiu casualmente e saiu de casa sem direcção.

conversa 179

Ele - E a *******?
Eu - E a ******* o quê?
Ele - Ela está sempre a mandar-te mensagens a dizer que gosta de ti...
Eu - Não... nunca recebi nenhuma...
Ele - Não é no telemóvel. Estou a falar de olhares, pequenas coisas...
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

5.15.2007

conversa 178

Esta conversa foi-me enviada por um amigo, que se quer manter anónimo, e foi escrita a quatro mãos depois da leitura da conversa 177. Diz que é uma homenagem a este blog... e eu agradeço.

Ele – Post delicioso...
Ele - e preocupante
Ela - A minha sorte é que dormi apenas com um aveirense!!
Ela - :P
Ele - O problema não é dormires com...
Ela - Então?
Ele - É estar acordado...
Ela - mas também só estive com um…
Ele - Sim, eu percebi :)
Ele - Mas podes estar com mais... temos que ter cuidado...
Ela - Nos próximos tempos não me parece :(
Ele - Não sejas pessimista, és uma mulher interessante (leia-se SEXO)
Ela - Nem isso… É o que te digo.. Não conheço pessoas novas, por isso, nem sexo :(
Ela - Celibato à força toda. Embora haja um jovem com algum sex appeal
Ela - e tu ontem pá..
Ela - a perguntar se ele gostava de miúdas mais tipo eu
Ele - Folgo saber que não sou eunuco ou gay para ti... :/
Ela - Eunuco???
Ele - Tu estás com uma conversa pessimista demais... És apologista que todos os que tu conheceste actualmente não podem ser interessantes - quecas de circunstância, romance ou paixão? - e por isso têm de ser conhecimentos novos?
Ele - É uma filosofia... redutora
Ela - Mas as pessoas que eu conheço são minhas amigas e não são assim tantas...e com amigos eu faço a distinção.
Ele - Não me digas que és daquelas que amigos = no sex
Ela - Sou um bocado... quando são amigos, amigos não consigo
Ele – (em pensamento) FODA-SE ts, ts, ts...
Ela - É verdade
Ele - São as cenas mais giras... mas tudo bem, cada um tem a sua opinião
Ela - Eu penso muito assim
Ele - Eu penso o contrário... o “turn on” é com alguém que tenha algo em comum: seja físico ou psíquico
Ela - Não quer dizer que não aconteça
Ele - … e isso consegue-se com jogo de sedução ou conhecimento
Ela - É claro que não vou para a cama com uma pessoa que não me diga nada
Ela - Mas aqueles que são amigos mais amigos por norma, não penso nisso sequer, estou a fazer-me entender??
Ele - Já percebi - não queres ir para a cama comigo :'(
Ela - Nem contigo, nem com outro amigos como tu. Quando são amigos, amigos... é como te disse, nem me lembro disso
Ela - Eu prefiro um bom amigo a uma boa queca
Ele - eu prefiro as duas...
Ela - ;)
Ele - E em conjunto, não tenho problemas nenhuns
Ele - Sabes, acho que as coisas têm de estar definidas
Ele - E só corre mal quando de um lado está algo e do outro coisa diferente
Ela - Exacto
Ela - E para não correr esses riscos…
Ele - Quando é uma curte em comum, uma queca em comum, o dar prazer ao outro... acho que fica tudo na boa na mesma
Ela - A minha opção é esta, não é só por isso, mas isso também conta
Ele - Respeito mas não concordo
Ela - :D
Ele - Pois é a falar que a malta se entende... antes de se entender doutras maneiras
Ela - ;)

datas em AVR

as próximas datas do divorciado, ambas em Aveiro, estão ali ao lado. Dia 28 de maio ponho música de novo no melhor bar do mundo, o Clandestino. No dia 9 de Junho, lá mais para os lados do Alboi, no Armazém do Silêncio, movimento as imagens que vão acompanhar os Retroboys em mais uma noite de soundburguers...

amiga envia email ao divorciado...



Tirei-te esta foto no dia em que te partiram os óculos com um murro, não sei se te lembras. (... ...) Como sei que gostavas muito deles não posso deixar de ta mandar, provavelmente foi a última. Embora na minha opinião ainda fiques mais feio com eles do que sem eles. Os que tens agora até te ficam menos mal. (... ...) Também és chato mas isso já te disse várias vezes. (... ...) Mas não esquentes, como dizia o meu avô há sempre um tampo para uma panela. Continua a procurar. (... ...) Beijos


e eu (só em pensamento): Foda-se!

xadrez 3


mulheres que eu gostava de poder não compreender (53)


nome: Jasmine Trinca
origem: Itália
info: vi-a ontem n'O Caimão, do Nanni Moretti. Epá... esta mulher resolvia todos os meus problemas menos um. Resolvia sim... não sei se já vos disse que gosto muito da Itália...

[apdeite]
aquele nome, Trinca, parece assustador...

só oito

O caralho da merda do índice ivariano desce para oito. Oito. Oito. E mais: estou amuado!

só duas coisitas sobre a Madeleine

Tenho evitado falar aqui do caso Madeleine. Só acho que a maior parte das pessoas devia fazer o mesmo, pelo menos quando é para culpabilizar os pais de negligência. Primeiro: só acha que os pais foram negligentes quem nunca teve filhos, e se teve, é um totó do caralho com quatro empregadas e motorista para andar atrás da criancinha. Segundo: os pais já estão a sofrer q.b. para ainda terem agora que levar com arrotos de postas de pescada de sádicos voyeurs.

conversa 177

Ela – O que é que tu pensas?! Eu já sei como é que tu és na cama...
Eu – Já sabes?! Como é que sabes?
Ela – Aveiro é uma cidade pequena. Já me relataram uma noite contigo...
Eu – Quem foi?
Ela - Não digo. Não posso dizer.
Eu – Hum... já agora, a opinião foi boa ou má?
Ela – Para ser sincera não fiquei com muita vontade...
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

5.14.2007

coisas que fascinam (47)

bem... epá... há mulheres mesmo bonitas... mesmo, mesmo, mesmo! epá... o que é eu posso dizer mais?

conversa 176

Ela - Bom dia, estou a falar com o senhor Ivar Corceiro?
Eu - Bom dia... está a falar com o mordomo.
Ela - Seria possível falar com o senhor Ivar Corceiro?
Eu - Não. Ele está de férias na Malásia e só volta no fim do mês de Agosto.
Ela (depois de algum silêncio) - Então bom dia e muito obrigada...
Eu - Bom dia...

conversa 175

(conversa entre gajos completamente sóbrios)

Ele – O beijo é a melhor assinatura duma mulher. Se ela beija bem é porque é boa na cama.
Eu – Hum... não sei...
Ele – Mas sei eu... e se tiver a boca grande é porque é larguinha. Se tiver a boca pequena é mais apertada...
Eu – Hum... não sei.
Ele – É, é.
Eu – Não é não.
Ele – É, é.
Eu – Não é não.
Ele – É, é. Sei por experiência própria. Já estiveste com alguém que contraria esta minha tese?
Eu – Hum... por acaso já.
Ele – Quem?
Eu – Não digo...
Ele (olhando para mim fixamente) – Ah! Mas essa é chinesa...
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

xadrez 2


mulheres que eu gostava de poder não compreender (52)


nome: Velma Dinkley
origem: EUA
info: depois do post sobre sobre ela não podia deixar de a introduzir na secção "mulheres que eu gostava de poder não compreender". É mesmo da Velma que falo e não da Linda Cardellini (apesar de ser a actriz que melhor representou o papel). Sei lá... acho que tenho um fetiche por mulheres com óculos parecidos com os meus.

quatro pontos para uma segunda-feira de merda

1] De manhã fui a três lojas de roupa no Fórum Aveiro para ver se comparava uma camisola. Não comprei. Parece-me que já não fazem roupa lisa, sem desenhos ou frases estampadas, e eu não gosto de vestir roupa com merdas estampadas. Sinto-me uma espécie de árvore de natal. Gosto de camisolas lisas e com uma só cor, no máximo podem ter riscas, mas nada de desenhos. Phónix…

2] Vou trabalhar sete dias seguidos, o que equivale a dizer que no próximo de semana, em vez de estar com a minha filha, vou estar na companhia do Homem-Aranha em Espinho. Não gosto do Homem-Aranha nem um bocadinho. Foda-se (só em pensamento)

3] Hoje estava a tomar café e, como não havia mesas livres, uma miúda gira, mais ou menos da minha idade, perguntou-me se podia sentar-se na minha mesa. Que sim, respondi eu tentando ser o mais simpático possível. Ela sentou-se, abriu um livro e não me ligou nadinha. Ainda por cima o livro era do Paulo Coelho… Ainda há mulheres giras que lêem Paulo Coelho? Sim é capaz de haver… aquilo é mesmo literatura para meninas…

4] O Beira-Mar só conseguiu perder 3-0 com o Nacional da Madeira. Digo que só conseguiu porque, segundo parece, tentou perder por mais mas não foi capaz… se na próxima jornada o Beira-Mar não descer de divisão acendo uma velinha… Não compreendo o Beira-Mar…

5.13.2007

pensamentos catatónicos (73)

Alguém me explica porque é que há mulheres que tanto nos abraçam com força, beijam e falam como se fôssemos a coisa mais importante da vida delas, e no dia seguinte passam por nós e nem sequer nos cumprimentam?
Mais ainda: porque é que este comportamento esquizofrénico se repete várias vezes?

apreensão

eu?! apreensivo porque se o Beira-Mar perde hoje na Madeira pode descer já de divisão?!!! naaaaaaaaaaa!

Velma


É verdade que a Linda Cardellini é bonita, mas a sério que nos filmes do Scooby Doo, em que faz de Velma, se torna mesmo irresistível. Este fim de semana a minha filha obrigou-me a ver o filme e a ler-lhe as legendas em tempo real. Escusado será dizer que algumas vezes me distraí... eh! eh! e a minha filha resmungava: - "Então pai, o que é que ela disse?", e eu respondia: - "ah... desculpa filha... não li".
Sei lá... só posso dizer que tenho pena que a Velma não trabalhe num hipermercado ao pé da minha casa, para quando estou a apanhar seca na fila de pagamento me sentir melhor. Estou mesmo a ver: passava a comprar uma coisinha de cada vez para passar mais vezes na caixa... um quilinho de arroz, um pacote de massa, uma embalagem de cerveja preta... ai Velmita, Velmita.

vidro aberto

Hoje deixei o meu carro estacionado na baixa de Aveiro, na rua José Estevão, durante mais de duas horas, com o vidro da porta direita completamente aberto. O meu portátil estava em cima do banco. É a segunda vez que faço isto... ou é sorte ou não sei o que é... phónix!

5.12.2007

conversa 174

Ela - Pai, tens que arranjar uma namorada.
Eu - Porquê filha? Tens pressa?
Ela - Não é isso. Acho que precisas...
Eu - E porque é que achas que preciso?
Ela - Não sei... gostava que a minha família fosse maior
Eu - Mas a tua família já é grande...
Ela - Pois, mas só contigo é que posso jogar jogos e ouvir músicas do Sam the Kid. Acho que se tiveres uma namorada vai ser uma que joga jogos comigo e ouve Sam the Kid...
Eu - Olha que estás enganada. A mamã já foi minha namorada e detesta jogos e não ouve Sam the Kid.
Ela - Pois, por isso é que se separaram... percebes?
Eu - Se calhar não foi por isso...
Ela - Eu acho que foi. Até há uma música que diz que não se ama alguém que não ouve a mesma canção... quer dizer isso, não quer?
Eu - De facto quer...
Ela - Tás a ver?

5.11.2007

xadrez 1

conversa 173

Ela1 – O ****** diz que sou a mulher da vida dele mas não me fala há quatro dias...
Ela2 – Tem aqui um homem divorciado, tá vendo?
Eu como um croissant e mantenho o silêncio
Ela1 – Nem um telefonema nem um sms...
Ela2 – Cê quer um café?
Eu – Não...
Ela1 (virando-se para mim) – É por esta e por outras que vou ficar pra tia...

é só às vezes que lhe peço que se cale e ela não o faz

Não é sempre, é só às vezes que lhe peço que se cale e ela não o faz. O silêncio que estava sentado mesmo ao meu lado pagou a conta e foi-se embora. Gosto tanto dela que não percebo a insistência em foder-me a cabeça, em torturar-me com significantes sem significado. Ou que as bebidas expostas são para consumo da casa, ou que uma casa se trespassa, ou que um homem plastificado de tristeza plastifica documentos, ou que as crianças com mais de doze anos não podem brincar num parque infantil.
Não é sempre, é só às vezes que lhe peço que se cale e ela não o faz. Subtraio-me então a tudo o que a povoa e por isso me toca. Me cheira. Piso a primeira risca branca duma passadeira gasta, obrigando um automóvel a travar bruscamente. Depois atravesso calmamente uma avenida para a outra margem, espelho daquela em que estava, perante o condicionado pensamento dum condutor que me acompanha num travelling de íris fixas.
Não é sempre, é só às vezes que lhe peço que se cale e ela não o faz. Urino numa casa de banho pública e sei que aquilo onde os meus sapatos chapinham é mijo dos outros. Os outros. Sempre os outros. Caminham tão apressadamente que devem ter um destino certo, e eu invejo-os. O seu silêncio grita-me ao ouvido: - "não sabes onde vais, não sabes onde vais". Entro num café qualquer, escolho um lugar entre dois bancos vazios, mas o silêncio que estava sentado mesmo ao meu lado pagou a conta e foi-se embora.

o noam compreende quase tudo menos as mulheres



Para o fim de semana, e porque sou mais chato que a potassa, deixo aqui o link rapidshare para o álbum de spokenword, do Noam Chomsky, The Imperial Presidency. Acredito que o Noam não compreenda as mulheres, mas a sério que compreende muitas coisas. Agora as mulheres, pá... as mulheres... quem é que as compreende?

encuentros imediatos de lo tercero graucito

Olha! Deu-me um beijo no pescoço e disse-me para lhe telefonar. o índice ivariano sobre um pontito pequenito. Agora se encuentra en 13.

5.10.2007

não compreendo as cadelas




É verdade: os cães não compreendem as cadelas. Pelo menos não compreendem porque é que a maior parte delas está sempre com enxaquecas. Foi a pensar nisto que a feeladdicted criou uma sexual doll para eles. Estou mesmo a ver, no dia em que os cães falarem e escreverem, um dálmata deprimido a criar um blog chamado "não compreendo as cadelas" e a postar qualquer coisa como:

Eu – Queres vir à minha casota roer um osso?
Ela – Prefiro um Pitbull...
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

Depois é capaz de se pôr a beber a noite toda e a latir tristemente muito alto, sem deixar dormir nenhum dos vizinhos, até que alguém lhe atire pedras.

conversa 172

Ela - Tu é que tens problemas com as mulheres, não é?
Eu - Problemas?!
Ela - Sim... não és tu que até tens um blog que se chama "os meus problemas com as mulheres"?
Eu - Ah! Não é bem isso. Chama-se "não compreendo as mulheres"...
Ela - Então és tu que tens muitos problemas com as mulheres...
Eu - Só eu?
Ela - Sim, o blog não é só teu?
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

oito e meio


1] Bebo sempre o café sem açúcar mas às vezes ponho canela em pó.
2] Não bebo coca-cola nem vou ao Mac Donald's desde Julho de 1995.
3] Não compro o Expresso desde Março de 2003 por causa da manifestação pró-americana sobre a a invasão do Iraque.
4] Sinto tristeza e estou desiludido com a França por causa da vitória do Sarkozy.
5] Vou fazer uma casa de bonecas, em madeira, para a minha filha.
6] Quanto mais o tempo passa menos compreendo as mulheres e mais gosto delas.
7] Estou pessimista e acho que o Beira-Mar vai descer de divisão.
8] Desde que me separei, há já quase um ano, nunca mais escrevi nem fiz filmes. Agora estou a começar a conseguir escrever outra vez.
8,5] Não sei que lhe diga, pá. Até me apetece mas acho que não estamos bem na mesma onda.

5.09.2007

se eu fosse...

Foi a Didas que me mandou fazer este TPCC (trabalho para cybercafé)
Se fosse uma hora do dia, seria 22:22, porque é a hora a que eu marco mais encontros (é a mais fácil de escrever com o teclado do telemóvel)
Se fosse um astro, seria um qualquer daqueles que é só mulheres atrás
Se fosse uma direcção, seria uma qualquer desde que fosse só mulheres atrás
Se fosse um móvel, seria uma cama com um colchão de água duma divorciada
Se fosse um líquido, seria bagaço amarelo
Se fosse um pecado, seria comer quatro queques de chocolate seguidos
Se fosse uma pedra, seria de haxixe (que até nem fumo mas é cool dizer isto)
Se fosse uma árvore, seria um chorão
Se fosse uma fruta, seria um morango
Se fosse uma flor, seria uma margarida
Se fosse um clima, seria um qualquer desde que anunciado por aquela apresentadora loira da SIC que fazia o boletim meteorológico
Se fosse um instrumento musical, seria um reco reco
Se fosse um elemento, seria o túlio
Se fosse uma cor, seria o amarelo
Se fosse um animal, seria do Partido Nacional Renovador
Se fosse um som, seria silêncio
Se fosse música, seria desafinada
Se fosse estilo musical, seria música étnica
Se fosse um sentimento, seria esquizofrénico
Se fosse um livro, seria em branco
Se fosse uma comida, seria caracoletas
Se fosse um lugar, seria um cantinho perto do Mosteiro de Pitões das Júnias
Se fosse um gosto, seria amargo
Se fosse um cheiro, seria a suor
Se fosse uma palavra, seria schmetterling
Se fosse um verbo, seria (só em pensamento) foda-se
Se fosse um objecto, seria uma afiadeira de plástico em forma de sobrinho do pato Donald
Se fosse peça de roupa, seria umas cuecas compradas no chinês que tem uma chinesa bonita
Se fosse parte do corpo, seria o intestino grosso (pelo menos passo a vida a fazer merda)
Se fosse expressão facial, seria de sono
Se fosse personagem de desenho animado, seria Conan o Rapaz do Futuro
Se fosse filme, seria skhízein o elevador
Se fosse forma, seria uma que dê para fazer gelatina
Se fosse número, seria menos que zero
Se fosse estação, seria antes um apeadeiro
Se fosse uma frase, seria "queres vir a minha casa beber um copo?"

agora desafio, sem obrigatoriedade, qualquer um dos que têm ali ao lado um link

conversas 171

Ela – Logo saímos?
Eu – Logo não sei se saio mas se sair é em Aveiro...
Ela – Sempre Aveiro, sempre Aveiro... quando é que vens ao Porto?
Eu – Isso não é Porto, é Gaia.
Ela – É a mesma merda...
Eu – Agora não devo ir tão cedo. A CP já tem um comboio que passa em Espinho à meia-noite e vinte seis. Mesmo quando trabalho à noite vou de comboio, percebes? Hoje vim de comboio, não posso ir ao Porto, senão só posso voltar de manhã...
Ela – Mas tens onde ficar aqui...
Eu – Tás a brincar, não estás?
Ela – Não... podes ficar aqui na boa.
Eu – Eu sei que posso ficar aí. Não sei é se é na boa. A última vez não foi assim muito na boa...
Ela – Tu também... és rancoroso, pá.
Eu – Não é rancor, é cuidado. Tenho que ter cuidado comigo. É só isso... está bem?
Ela – Isso quer dizer que não me queres ver mais...
Eu – Não quer dizer nada. Quer dizer só que ando a ter cuidado comigo.
Ela – Eu sei que me passei. Tu nunca te passaste, foi?
Eu – Já me passei várias vezes, já. Nunca me pus às caneladas num amigo por causa disso... mas sim, já me passei várias vezes.
Ela – A culpa também foi tua.
Eu – Porquê?
Ela – Porque sim.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

mulheres que eu gostava de poder não compreender (51)


Nome: Tamara Obrovac
origem: Croácia
info: Nasceu em 1962 em Pula, na Croácia, e tem seis cd's editados. Foi-me apresentada agora quando fui a Lisboa. Podem ver o site oficial dela aqui. Vale a pena.

couchsurfing

Adoro o conceito. Já ouviram falar no couchsurfing?

crónicas da cidade que sopra | a possibilidade da dúvida

Amanhã é quinta-feira. Por isso é publicada mais uma crónica da cidade que sopra no Diário de Aveiro.

Detemo-nos na possibilidade da dúvida e é nela que tentamos dilatar a nossa presença. É como se ela fosse um comboio que não sabemos se pára na nossa estação, mas que talvez um dia o faça. Nem tudo é perfeito mas ela existe, a possibilidade da dúvida. Entretanto vamos respirando fumo, contornando notícias no jornal, aproveitando momentos a sós, gritando uma última palavra a um telefone que ensurdeceu. Depois caminhamos na cidade que sopra, em sentido paralelos que nos mantêm afastados, e esperamos que talvez o nosso fumo possa formar uma só nuvem.

5.08.2007

conversa 170

Ela - Nem sei que te diga...
Eu - Não digas nada. É melhor.
Ela - Mas queria dizer-te qualquer coisa bonita...
Eu - Ornintorrinco.
Ela - Ahn?!
Eu - Diz ornitorrinco. São bonitos os ornintorrincos.
Ela - É melhor não dizer nada...
Eu - Tás a ver?

vinho vs bravo

Acabei de ir ali abaixo ao bar comer um queque de laranja (não havia de chocolate) e tomar um café. Descobri que a minha colega que lá trabalha lê a revista Bravo, apesar de já ter mais de 12 anos. Na verdade tem 19. Estava a ler uma secção que se chama naturalmente bonita e eu pedi-lhe a revista emprestada. É que também quero ser naturalmente bonito, expliquei-lhe. Ela respondeu-me que a secção é só para mulheres, e tem razão, já que a própria revista (cuja única desculpa para tanta imbecilidade é ser alemã) se refere apenas a miúdas. É uma pena, há alguns conselhos que eu queria mesmo seguir. Bem... já que 70,3% dos leitores deste blog são mulheres, deixo aqui dois para quem quiser.

Olhar ZenSe tens os olhos irritados pelo pólen ou outras causa, anota este truque que te acalmará a irritação. Corta uma batata às rodelas e aplica-as nos olhos! As vitaminas B e C e os minerais deste rico tubérculo devolverão a frescura do teu olhar.
Tá fixe. No meu caso, para ficar com um olhar Zen, basta-me beber uns copos de vinho. Andar com batatas nos olhos é capaz de dar resultado mas há sempre o perigo dum gajo ir contra qualquer coisa.

Para ficares CoradinhaSe notas a pele do teu rosto apagada, tritura umas quantas framboesas ou morangos num almofariz, mistura-os com mel e aplica 15 minutos sobre o teu rosto. A cor vai subir-te à cara.
Eu mantenho a minha. Para ficar coradinho basta-me beber uns copitos de vinho. Acredito que os morangos com mel resultem mas, foda-se, já viram o que é um gajo andar todo peganhento na cara?! E se vem um cão lamber-nos?

Bem... estão a ver? Não há nada que um copito de vinho não faça...

a mulher que prendeu a chuva

A Divas apresenta hoje, às 18:30, na livraria Bertrand do Fórum Aveiro, o último livro de Teolinda Gersão, "A Mulher que Prendeu a Chuva". A Carolina Rodrigues vai ler um conto e acreditem que, só por isso, vale a pena ir.

conversa 169

Ele – Já vou com mais de um ano de divórcio e ainda estou na merda, Ivar. Ando assexuado e não consigo esquecer a ******.
Eu – Pois, eu vou com quase um ano… compreendo-te perfeitamente.
Ele – Odeio a gaja, pá.
Eu – Se não a consegues esquecer é porque não a odeias. Tem calma, pá. Ela não te fez mal nenhum…
Ele – Não fez?! O caralho é que não fez. Depois de três anos acaba com tudo de repente… foda-se.
Eu – Três anos não é nada. Eu cheguei quase aos dezasseis…
Ele – Epá, foda-se. Também te passaste…
Eu – Claro que sim. É impossível não te passares no princípio. Até era mau… queria dizer que andavas a viver com uma tipa que não te dizia nada…
Ele – Mas eu odeio a ******, pá. Enganou-me e mentiu-me.
Eu – se calhar não foi bem assim. Cansou-se de ti ou mudou de opinião. Tem esse direito. Toda a gente tem…
Ele – Mas então dizia logo no princípio.
Eu – Logo no princípio ela gostava de ti, passados três anos já não gostava assim tanto… tem esse direito, por muito que custe.
Ele – Não tem nada.
Eu - Tem, tem.
Ele – Não tem nada.
Eu – Tem, tem.
Ele – Não tem nada, caralho.
Eu – Tem, tem. E se gostas dela tens é que lhe desejar boa sorte.
Ele – Não me digas que tu queres que a tua ex-mulher se dê bem lá com o gajo com quem anda.
Eu – Quero, quero… garanto-te que sim. Gosto muito dela, espero que a vida lhe corra bem…
Ele – Estás a ser um hipócrita.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!
Eu – (voltando às palavras) – Bebes mais um fino?
Ele – Iá… é melhor mudar de assunto.

conversa 168

Ela – Às vezes sinto-me um animal num jardim zoológico. Tu passas pelas pessoas que estão a olhar para mim e nem olhas…
Eu – Não estou a perceber…
Ela – Estou a ser directa. O que é que não percebes?
Eu – Quer dizer… primeiro, utilizando a mesma analogia, tu estás numa jaula onde também está um macho. Segundo, não gosto muito de jardins zoológicos.
Ela (depois de alguns segundos de silêncio) – Pois, quando estão dois machos na mesma jaula, às vezes lutam um com o outro.
Eu – Pois, só que eu não faço isso… e continuando a falar de animais, espero não encontrar nunca nenhuma fêmea tipo Louva-A-Deus. Acho que comem os gajos depois do acto sexual…
Ela (silêncio) – Se não vivêssemos a mais de 500 quilómetros de distância talvez não houvesse nenhum macho na minha jaula.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

5.07.2007

que raio.

já percebi... queria mandar um sms a uma amiga a dizer: - "estou em Lisboa. Estás cá?" e, de facto mandei. Só que mandei a montes de contactos da minha lista telefónica menos ao que eu queria... se alguém que lê isto recebeu um... epá... peço desculpa. Prometo que vou passar a beber menos.

leio este blog e...

conversa 167

Ela – De onde é que és mesmo?
Eu – Aveiro...
Ela – Aveiro... já ouvi falar. Fica no norte ou no sul?
Eu – Depende. Por exemplo, relativamente a Carrazeda de Ansiães é mais a sul, relativamente a Melides é mais a norte. Mas para perceberes melhor, fica mais ou menos à mesma latitude de Macinhata do Vouga...
Ela – Ah!...
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

são os loucos de Lisboa...

1] Não matei os desejos de comer caracoletas.
2] Dei o primeiro mergulho no mar este ano, na praia de Carcavelos. Ali a zona de Oeiras é só mulheres bonitas, pá. Foda-se (só em pensamento).
3] O Príncipe Real tem um café altamente.
4] Um amigo levou-me a um bar gay, chamado Finalmente, mas não me avisou para onde ia. Disse-me apenas que queria encher os olhos. À entrada disse-lhe a brincar, mas se calhar um bocadinho alto: "Olha! Não há uma única mulher aqui. Queres encher os olhos com quê?". Depois vi o porteiro a olhar para mim com um ar esquisito, depois vi alguns clientes a rir, depois vi algumas fotografias de homens musculados na parede em frente à porta. Depois olha... vi um espectáculo com uns travestis a cantar e fui embora. Uf!
5] Estive no Bicaense, no café Estádio, no Latas (que é um salão de bilhar com cerveja barata) e em mais alguns sítios que não me lembro o nome. O Bairro Alto é fixe. Já não ia lá há um ano e estava com saudades. Sim, sim...
6] O restaurante caboverdiano Estrela Morena é barato e é muito bom. São todos muito simpáticos e fazem uma cachupa altamente. Quase me esquecia das caracoletas. Quatro pessoas beberam seis jarros de vinho branco.
7] As mulheres croatas são simpáticas. São, são...
8] A exposição que ia ver... hum... hum... sei lá. Não vi.

carros...

Cheguei há um bocadinho de Lisboa. Para lá tinha ido de comboio mas voltei para Aveiro de carro, à boleia de amigos. Deixaram-me em casa por volta das 20:00, tomei um banho rápido e jantei uma sopa de feijão. Depois saí para vir aqui ao cybercafé onde estou agora, e andei mais ou menos meia hora à procura do carro. Procurei, procurei, procurei... e nada. Fui tomar um café para descontrair. Foi aí que me lembrei que tinha ido de comboio e, por isso, o carro estava na estação. Depois, só em pensamento, lá veio um "foda-se" várias vezes seguidas.

5.05.2007

antes de apanhar o comboio...

Estou na estação de Aveiro e não posso responder aos comentários (o browser não deixa abrir pop up windows), por isso é só para dizer ao sem-se-ver que não há problema nenhum (até agradeço), ao japinho que Marrocos é cool (até tem os UHF) e mandar beijinhos às leitoras todas. Aos leitores mando um abraço...
Estou bem disposto porque o Beira-Mar inexplicavelmente tornou a vencer o Boavista, ontem consegui sair sem apanhar, a empregada do café da estação foi simpática para mim e ofereceram-me um queijo.